Porque as iranianas estão cantando “Bela Ciao”?

Porque as iranianas estão cantando “Bela Ciao”?

Após a morte estúpida e violenta de mais uma iraniana, pelo regime teocrático dos aytolás, simplesmente por ter usado maneira inadequada um véu, iranianas gravaram um vídeo cantando a canção italiana “Bela Ciao”. Mas porque esta canção ? SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA !

Radio Cultura AM 860: Depoimento

Como usar depoimentos para sensibilizar e gratificar voluntários ...

Com licença de Ana Paula, filha de Jorge Márcio, reproduzo aqui seu depoimento sobre seu pai:

Eu era pré-adolescente nos anos 80 e acompanhei de perto, enquanto menina curiosa, ao intenso movimento que tinha em minha casa, à revolução que meu pai fazia no rádio e em seu entorno. No bairro, nas festas, na escola, no ônibus, na igreja. Todos sempre nos lembravam quem era nosso pai. Eu sentia orgulho e às vezes desprezava, pois eu queria um pai presente e o nosso era o mais menino, o mais jovem, o mais rebelde da casa. Nossa vida era o rádio e nosso pai sempre foi um rebelde cheio de surpresas e contradições. Era amado, admirado e também odiado.

Sim, eu lamentava ser a mãe do meu pai, a filha que queria colocá-lo no eixo das famílias tradicionais. Seu Jorge nunca seria enquadrado nos bons costumes. Na verdade eu o admirava exatamente porque ele era diferente. Foi o pai mais amoroso do mundo. Quando esteve presente. Ele era o rei do lar. Eu, feminista sem saber que era, me transformei na maior contestadora do Seu Jorge. Mas fui a filha que escolheu a sua profissão por paixão. Ao acompanhar a evolução do post Radio Cultura no grupo Fotos Antigas de Belo Horizonte revivi e descobri novas travessuras de seu Jorge Márcio e companhia. Quero reunir cada depoimento e gravar um documentário.

Será imensa a alegria de registrar todos os depoimentos de quem conviveu com a turma da Cultura e do rádio, como ouvinte ou como locutor, produtor, enfim. Vamos reviver. Quem sabe, agora com análise madura e menos rebelde de minha parte, aqueles anos 80 de rock, cultura, rebeldia e resistência reinundem minha alma com a esperança que sempre a direcionou? Eu não sabia, mas ser filha do meu pai me deu o melhor que há em mim.”

Post dia 23 de abril às 10:21hs no Facebook. https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10219051443251760&id=1075792341

#radiocultura #radio #anos80 #recordareviver

https://m.facebook.com/groups/211578045863114view=permalink&id=1097400377280872

Documento: III Festival da MPB 1967 – A Grande Final (TV Record)

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Um dos programas musicais que mais me marcou quando ainda era criança (tinha 11 anos) foi oFestival de Música Popular Brasileira de 1967, a terceira edição do Festival de MPB organizado pela TV Record de SÒ Paulo. Ele aconteceu entre 30 de setembro e 21 de outubro de 1967, no Teatro Record Centro, em São Paulo, com apresentação de Sônia Ribeiro e Blota Júnior.

Quem não assistiu não tem ideia do impacto que ele causou em todo país. Uma nação acostumada a cantar boleros, mal iniciada na Bossa Nova e na Jovem Guarda foi de repente invadida por uma série de conceitos musicais novos. A música podia ser tradicional, o samba modernizado, o rock abrasileirado, a música brasileira eletrificada, as letras passaram a retratar o cotidiano, a propiciar o protesto e a esperança. Se como apenas isto já não bastasse toda uma geração de gênios musicais estava sendo lançada, ou consagrada ali: Edu Lobo, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marília Medalha, MPB-4, Mutantes, Elis Regina, Jair Rodrigues, Nara Leão, Dori Caymmi, Roberto Carlos,  foram apenas algumas das atrações  envolvidas na disputa.

Para mim era impossível escolher a melhor e o público se dividiu e torcia como em uma partida de futebol, aplaudindo e cantando as suas favoritas e vaiando intensamente as suas concorrentes. A canção vencedora do festival foi “Ponteio”, de Edu Lobo e Capinam, interpretado pelo primeiro e por Marília Medalha. Para vocês terem uma ideia, foi neste festival que  foram apresentadas originalmente  Alegria, Alegria, de Caetano Veloso; Roda Viva, de Chico Buarque e Domingo no Parque, de Gilberto Gil, esta última sendo considerada marco inicial da Tropicália.

