Novidade: Música Nova – Bleak House – Music From the Middle Room (2011)

Há algum tempo o Raras Músicas publicou um post sobre um conjunto inglês interessante chamado Keshco. Não é que agora, ao visitar o blog dos músicos do Keshco, descobrimos que a banda tem também uma, como eles mesmo dizem imã folk-rock? São os Bleak House, de quem trazemos esta pequena jóia, com acentos minimalistas e muito bom gosto. Como diz o texto de apresentação, reproduzido abaixo, para ser escutado sentado numa cadeira de balanço, olhando para uma lareira. O nome da banda é tirado de um romance de Dickens (em português – “Casa Abandonada”). O disco é distribuido também gratuitamente pela Silent Flow

Músicos:

Luke Sample (electric guitars,keyboards)

Andy Brain (piano, acoustic guitars, keyboards)

Robert Follen (drums, violin, toys).

Visite também o Blog do Keshco e saiba mais sobre o disco dos Bleak House

Texto de apresentação:

“Welcome inside Bleak House, do take an armchair and settle by the fire. To maintain spirits in this Autumn retreat, the staff are… making noises. Luke’s guitar is folding back on itself, flickering and flummoxing, Andy’s fingers stumble from slumber around the pianoforte, and Robert’s hands dance around in their percussive patter. Rest a while. What’s that you say? Knocking? Oh no my dear, don’t worry about the cellar. There’s nothing in the cellar.”

The log book tells me the current selections were recorded in 2006, with some additional flourishes pasted in during 2011.

Você pode também fazer o download do CD direto no blog Raras Músicas

Parabelo

Fomos relembrados pelo Thiago Paiva da beleza de Parabelo, composto por  José Miguel Soares Wisnik e Tom Zé para um espetáculo do Grupo Corpo, daqui de BH. O significado original da palavra Parabelo é o nome de uma pistola automática, outrora usada pelo exército alemão.

O belo texto de Tom Zé, publicado, na época no Estado de Minas, explica o porque da música e do nome:

“Co-autor da música de “Parabelo”, o Grupo Corpo estréia dia 17, no Teatro Municipal de São Paulo, Tom Zé explica os ritmos que buscou no Nordeste para, junto com o compositor José Miguel Wisnik, oferecer ao coreógrafo Rodrigo Pederneiras a sonoridade de sua nova invenção.

Creio não ser lesa-patriotismo misturar Thomas Mann ao Nordeste. Seja porque o escritor, apesar de alemão, tem, por parte de sua mãe, Dona Júlia, seu ramo de origem brasileira, seja porque a associação de idéias se alimenta do imprevisível.

O fato é que a ligação me ocorreu através de seu personagen Hans Castorp, do romance A Montanha Mágica. Este, depois de algum tempo vivendo em Davos-Platz, estação climática para tuberculosos, apaixona-se por uma nobre russa, Clawdia Chauchat, também em tratamento. Hans Castorp, depois de muito hesitar, rompe as formalidades do sanatório, conseguindo aproximar-se da mesa dos russos, na febril curiosidade de pelo menos ouvir a voz da amada.

É aí que acontece o sertão.

Ouvindo a língua russa, que, comparada ao alemão, é pobre de consoantes, Hans Castorp admira-se de que um falar daqueles, ‘‘sem ossos’’, segundo sua expressão, possa manter-sede pé.

Então eu fiz a pergunta-espelho: como é que o nordestino se mantém de pé, naquela penúria, naquela miséria, naquela subalimentação de 400 anos ? Conclui: devem ser os ritmos, os ritmos musicais nordestinos.

Os três principais alimentos Nordeste são designados: farinha de mandioca, carne seca e ritmo.Mas é o ritmo que nos mantém de pé, verticais, que faz o papel dos ossos.

