Nossa nova série mostra alguns clássicos escutados na varanda mais musical de Minas, a varanda do Vitrola. A Dança da Solidão é o quinto álbum de estúdio do sambista Paulinho da Viola, lançado em 1972. Um clássico, que se conserva essencial 46 anos após o seu lançamento. Guardei minha viola, No Pagode do Vavá, Dança da Solidão, Coração Imprudente do próprio Paulinho, Meu Mundo é Hoje (Eu Sou assim) de José e Wilson Batista, e Acontece , de Cartola tornaram-se estandartes da MPB. Essencial
Faixas
Lado A
Guardei minha viola (Paulinho da Viola)
Meu mundo é hoje (Eu sou assim) (José Batista, Wilson Batista)
Papelão (Geraldo das Neves)
Duas horas da manhã (Ary Monteiro, Nelson Cavaquinho)
Os anos 70 marcaram um revival do chorinho, que passou a ser reverenciado pela juventude, com shows de Déo Rian, Altamiro Carrilho, o conjunto Época de Ouro e outros sempre com a agenda lotada e shows esgotados. Foi nesta época que o grande Paulinho da Viola deu o seu aval lançando o seu antológico álbum Memórias Chorando em 1976. O repertório era composto de canções de Pixinguinha e Benedito Lacerda (Cinco companheiros,Cuidado colega, Cochichando, Segura ele ), Ary Barroso (Chorando), entremeados por temas do próprio Paulinho (Romanceando,Rosinha, essa menina,Oração de outono, Beliscando, Choro de memórias, Inesquecível). Um sucesso imediato no meu toca-discos.
Já houve uma época em grandes artistas compunham grandes temas para as novelas da Globo. Este se não for o melhor, certamente estará entre os melhores.
Vale a pena assistir: em 1969, Maria Bethânia e Paulinho da Viola foram entrevistados pelo francês Pierre Barouh em seu documentário “Saravah”. Eles cantaram “Tudo é Ilusão” (canção de Eden Silva e Tufy Lauar ) “Minhas Madrugadas” (Paulinho da Viola e Candeia) e “Pecadora” (Jair do Cavaquinho e Joãozinho).Bethânia nesse trecho faz referências ao disco “Tempo de amor” de Dalva de Oliveira, lançado naquele ano com a faixa “Tudo é Ilusão” além de “Tem Mais Samba” de Chico Buarque de Hollanda.
Abaixo, uma cópia de Saravah filme de Pierre Barouh sobre música brasileira. Com grandes nomes como Baden Powell, Paulinho da Viola, Maria Bethania, João da Bahiana, Pixinguinha entre outros.
Hoje Paulinho está fazendo 70 anos e o Vitrola não poderia deixar passar em branco – assim ele se enquadra em duas categorias ao mesmo tempo : Homenagem e Favoritos.
Paulo César Batista de Faria, mais conhecido como Paulinho da Viola, (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1942) é um cantor, compositor e violonista brasileiro, filho do violonista César Faria (do conjunto de choro Época de Ouro).
Filho de Benedito César Ramos de Faria, violonista do conjunto Época de Ouro.Desde criança conviveu com músicos como Pixinguinha e Jacob do Bandolim, que freqüentavam sua casa. Embora seu pai quisesse que o filho seguisse outra carreira que não a de músico, começou a estudar violão sozinho, aperfeiçoando-se, mais tarde, com o amigo Zé Maria.Em Jacarepaguá, onde costumava passar os fins de semana na casa de uma tia, ajudou a organizar o Bloco Carnavalesco Foliões de Anália Franco, para a qual compôs seu primeiro samba. Logo depois, com alguns amigos deste bloco, formou um conjunto no qual tocava violão. Compôs seu segundo samba em 1962, “Pode ser ilusão”, quando integrava a Ala dos Compositores da Escola de Samba União de Jacarepaguá.Em 1963, seu tio Oscar Bigode, diretor de bateria da Portela, convidou-o a ingressar nessa escola. Nessa época, estudava contabilidade e trabalhava numa agência bancária.
Teve sete filhos, dos quais quatro são com Lila Rabello, irmã de Raphael, grande nome do violão brasileiro, Luciana e Amélia Rabello. Seu filho João Rabello é músico (violonista) e sua filha Eliane Faria é cantora e compositora, integrante da Ala de Compositores da Portela e ex-puxadora de samba da Escola Paraíso do Tuiuti.Em 2002 o jornalista João Máximo lançou a biografia de Paulinho da Viola: “Paulinho da Viola – sambista e chorão, pela série “Perfis do Rio”.No ano de 2006 os pesquisadores André e Juliana Diniz publicaram uma biografia direcionada ao público infantil, lançada pela coleção infanto-juvenil “Mestres da Música do Brasil”, da Editora Moderna.Em 2012 o jornalista Ruy Fabiano deu início à biografia do compositor intitulada “A filosofia do samba”.
Discografia
(2011) 100 anos de Música Popular Brasileira – Box (vários) • Selo Discobertas/Selo ICCA • CD
(2007) Paulinho da Viola – Acústico MTV
(2006) Paulo César Baptista de Faria • Trama • DVD