E o melhor, a Grande Final foi preservada, e pode ser assistida na íntegra. Eu me diverti muito revendo este programa que agora trazemos para vocês:

História: The Keef Hartley Band em Woodstock (1969)

You’ve Never Heard of Keef Hartley?

Em 1969 várias bandas tocaram em Woodstock mais por uma questão de sorte do que de competência. The Keef Hartley Band foi uma delas . O curioso é que Keith Hartley, substituiu  Ringo Starr’ quando ele saiu da banda Rory Storm and The Hurricanest para ir para os Beatles. Keef é a maneiraa cockney de falar Keith em Liverpool. A banda foi formada em 1968, após a saída de Keith do Rory Storm.

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Hartley era um baterista muito conceituado, e tocou entre outros com John Mayall e o som de sua banda era mais puxado para o blues.  Seu álbum de estréia, Halfbreed, foi lançado em 1969, e apresentava uma mistura de Blues e Jazz Rock e era composto pelo cantor Miller Anderson, o guitarrista Ian Cruickshank;, o trumpetista Henry Lowther o saxophonista Jimmy Jewell , e o baixista Gary Thain. Após Woodstock a Keef Hartley Band lançou mais 5 álbuns com diferentes formações. Seu único álbum de algum sucesso foi lançado em 1970: The Time Is Near, tendo chegado à posição 41 nas paradas britânicas. Keefe após o final da sua banda lançou alguns discos solo, mas se aposentou e passou a viver em Preston, com sua família, tendo falecido em Novembro de 2011. Abaixo a apresentação de Keef em Woodstock:

e em ação em 1969:  Com o som mais limpo escutem como a banda era muito boa.

Histórias: I got my mojo Working

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Sempre fiquei curioso quando ouvia Muddy Waters cantar I got my mojo working. Que diabos é mojo? Depois foi a vez da revista inglesa , na minha opinião a melhor de música hoje em dia, se chamar de Mojo Magazine. Como assim. Fui pesquisar e fiquei sabendo que a palavra era, também em português,  usada como significando cativante, atraente, sex apeal ou  talento. Assim Mojo é o espírito positivo que você aplica naquilo que faz. Ele começa de dentro e irradia para fora. Nosso Mojo está em seu maior nível quando estamos experimentando felicidade e significado no que fazemos e quando transmitimos isso para outras pessoas a nossa volta.

 

E de onde vem a palavra mojo? Quem explica é o bom site Blues Brasil :  “ela nasceu nas  zonas rurais americanas, introduzida pelos escravos. Originalmente o  mojo era um pequeno saco usado por uma pessoa sob a roupa – também conhecida como “mojo hand” (ajudinha extra), e essas bolsas teriam poderes sobrenaturais como proteger do mal, trazer boa sorte, etc…( Nota da Vitrola: Aqui no Brasil costumamos chamar de patuá) .  As bolsas “mojo” normalmente continham uma mistura de ervas, pós, às vezes uma moeda, algo pessoal, e outros objetos pensados para promover a ação sobrenatural ou proteção de quem o usasse.”

(No filme Crossroads, momentos antes do famoso duelo, o personagem de Joe Seneca entrega um Mojo a Ralph Macchio – assista à cena

Continua o Blues Brasil : “assim referências a “mojos” são comuns nas canções de blues rural.Algumas delas eram canções de blues executadas por bandas de Rock’n Roll (de pessoas brancas) na década de 1960. Dessa maneira, a música (e o “mojo) chegou a audiências que não estavam familiarizadas com essas crenças populares, muito menos com as crenças dos negros das zonas rurais, mencionadas nas canções deles e não explicadas por aqueles que as executavam em “covers”. Essa exposição “não programada” a um público desinformado levou a mal-entendidos e, na sequência surgiram outros usos para a palavra. Um exemplo é o filme Austin Powers (de 1999) onde o termo era usado no sentido de “libido”. Algumas outras gírias comuns associam a palavra “mojo” a charme, carisma, karma, cocaína e “aquilo” ou “coisa” (como em “Gimme that mojo!”).”

Algumas frases abaixo, a título de complemento, foram deixadas na língua original para melhor compreensão do contexto :
– He lost his mojo when she dumped him (ele perdeu seu “mojo” quando ela o abandonou);
– I can get any girl if I just use a bit of the old mojo (posso pegar qualquer uma com um pouco do meu velho “mojo”);
– Man, that girl has MOJO! (Cara, aquela gata tem “mojo”);
– God help me, I think I’ve lost my mojo! (Deus me ajude, acho que perdi meu “mojo”).

