Memória: Original Dixieland Jass Band

As origens do Jazz são múltiplas e não nos interessa aqui discutí-las. Supõe-se que ele nasceu de um vasto caldeirão, que misturou influências das “work songs”, canções de trabalho dos negros escravos, dos “blues”, das canções “spirituals”, tocadas e cantadas nas igrejas protestantes negras, misturadas a influências européias . O termo Jazz passou a ser usado no final dos anos 1910 e inicio dos anos 1920, para descrever a resultante desta mistura qu começava a surgir no sul dos EUA, sobretudo na região de Nova Orleans (Louisiana), com forte influência francesa, e a seguir, seguindo a onda de migração econômica, também em Chicago e Nova York.

A Original Dixieland Jass Band, baseada em New Orleans é considerada a Banda que gravou o primeiro disco de jazz, em 26/02/1917 – “Livery Stable Blues”/ “Dixie Jass Band One Step”é considerado como o primeiro disco de jazz gravado. Ao primeiro disco seguiram-se vários outros sucessos, sendo o mais famoso “Tiger Rag”. Ao final de 1917 a banda mudou seu nome para Original Dixieland Jazz Band.

Os músicos originais:

  1. Nick La Rocca – corneta e líder da banda
  2. Emile Christian – trombone
  3. Larry Shields – clarinete
  4. Russell Robinson – piano
  5. Tony Sbarbaro clarinete

Após alguns anos de sucesso e excursões pela Europa, a banda dissolveu-se em no meio dos anos 1920 e seus componentes seguiram diferentes caminhos, eventualmente se reunindo para shows em conjunto

Escolhemos alguns standards para a nossa Linha do Tempo

Livery Stable Blues (1917)

Tiger Rag (1917)

Caricatura 6 – Os Preferidos dos Sousa

Acertou quem achou que esta cara era do Simonal:

Wilson Simonal de Castro (Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1939 — 25 de junho de 2000) foi um cantor brasileiro de muito sucesso nas décadas de 1960 e 1970. começou cantando calipsos e rocks em inglês. De baile em baile, foi descoberto pelo compositor Carlos Imperial, que o levou para o seu programa de TV, de boate em boate, foi parar no templo da bossa nova, o Beco das Garrafas, levado por Luiz Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli. Em 1963, Simonal lançou seu primeiro LP, que estourou a música “Balanço Zona Sul”, de Tito Madi. Em 1966 e 1967, apresentou na TV Record o Show em Si Monal. A melhor fase de sua carreira chegaria em seguida, com uma série de sucessos dançantes como “País Tropical”, “Mamãe Passou Açúcar em Mim”, “Meu Limão, Meu Limoeiro” e “Sá Marina”, que deram origem a um estilo suingado conhecido como Pilantragem. Encontrou sua derrocada em 1972, quando foi acusado de ser o mandante de uma surra, dada por dois policiais, no contador de sua firma, que o teria roubado. Denunciado, Simonal foi condenado – e durante o inquérito, um agente do Dops ainda revelou que o cantor tinha sido informante do órgão. Com essa acusação de dedurismo em plena ditadura militar, Simonal passou para o completo ostracismo, só encerrado em 1994, quando foi lançada em CD a coletânea “A Bossa de Wilson Simonal”. Simonal teve uma filha, Patricia, e dois filhos, também músicos: Wilson Simoninha e Max de Castro. É, e sempre foi um dos Preferidos dos Sousa. (Texto de UOL – CliqueMusic)

DISCOGRAFIA:

  • 1961 – Teresinha (Carlos Imperial)
  • 1963 – Tem algo mais
  • 1964 – A nova dimensão do samba
  • 1965 – Wilson Simonal
  • 1966 – Vou deixar cair…
  • 1967 – Wilson Simonal ao vivo
  • 1967 – Alegria, alegria !!!
  • 1968 – Alegria, alegria – volume 2
  • 1968 – Quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga
  • 1969 – Alegria, alegria – volume 3
  • 1969 – Cada um tem o disco que merece
  • 1969 – Homenagem à graça, à beleza, ao charme e ao veneno da mulher brasileira
  • 1970 – Jóia
  • 1970 – México 70
  • 1972 – Se dependesse de mim
  • 1973 – Olhaí, balândro..é bufo no birrolho grinza!
  • 1974 – Dimensão 75
  • 1975 – Ninguém proíbe o amor
  • 1977 – A vida é só cantar
  • 1979 – Se todo mundo cantasse seria bem mais fácil viver
  • 1981 – Wilson Simonal
  • 1985 – Alegria tropical
  • 1991 – Os sambas da minha terra
  • 1995 – Brasil
  • 1997 – Meus momentos: Wilson Simonal
  • 1998 – Bem Brasil – Estilo Simonal
  • 2002 – De A a Z : Wilson Simonal
  • 2003 – Alegria, alegria
  • 2003 – Se todo mundo cantasse seria bem mais fácil viver (relançamento)
  • 2004 – Rewind – Simonal Remix
  • 2004 – Wilson Simonal na Odeon (1961-1971)
  • 2004 – Série Retratos: Wilson Simonal
  • 2009 – Simonal – Ninguém Sabe o Duro Que Dei
  • 2009 – Wilson Simonal – Um Sorriso Pra Você

Eu gosto de quase todos, mas indico: Alegria,Alegria vol1 e vol2 (1967-1968) e Homenagem à graça, à beleza, ao charme e ao veneno da mulher brasileira, de 1969

O Beco das Garrafas

Nesta última semana estive no Rio de Janeiro para um evento e fiquei hospedado em Copacabana. Pela janela lateral de meu quarto, no 28 andar, eu podia avistar a belíssima orla marítima da “Princesinha do Mar” à direita e à esquerda o emaranhado de ruas, becos e vielas espremidas entre a montanha e a praia, que compõem o bairro de Copacabana. Como é impossível, para mim, estar no Rio e não me lembrar de música, especialmente de Bossa Nova, não houve como não tentar localizar ali do alto a rua Duvivier e o Beco das Garrafas.

