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Embaixada do Brasil em Berlim boicota coral que canta Chico Buarque.
Um pouco de música, bom gosto e família
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Embaixada do Brasil em Berlim boicota coral que canta Chico Buarque.
Chico Buarque lançará um novo disco nos próximos dias. Caravanas é o 23º álbum solo de Chico Buarque e o primeiro após seis anos do lançamento de Chico1. O álbum contará com sete músicas inéditas e duas regravações de composições escritas por Chico, porém nunca registradas em sua voz.
Enquanto aguardamos vamos escutando a primeira canção já antecipada por ele:
Ano de comemoração dos 50 anos de lançamento do primeiro disco de Chico Buarque, que é um marco da MPB. O disco foi lançado em vinil, com 12 faixas, entre as quais várias que se tornaram clássicos. O disco da foto faz parte da coleção em vinil dos Sousa e é o original de 1966.
FAIXAS:
LADO A:
LADO B:
O disco foi lançado pela RGE e segundo o produtor do disco , Manoel Barenbein, ele não se lembra de onde partiu a ideia de fazer as duas faces antagônicas do compositor na capa. A arte da capa foi de Júlio Nagib (morto em 1983), as fotos de Dirceu Corte-Real. Chico tinha 22 anos e era tido como uma revelação. Ele já havia lançado os compactos “Pedro pedreiro”, “Sonho de um carnaval”, “Olê, olá” e “Meu refrão”, musicado o poema “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto, para o teatro e especialmente tido um sucesso esmagador com a “A banda”, vencedora, em outubro de 1966, do II Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record (empatada com “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, cantada por Jair Rodrigues) — o compacto de Nara Leão com a música vendeu 100 mil cópias em uma semana.
Um lançamento de Chico Buarque sempre estará entre os melhores do ano. O lançamento do CD Chico no ano passado foi um grande sucesso,só superado pelos shows que seguiram ao CD. Tive a oportunidade de assistí-lo no Palácio das Artes , aqui em BH, em um show memorável. Estes dois CDs registram a atmosfera destes shows a partir de uma gravação ao vivo no Rio de Janeiro. Havia 5 anos que Chico não saia em turnê e esta foi apenas a sexta turnê de Chico nos últimos 36 anos! Com duração de aproximadamente 1h30, o roteiro é todo construído ao redor das dez canções que compõem o disco novo. Além delas, o artista vasculhou os mais de 400 títulos de sua obra para chegar à lista final de 30 músicas. O resultado é um show pautado por canções de todas as fases de sua carreira, desde o início dos anos 60 até hoje. O mais recente projeto ao vivo de Chico “Na carreira” ganha sua versão neste CD Duplo sendo uma celebração da volta deste grande artista aos palcos revisitando clássicos como “Todo Sentimento”, “Bastidores”, “Baioque”, “O meu amor/Teresinha”, “Anos Dourados” entre outros.
Faixas do CD 1:
1. O Velho Francisco
2. De volta ao samba
3. Desalento
4. Injuriado
5. Querido Diário
6. Rubato
7. Choro Bandido
8. Essa Pequena
9. Tipo um baião
10. Se eu soubesse
11. Sem você nº 2
12. Bastidores
13. Todo o sentimento
14. O meu amor
15. Teresinha
Faixas do CD 2:
1. Ana de Amsterdam
2. Anos Dourados
3. Sob Medida
4. Nina
5. Valsa Brasileira
6. Geni e o Zepelim
7. Sou Eu
8. Tereza da Praia
9. A violeira
10. Baioque
11. Rap de Cálice
12. Sinhá
13. Barafunda
14. Futuros Amantes
15. Na carreira
Chico escolheu BH para abrir a temporada de promoção de seu novo CD, e o Vitrola esteve lá. O que nós vimos foram as habituais cenas de idolatria, nem sempre (ou quase nunca) correspondidas, de um público que lotou o Palácio das Artes.
A Banda de Chico é excepcional: Jorge Helder e Wilson das Neves, o maestro e arranjador Luiz Claudio Ramos, João Rebouças (piano e teclados), Chico Batera(percussão), Marcelo Bernardes (flautas, saxofone) e Bia Paes Leme (teclados e vocais).
O show é correto, embora comece bastante frio, mas reserva algumas boas surpresas. Canções menos frequentes nas apresentações ao vivo, como Baioque, Ana de Amsterdam, O Velho Francisco , De Volta ao Samba, Desalento, Injuriado substituiram outras mais conhecidas. Do novo disco algumas ainda pouco conhecidas, como Querido Diário e Rubato. Chico quase não se move no palco, mas é adorado. O climax vem com as mais conhecidas do público : Geni e o Zepelim, Sob Medida, Bastidores, Todo o Sentimento , O Meu Amor , Teresinha , e “Anos Dourados.
Outro momento interessante foi quando Chico brinca de rap em resposta ao rapper Criolo, que fez uma música inspirada em Cálice. Diz Chico:
” Pai, afasta de mim a biqueira
Afasta de mim as ´biate´
Afasta de mim a ´cocaine´
Pois na quebrada escorre sangue
Pai, afasta de mim esse cálice/ De vinho tinto de sangue”
Um momento especial do show acontece quando ele convida seu “personal baterista”,Wilson das Neves, para cantar e divide com ele os vocais de Teresa da Praia (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), imortalizada por Dick Farney e LúcioAlves.
Chico volta duas vezes para o bis e no segundo e último bis canta Na Carreira (Edu e Chico), do “Grande CircoMístico”, de 1982, que avisa ao público:
” Hora de ir embora
Quando o corpo quer ficar
Toda alma de artista quer partir
(…)
Ir deixandoa pele em cada palco
E não olhar pra trás
E nem jamais
Jamais dizer
Adeus”
Chico abre os braços, se despede com um tímido beijinho, que mal escorrega de suas mãos e dá adeus. Fica a impressão de que o show poderia ter sido melhor. Chico é muito tímido, tem pouca presença de palco e isto limita um pouco o espetáculo. Ser um artista que agrada seu público, que pagou caro para assistí-lo, e que quer escutar sempre as mesmas músicas ( como fazem Roberto Carlos e Paul McCartney, por exemplo), ou arriscar em um show mais ousado, recheado de músicas menos conhecidas e mais novas ? Qual a fórmula ideal ? Chico escolheu o meio do caminho, o que parece ser uma decisão sábia e justa. Resumindo, gostamos. Dou 4 estrelas.