– I got my mojo working now (Meu “mojo” está muito bom hoje).

Assista ao duelo no filme Crossroads e lembre-se que Ralph Macchio estaja protegido por um Mojo

 

 

Documento: Maria Bethânia e Paulinho da Viola (1969)

Vale a pena assistir: em 1969, Maria Bethânia e Paulinho da Viola foram entrevistados pelo francês Pierre Barouh em seu documentário “Saravah”. Eles cantaram “Tudo é Ilusão” (canção de Eden Silva e Tufy Lauar ) “Minhas Madrugadas” (Paulinho da Viola e Candeia) e “Pecadora” (Jair do Cavaquinho e Joãozinho).Bethânia nesse trecho faz referências ao disco “Tempo de amor” de Dalva de Oliveira, lançado naquele ano com a faixa “Tudo é Ilusão” além de “Tem Mais Samba” de Chico Buarque de Hollanda.

Abaixo, uma cópia de Saravah filme de Pierre Barouh sobre música brasileira. Com grandes nomes como Baden Powell, Paulinho da Viola, Maria Bethania, João da Bahiana, Pixinguinha entre outros.

História: Sixto Rodriguez

A história de Sixto Rodriguez é quase inacreditável.

Sixto Díaz Rodríguez (também conhecido como Rodríguez ou como Jesús Rodríguez; 10 de julho de 1942) é um músico folk mexicano americano nascido em Detroit, Michigan. Sua carreira inicialmente teve vida curta, com dois álbuns pouco vendidos no início de 1970 e uma breve turnê na Austrália. Sem que ele soubesse, no entanto, a sua obra tornou-se extremamente bem sucedida e influente na África do Sul, embora tenha existido erroneamente rumores no país que ele havia cometido suicídio.

Na década de 1990, os fãs sul-africanos determinados conseguiram o contatá-lo, o que levou a um inesperado renascimento de sua carreira musical. Sua história é contada no documentário Searching for Sugar Man, vencedor do Academy Award de 2012, que também ajudou a dar a Rodríguez uma medida de fama em seu país natal.

Rodríguez nasceu em Detroit, Michigan. Ele foi chamado de ‘Sixto , porque ele era o sexto filho de sua família. Os pais de Rodríguez eram da classe trabalhadora. Seu pai era um imigrante que tinha vindo para os Estados Unidos do México na década de 1920 e sua mãe era descendente mista nativo americana e europeia. Na maioria de suas canções, ele assume uma postura política sobre as crueldades de frente ao pobre centro da cidade.

Em 1967, com o nome de Rod Riguez, ele lançou o single “I’ll Slip Away” . Nos próximos 3 anos ele não produziu mais nada, tendo sido então contratado pela Sussex Records, uma subsudiária da Buddah records. Ele então mudou seu nome para  Rodriguez e gravou 2 ábuns para a Sussex : Cold Fact  em 1970 e Coming from Reality em 1971. As vendas foram decepcionantes e ele foi dispensado pela gravadora em 1975.. Nesta época ele estava completando um terceiro álbum que não chegou a ser lançado.

Depois disto, Sixto  descontinuou sua carreira e permaneceu em  Detroit. Lá ele passou a trabalhar como pedreiro e a passar dificuldades financeiras.Em 1989 ele tentou se eleger vereadoe em Detroit

It was revealed in 2013 that Sixto has written 30 new songs and is in discussions with Steve Rowland, the producer behind some of his old albums. “I’ve written about thirty new songs”, Sixto told Rolling Stone magazine. “He told me to send him a couple of tapes, so I’m gonna do that. I certainly want to look him up, because now he’s full of ideas.”[7]

Fama fora dos EUA:

Embora nãom  tenham feito sucesso nos EUA seus discos ficaram conhecidos na África do Sul, Botswana, Rhodesia, Nova Zelândia e , Austrália. Na Austrália , apõs o sucesso inicial foi lançada uma coletânea :  At His Best, que apresentava materal inédito, gravado em 1973: “Can’t Get Away”, “I’ll Slip Away” (uma regravação do seu primeiro single)), e “Street Boy”.