Beco das Garrafas é o nome de uma travessa sem saída (um beco), localizado na rua Duvivier, quase no Leme, que calhou de abrigar um conjunto de casas noturnas nas décadas de 1950 e 1960, que viram a ser muito importantes para o desenvolvimento e a consolidação da Bossa Nova.Ficavam lá localizadas a Ma Griffe, Bacará, Little Club e Bottle’s.

A alcunha de Beco das Garrafas (inicialmente Beco das Garrafadas), nome criado pelo jornalista Sérgio Porto para se referir ao local, se deve à prática dos moradores, incomodados com o ruído, que invadia as madrugadas,  de jogar garrafa nos boêmios que freqüentavam estas casas.

Copacabana tinha ainda outros locais em que a noite era esticada. O Beco do Joga –a-Chave , localizado na rua Carvalho de Mendonça, também tinha várias casas noturnas, com destaque para o Bar e Boate Dominó.

Os irmãos italianos Alberico e Giovanni Campana eram donos de três destas boates, o Little Club, Bottle’s e Ma Griffe, e excetuando-se esta última que era dedicada à prostituição, nas outras duas eles estavam sempre dispostos a patrocinar jovens talentos, desde que eles mantivessem as suas casas cheias.

Nesta mesma época o Trio Bossa Três, formado pelo pianista Luís Carlos Vinhas, o baterista Edison “Maluco” Machado e o baixista Tião Netto que era a atração principal do Restaurante Au Bon Gourmet , foi despedido, porque os freqüentadores do restaurante não gostavam da maneira ousada que o trio tocava samba – queriam é ouvir Nelson Gonçalves cantar samba-canção.

O Trio Bossa Três foi então contratado, pelos irmãos Campana,  para tocar no Little Club. Com isto, as outras boates do local começaram a atrair boa parte dos talentos da noite carioca. A dupla Miele e Boscoli, responsáveis pela direção, pelo som e pela iluminação tinha um lema: “Dê-nos um elevador e nós lhe daremos um espetáculo” e usavam toda sua criatividade para criar pocket-shows nos pequenos espaços que lhes cabiam. Além dos musicais noturnos, havia também as matinês de domingo, que reuniam músicos amadores e profissionais. Assim, o Beco das Garrafas, abrigou, nos anos 1960, o melhor da bossa nova instrumental.

Miele e Boscoli

Alguns nomes que se apresentavam ali Sergio Mendes, Luiz Eça, Luís Carlos Vinhas, Salvador e Tenório Jr., Raul de Souza, J.T. Meireles, Cipó, Paulo Moura, Maurício Einhorn, Rildo Hora, Baden Powell, Durval Ferreira, Tião Neto, Manuel Gusmão, Bebeto Castilho, Dom Um Romão, Edison Machado, Airto Moreira, Wilson das Neves, Chico Batera, Vítor Manga e Hécio Milito, entre outros músicos. Entre os cantores: Sylvinha Telles e Marisa Gata Mansa, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Alaíde Costa, Lenny Andrade, Flora Purim, Nara Leão, Sérgio Ricardo, Johnny Alf, Sílvio César, Agostinho dos Santos, Jorge Ben, Wilson Simonal, Pery Ribeiro e Elis Regina.

Outro personagem de destaque no Beco das Garrafas foi o dançarino, coreógrafo e cantor Lennie Dale, que, além de dirigir vários shows ali apresentados, sendo muito exigente com relação à necessidade de ensaio, aproveitava o espaço vazio do Bottle’s durante as tardes para ministrar aos artistas aulas de expressão corporal.

O auge do Beco durou de 1958 a 65. Porém, a chama ainda não se apagou , um grupo de empresários está reformando os locais onde funcionaram as boates Little Club, Bottle´s e Bacarat, em decadência desde o fim dos anos 60.  Os investidores planejam transformar a viela em um museu da bossa nova, com a exposição de peças referentes a Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Aguardamos ansiosos.

A Propósito

Gerry Goffin and Carole King:


Gerald Goffin (Nascido em 11/02/1939)

Letrista de vários sucessos na década de 60, com sua esposa e parceira Carole King (separaram-se em 1968)  e durante as décadas de 70,80 e 90 com outros parceiros.Indicado para o “Hall da Fama” do Rock’n’roll em 1990.

Canções mais conhecidas:

  1. Will you love me tomorrow ? – (Goffin/King) – The Shirelles (1960)  # 1 Billboaerd Top 100
  2. Run to Him – (Goffin/Keller) – Bobby Vee – #2 Billboard (1961)
  3. Take Good Care of My Baby – (Goffin/King) – Bobby Vee – #1 Billboard (1961)
  4. The Loco-Motion – (Goffin/King) – Little Eva #1 Billboard (1962)
  5. Go Away little Girl – (Goffin/King) – Steve Lawrence – #1 Billboard (1962)
  6. Pleasant Valley Sunday – (Goffin/King) – The Monkees – #3 Billboard (1967)
  7. I´ve Got to use my Imagination – (Goffin/Goldberg) – Gladys Knight  #4 Billboard (1973)
  8. Theme from Mahoghany – (Goffin/Masser) – Diana Ross – #1 Billboard(1975)
  9. Saving all my love for you – (Goffin/Masser) – Whitney Houston – #1 Billboard (1985)
  10. Miss you like crazy – (GoffinMasser) – Natalie Cole – #7 – Billboard (1989)

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