Crítica: Queens Of The Stone Age – Espaço das Américas – São Paulo

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O Vitrola nunca perde um bom show, seja ele de Rock, Pop ou MPB. Na quinta-feira passada estivemos na 1ª apresentação solo do Queens of The Stone Age em São Paulo, que aconteceu no Espaço das Américas.

A casa cheia, o calor insuportável (o Espaço é grande, mas fechado), o ar condicionado incompetente e os telões desligados (para o desespero de baixinhos e baixinhas como eu) não impediram Josh Homme e sua turma de entregar talvez um dos melhores shows de rock da atualidade.

josh homme

O talento do QOTSA foi, por muito tempo, ignorado pelas grandes mídias (como ocorre com muitos bons artistas e bandas sem apoio de grandes gravadoreas), já que o grupo californiano está na estrada desde 1996. Sua primeira aparição no Brasil, lá no Rock in Rio de 2001, só chamou a atenção porque o baixista Nick Oliveri resolveu subir ao palco com somente o instrumento musical escondendo sua região genital. Depois disto o QOTSA explodiu em nossos ouvidos (e me incluo nesta turma) com o hit “No One Knows”, com a participação do vocalista do Foo Fighters (e ex-baterista do Nirvana), Dave Grohl, assumindo o som raivoso de sua bateria. A partir dai a banda vem encarando uma crescente e consistente decolada na sua carreira, lançando álbuns que mostram que, apesar de todas as previsões, o rock ainda não morreu. Pelo menos não se depender de Josh e o QOTSA. A energia e a paixão que o vocalista e sua banda carregam pelo rock ficou clara aos olhos de quem compareceu ao Espaço das Américas no dia 25 de setembro de 2014. Fãs hipnotizados cantavam, aos plenos pulmões, todos os clássicos de todos os álbuns da banda. Para quem foi conhecer um pouco do trabalho dos caras, o espanto era nítido com tamanha conexão com a plateia: “A galera é frenética com eles mesmo né?”, disse uma das pessoas que estava ao meu lado. A minha vontade foi de responder: “Amigo, você não sabia o que estava perdendo até hoje”.

Confesso que não consegui ver o cabelo ruivo de Josh Homme, ou os solos estridentes de bateria de Jon Theodore, nem mesmo quando eu resolvia saltar junto com os milhares de fãs que estavam tão em transe quanto eu. O negócio é que eu não precisei disto para sentir que estava tendo o prazer de ouvir, a poucos metros de mim, a melhor banda de rock da atualidade. Dentre todos os grandes sucessos que foram tocados, como as clássicas “No One Knows”, “Make It Wit Chu”, “Feel Good Hit Of The Summer” (que encabeçou um coro insano de seu refrão), “Little Sister”, “Mexicola” (que foi tocada a pedido dos fãs) e “Sick Sick Sick”, a música que foi o destaque do meu show foi a belíssima “The Vampyre Of Time And Memory”: sem dúvidas a mais bela balada de rock já feita desde a morte do grunge, lá nos anos 90.

Consegui tirar três belas lições da minha experiência ao ver o show solo do QOTSA na última quinta-feira:
1- Josh e sua turma são a maior banda de Rock da atualidade. O rock ali é de verdade, agressivo, suave, melódico, sexy, dançante e tudo isso ao mesmo tempo.
2- O Espaço das Américas precisa rever a força de seu ar-condicionado (e as regras sobre ligar ou desligar o telão).
3- Não conseguir ver o palco não é uma condição definitiva para curtir o show ou não. Josh me mostrou que era possível ser cega e ainda sentir toda a vibe deixada por ele ali.

Que o Queens Of The Stone Age volte rápido para outro show, e se você perdeu essa oportunidade não seja distraído o suficiente para deixar passar esta chance novamente.

O setlist:
You Think I Ain’t Worth a Dollar, but I Feel Like a Millionaire
No One Knows
My God Is the Sun
Smooth Sailing
Monsters in the Parasol
I’m Designer
I Sat by the Ocean
…Like Clockwork
Feel Good Hit of the Summer
(with “Never Let Me Down Again”… more)
The Lost Art of Keeping a Secret
If I Had a Tail
Little Sister
Fairweather Friends
Make It Wit Chu
I Appear Missing
Sick, Sick, Sick
Mexicola
Go With the Flow
Bis
The Vampyre of Time and Memory
Do It Again
A Song for the Dead

2 comentários em “Crítica: Queens Of The Stone Age – Espaço das Américas – São Paulo

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  1. Esse show foi a prova de que, quando a música é boa, já basta!
    Minha experiência com o local do show foi excelente. E lá em POA os telões também estavam desligados (parece que pedido da banda mesmo) e tinha aviso na entrada pra quem não quisesse ficar sem telão podia receber o dinheiro de volta.
    Mas o show não deixou NADA a desejar. E olha que as expectativas eram grandes hein?! Com a benção de estar na pista premium, no mais perto que já estive de um palco em shows, deu pra ver além do cabelo ruivo de Josh (suspiros eternos pro top 3 dos ruivos do rock – nesse momento ocupando a posição número 1!!!). Deu pra ver o melhor rock da atualidade, com excelentes músicos e excelente técnico de iluminação!!!
    Deu pra ver o melhor show do ano, desbancando o Arcade Fire do meu topo de 2014.

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