Em 1979 ele excursionou pela Austrália com a Mark Gillespie Band . Foram lançados dois álbuns derivados destes shows  e chamados de Alive. . Ele retornou a Austrália em 1981 com  Midnight Oil e depois retornou para a sua vida normal em Detroit.

Neste intervalo, o disco , At His Best  ganhou disco de platina na África do Sul  e ele foi comparado a artistas como  Bob Dylan e Cat Stevens. uma de suas canções foi adotada como um hino anti-Apartheid na África do Sul e seu trabalho passoua influenciar muitos músicos locais.

Em 1991,  seus dois álbuns foram lançados em CD na África do Sul, Mesmo assim. o seu sucesso era desconhecido por ele e o seu destino pelos seus fãs sul africanos. Lá corria a lenda de que ele havia se matado durante um show.

Em 1996, sua filha mais velha descobriu na internet uma  página dedicada a ele. Apõs entrar em contato com os autores do Web site uma turnê com seis shows foi marcada para a África. Um documentário que cobriu a turnê : Dead Men Don’t Tour: Rodriguez in South Africa  (1998) foi lançado na  SABC TV em2001.Depois ele tocou na Suécia e de novo na África em 2001 e 2995.

Em abril de 2007 e2010, ele retornou a Austrália para tocar no  East Coast Blues & Roots Music Festival  e em shows em Melbourne and Sydney.

Searching for Sugar Man

Em 2012, o Sundance Film Festival apresentou a première do documentário Searching for Sugar Man, do diretor sueco  Malik Bendjelloul, , que contava esta história. Desde então o documentário recebeu vários prêmios, incluindo o Oscar de 2012. Desde então Rodriguez retomou a sua carreira em pleno vapor com vários concertos agendados para os EUA e Europa em 2013, incluindo o Festival de Jazz de Montreaux.

Discografia

Álbuns

  • 1970: Cold Fact
  • 1971: Coming from Reality
Álbuns ao vivo
  • 1981: Rodríguez Alive (Austrália);
  • 1998: Live Fact (África do Sul);
Compilações
  • 1976: After the Fact (reedição de Coming From Reality) (South Africa);
  • 1977: At His Best (Austrália);
  • 1982: The Best of Rodriguez (África do Sul);
  • 2005: Sugarman: The Best of Rodriguez (África do Sul).

Singles

  • 1967: “I’ll Slip Away” b/w “You’d Like to Admit It” (as Rod Riguez);
  • 1970: “Inner City Blues” b/w “Forget It”;
  • 1970: “To Whom It May Concern” b/w “I Think of You”;
  • 1977: “Sugar Man” b/w “Inner City Blues” (Austrália);
  • 1978: “Climb Up on My Music” b/w “To Whom It May Concern” (Austrália)
  • 2002: “Sugar Man” b/w “Tom Cat” (de Muddy Waters) (Austrália).

 

Dica: SHOW GILBERTO GIL POLI USP 1973

Lendo a Rolling Stone Brasil de Abril de 2011, deparei-me com uma história interessante:

Em março de 1973, portanto há 38 anos atrás,  o estudante de geologia Alexandre Vannuchi Leme foi torturado e assassinado pelo governo militar que dominava o Brasil. Laí Abramo, que era conhecida de Gilberto Gil convenceu o cantor a fazer um show em protesto contra a morte do estudante. A apresentação foi marcada para 26 de Maio, um sábado à tarde. Gil canta durante mais de duas horas, inicialmente tentando aliviar o clima pesado, com músicas como “Chiclete com Banana”, “Senhor Delegado”, “Eu quero um samba” , mas o público que mais – pede “Cálice” . Gil desconversa, diz que não se lembra bem da letra, mas um  estudante pega um pedaço de papel e escreve a letra e entrega para Gil, que não tem então como não cantá-la. O interessante é que tudo isto está registrado em áudio, inclusive vários trechos de diálogo entre Gil e os estudantes presentes. Claro, que num pais como o Brasil, toda esta raridade permaneceu inédita nos últimos anos. Mas não é que agora é possível achar e ouvir o registro desse show histórico? Esta é nossa dica de hoje.

O  registro está presente em vários locais  na internet; quem sabe você ache o que procura no blog irmão Raras Músicas ? Divirta-se

História: ‘Paêbirú’, o disco mais caro do Brasil

 

Mais uma história interessante da MPB.

