Show: Jon Anderson – Palácio das Artes (Belo Horizonte) 26/09/12

Jon Anderson se apresenta no Brasil em setembro

Cotação dos Sousa: ****

Fiquei devendo o comentário do show de Jon Anderson no Palácio das artes aqui em BH. Sim, o Vitrola esteve presente e trás agora suas impressões.  Jon quase morreu em 2008, vítima de uma grave insuficiência respiratória e de cirurgias abdominais, para tratar uma pancreatite. A partir de 2009, ele começou a fazer shows mais intimistas. No palco só Jon, velas acesas, violões,ukelele, um instrumento de cordas chinês e um teclado ( de que, segundo ele, “utiliza apenas as teclas brancas”). Aliás, este é um diferencial do “novo” Jon Anderson – livre de toda parafernália eletrônica, ele mostra excelente humor e dialoga com a platéia o tempo todo. No repertório várias belas canções , embaladas por sua voz, que ,aos 67 anos, permanece maravilhosa.

Fomos brindados com versões de  “One Love”, de Bob Marley, “América” de Paul Simon e até de “A Day in Life”, dos Beatles. Destaque para clássicos de seu tempo como vocalista do  Yes como Ÿours Is No Disgrace”, “Sweet Dreams”, “And You and I”, “Long Distance Runaround”, “Soon” e até “Owner of a Lonely Heart”. Ah , e o bis foi com a belíssima “Wonderous Stories”. Um belo espetáculo. Quem não foi perdeu.

Show: Ringo Starr and His All Star Band: Chevrolet Hall Belo Horizonte 16/11/11

COTAÇÃO:

O primeiro Beatle a tocar em BH não decepcionou. Num show com público e beatlemaníacos de todas as idades, acompanhado por uma banda de celebridades: Edgar Winter (teclado e Sax), Wally Palmar (guitarra), Gary Wright (guitarra), Rick Derringer (guitarra) e Richard Page (baixo), Gregg Bissonette (na outra bateria) e Mark Rivera (sax), Ringo fez o Chevrolet Hall cantar e dançar por quase 2 horas do mais puro rock’n roll. Ringo e sua banda seguiram o mesmo set list de 22 títulos já apresentado em outras cidades.  “It Don’t Come Easy”  abriu a apresentação e agitou o público, que foi ao delírio com a primeira das músicas dos Beatles:  “Honey Don’t”. Durante o show, Ringo ficou por mais tempo atrás da bateria, onde certamente ele se sente mais à vontade, entremeando músicas de sua carreira solo, sucessos de seus companheiros de banda e músicas dos Beatles. Destaques para “I Wanna Be Your Man”, “Act Naturally” e “Yellow Submarine” , além da bela  “Photograph” e os momentos solos de Rick Deringer , com “Hang on Sloopy” e o show de competência e versatilidade de Edgar Winter com a instrumental “Frankenstein”. Para o final “With a Little Help From My Friends”, emendada com uma citação de “Give Peace a Chance”, clássico de John Lennon.  Ringo nos faz crer, que mesmo nestes tempos de axé, seranejo brega e hip hop , o rock continua sobrevivendo com dignidade e força. Long life Ringo Starr, Long life All Star Band, Long life rockn’n roll ! Dou 4 estrelas e meia

Show: Roberto Carlos no Mineirinho 24/09/11

Os Sousa sempre vão a Shows musicais e costumam compartilhar aqui a sua experiência. Neste último final de semana, um pouco de má vontade, fui assistir a apresentação de Roberto Carlos (RC) no Mineirinho, em Belo Horizonte. Já na fila para a entrada uma constatação, o público de RC é muito grande e tem uma diversidade que jamais havia visto num show musical. Havia gente de todas as espécies, cores, formatos, credos, idades e camadas sociais misturadas na fila de entrada, e nem sempre (ou quase nunca) os mais “abonados” iam para os lugares mais caros.