Quando ficamos insulados e pobres, no sertão do Brasil, defrontamos um paradoxo: amávamos a herança cultural de nossos avós portugueses-civilizados pelos árabes na Idade Média, ao contrário do restante da Europa, educado pelos bárbaros cristãos, godos, visigodos, bretões…

Assim, amando a cultura moçárabe daqueles avós, mas analfabetizados pela penúria, nosso artifício vital foi falar cultura, conversar cultura, dançar cultura. Passamos a plantar leituras de concepções metafísicas em acontecimentos do cotidiano; a fazer pentimento, sobrepondo à paisagen da caatinga chaves visuais do conhecimento esotérico; a montar eixos de filosofia na sintaxe de uma língua têxtil, de um falar que compõe cosmogonias (ver isso também nos Gerais de Guimarães Rosa).

Ah-pois, meu senhor, essa ossatura que nos mantém de pé, a espinha dorsal que nos sustenta a verticalidade e nos confere uma postura semelhante à de outros humanos, enfim, as consoantes de nossa língua, ou melhor, de nossa vida, é o ritmo. Os ritmos musicais do Nordeste.

Ele é o núcleo mais concentrado: a cápsula da mais densa potenciação cultural do nordestino. Era para nós como uma face do Sagrado. No Nordeste, o ritmo é Deus desidratado.

E foi Thomas Mann, esse fluminense alemão,que me pôs no rastro da ossatura rítmica nordestina, que é a obra de Jackson do Pandeiro. José Miguel Wisnik compôs, comigo, um edifício sobre tais alicerces e trouxemos esses ritmos ao Paralelo.

No Nordeste o ritmo é Deus desidratado.”

MPB: Oração . A Banda Mais Bonita a Cidade (c/ Leo Fressato)

Os curitibanos d’A Banda Mais Bonita da Cidade viraram hit na web a partir de maio com uma ideia de clipe simples, fofa e bem executada. Reuniram 16 músicos em uma casa para rodar, em plano-sequência, o vídeo da tranquila canção Oração. Durante aproximadamente seis minutos, o cantor e compositor Leo Fressato é filmado em tempo real passeando pelos cômodos da casa com um microfone. Pelo caminho, vai encontrando músicos que o acompanham com diversos instrumentos.É muito legal.

A Banda Mais Bonita da Cidade é formada por Uyara Torrente (vocal), Vinícius Nisi (violão, teclado e piano infantil), Rodrigo Lemos (banjolele e guitarra, e ex-integrante do grupo independente), Diego Plaça (violão e baixo) e Luís Bourscheidt (percussão e bateria). Com a descrição “É, a gente adora Beirut mesmo”, o grupo deixa clara uma referência à Nantes, vídeo do grupo norte-americano Beirut (Texto do site Virgula)

Os 50 Solos de Guitarra Mais Influentes do Rock – Parte VIII

Depois de um breve hiato continuamos a curtir rock>:

#28 – David Gilmour – Confortably Numb  (1979)

Porque é importante: “Poucos solos superam a vibe de Gilmour nesta obra inesquecível. Empunhando uma Stratocaster 1979 preta com braço 1962 e captadores DiMarzio ligada a amps Hiwatt e falantes rotativos Yamaha RA-200, Gilmour transformou licks de bues em uma expressão pessoal única, que influenciou milhares de guitarristas. Comfortably Numb é a sua coroação com solista” (Guitar Player)

David Gilmour e a Fender Stratocaster 1979

#29 – Angus Young – You Shook Me All Night Long  (1980)

Porque é importante: ” Nada mais lógico que uma música sobre sexo ter umsolo sexy,certo? Correto.Angus Young aplica suas influências blueseiras em um solo fumegante e divertido, carregado de atitude. Suas suculentas pentatônicas maiores e seu belo timbre – produzido com um antigo Marshall e uma Gibson SG – são a cobertura do bolo, recheado com seu groove, entonação e fraseado impecáveis” (Guitar Player)

Angus e a Gibson SG

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