O texto abaixo é de Idelber do Blog : O Biscoito Fino e a Massa(leia no original) e que eu peço “emprestado”

“Em 1973, o paraibano Zé Ramalho estava cansado de animar bailes em bandas de iê-iê-iê de João Pessoa e Campina Grande. O pintor Raul Córdula lhe avisou que no Recife havia um pessoal diferente, conhecido pela alcunha de udigrudi pernambucano. Foi pra lá. O guru era Lula Côrtes, um hiperativo que dividia seu tempo entre o desenho e o seu inseparável (e legendário) tricórdio.

Este disco não foi a estréia de Zé. Ele havia entrado no estúdio em 1973 para participar de uma maluquice coletiva chamada Marconi Notaro no Sub Reino dos Metazoários. Lula Côrtes se firmara como líder da turma durante a I Feira Experimental de Música do Nordeste (11/11/1972), também conhecida como Woodstock cabra da peste.

“O ácido era distribuído ao público, cerca de duas mil pessoas, dissolvido num balde com K-suco”, testemunhou depois Marco Polo, futuro membro da Tamarineira Village, numa entrevista ao jornalista pernambucano José Telles (autor de Do Frevo ao Manguebeat, Editora 34).

No início de 1974 Zé foi apresentado a Lula, que vivia com a namorada Kátia Mesel no então distante subúrbio de Casa Forte (que virou bairro nobre do Recife). Lula lhe falou da Pedra do Ingá e da idéia de fazer um disco inspirado no sítio arqueológico de Ingá do Bacamarte. O disco foi feito em 1975 no estúdio da Rozenblit (empresa fundamental para a história da música pernambucana) e lançado imediatamente. Mas na terrível enchente de julho daquele ano no Recife, as águas do Capibaribe invadiram a fábrica e destruíram praticamente toda a prensagem do disco, com a exceção de 300 cópias que haviam sido levadas para a casa de Lula e Kátia.Dessas 300 cópias nasceu o mito, que é tão incrível que há gente que não acredita.

Hoje é possível encontrá-lo em CD, lançado pela Shadoks, um obscuro selo alemão. Aí no Brasil o disco sai por um preço bem salgado: alguém oferece um exemplar do CD no Mercado Livre por 120 mangos. No site da CliqueMusic é possível ouvir os primeiros 30 segundos de cada faixa. E também está disponível por aí na rede, claro, para quem tem as manhas. Quem sabe você possa achá-lo no Blog parceiro Raras Músicas ?

Hoje, o vinil original de “Paêbirú” é o álbum mais caro da música brasileira, atualmente avaliado em mais de R$ 4 mil. O LP desbanca, inclusive, o disco “Louco por Você”, de Roberto Carlos, avaliado na metade do preço.

Cada lado do LP tem um conceito: fogo, ar, terra e água. Cada um tem uma sonoridade. Fogo é mais roqueiro, ar é mais etéreo…Água tem homenagem a Iemanjá… (O Globo)

Agora esta história pode ser conferida no documentário ” Nas paredes da pedra encantada” de Cristiano Bastos e Leonardo Bonfim.  O documentário investiga a história do disco, que é tido como o fundador da psicodelia brasileira, misturada com elementos da cultura indígena. O filme traz entrevistas com Lula Côrtes, Alceu Valença, Raul Córdula e a cineasta KátiaMesel.  É isto. Vamos esperar para ver se algum cineclube exibe ou documentário ou quem sabe ele seja lançado em DVD…

Memória: Xisto Bahia

(Xisto de Paula Bahia * Salvador 05/09/1841 + Caxambú 30/10/1894)

O ator e músicoXisto de Paula Bahia foi personalidade marcante no teatro e na música brasileira. Considerado um dos pioneiros da MPB, ficou célebre e teve grande popularidade no final de Segundo Reinado.

Xisto compôs a primeira música gravada no Brasil, o lundu “Isto é bom”, que completou mais de cem anos. A voz do cantor Baiano, o primeiro cantor profissional da Casa Edison, soava fanhosa, os discos eram frágeis – feitos de cera de carnaúba – e o aparelho para ouvi-los, o gramofone, funcionava a corda. Mas nada disso tirava o glamour de levar para casa, no distante ano de 1902 (oito anos após o falecimento do autor da música), o registro de uma gravação nos raros discos produzidos pela Casa Edison. Por favor, não confundam o autor Xisto Bahia com o cantor da gravação, conhecido como Baiano, que é reproduzida abaixo: (Retirado do Blog do Alê)


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