Depois de uma espera de mais de uma hora, com cerca de 40 minutos de atraso, a Orquestra que acompanha o Rei, a RC 7 ou RC 14 (?) abriu o show, ou melhor a celebração, tocando um pout-pourri de músicas de RC, devidamente acompanhada por um coro de milhares de vozes. De repente – histeria – o locutor anuncia e entra o Rei. RC é carismático, esbanja simpatia e competência, não se abala com a péssima acústica do Mineirinho, nem com as onipresentes falhas dos equipamentos de audio (que chegam a interromper o show por alguns minutos). São quase duas horas de sorrisos, coros, baladas amorosas, mãos para o ar, num clima de total celebração. A plateia está alí para homenagear o seu ídolo, não importa que o repertório seja quase sempre o mesmo (aliás é bom que seja), que RC esteja sempre vestido de maneira semelhante, que não haja nenhuma cenografia especial. Só o que importa é a presença do ídolo. E porque RC é tão especial? Acho que é talvez porque ele goste do papel que lhe cabe. Na minha vida, ví poucos artistas com tamanha disposição e prazer em atender seu público (talvez Paul McCartney ou quem sabe Elvis Presley)

A música. A música é o que menos importa no show de RC. Não que ela seja ruim; a orquestra é altamente competente e RC ainda canta bastante bem, sem deixar de fora nenhum de seus maiores hits. Após as duas horas de show, a celebração termina com uma grande comunhão. Enquanto a Orquestra toca, RC distribui rosas, beijadas e entregues uma a uma, enquanto recebe dezenas de presentes (que faz questão de abrir, no palco, fazendo cara de grande satisfação)e fim. RC vai embora e a plateia sai extasiada.

É isto. Valeu a experiência. Como ele mesmo diz “Não adianta nem tentar me esquecer, durante muito tempo em sua vida eu vou viver…”

RC no Programa do Jô (1985):

Crítica Show: Backstreet Boys em BH


Uma das missões do Vitrola é relatar e fazer a nossa crítica dos shows que presenciamos (tanto em BH quanto em qualquer lugar no mundo). Nesta última quarta feira BH recebeu mais uma banda internacional (aliás, agora voltamos definitivamente para a rota internacional de shows: só ano passado assisti pelo menos 5 shows internacionais na minha querida cidade), Backstreet Boys.

Com certeza vou ouvir “que absurdo você falar disto”, “isto não é música”, “que vergonha”, mas lembrem-se, o vitrola prega a diversidade, e ninguém aqui está falando de qualidade musical (porque eu concordo que são musiquinhas bobas) mas todos devem reconhecer que uma banda que tem uma de suas músicas como a nº3 mais tocada na década de 90 merece respeito. Eu vou tentar focar no show como um evento musical e deixar meu lado fã de 14 anos de idade de lado (mas assumo, vai ser difícil!)

Para nós, meninas nascidas na década de 80, adolescentes fervorosas na década de 90, não há nada que represente mais o nosso gosto musical do que as famosas boy bands. Não era legal ouvir rock, ser alternativo ou emo, o negócio era ver belos garotos de 20 anos dançando e cantando músicas que falavam diretamente com os nossos sentimentos (elevando a baranguice que envolvia os nossos dramas sentimentais), afinal, que adolescente nunca sofreu por amor? E estes meninos falavam (e entendiam) exatamente isto.

Para as mais de 3 mil meninas (de faixa etária >20 anos) que se encontravam no Chevrolet Hall no dia 23/02/11 o sonho de reencontrar seus ídolos foi realizado. Os Backstreet Boys foram o maior ícone deste estilo musical na década de 90, e eles estavam de volta. Um pouco mais gordos (com exceção de Brian Littrell cada ano mais magro), um pouco mais velhos, alguns casados, outros ainda solteiros para alegria das garotas.

A entrada, surpreendente ao meu ver, fez com que o Chevrolet Hall fosse a delírio. Apresentados pelo fofíssimo filho do B-Rok, ou Brian Littrell, o pequeno chamou ao palco “AJ, Howie, Nick e o meu papai” que se apresentaram atravessando o telão que transmitia um vídeo dos 4 correndo em direção ao público. Digno de efeitos especiais, digno de Backstreet Boys. Neste momento o calor infernal deu lugar a uma histeria generalizada. Mulheres com faixas com o nome da banda na testa, cartazes com recados de amor, ursinhos de pelúcia para serem lançados ao palco, todas elas gritaram e dançaram ao som de “Everybody”. Claro, não havia música mais ideal, afinal “backstreet’s back”, e finalmente em BH.

Os 4 mostraram que não perderam o pique, entre coreografias e canções também oscilavam entre trocas de roupas e vídeos para entreter a platéia (os vídeos incluiam montagens dos cantores em filmes como Velozes e Furiosos, Encantada, Clube da Luta e Matrix). Para as fãs antigas (e eu me incluo nessas) não houve decepção: ouviu-se um medley de “Quit playing games (With my Heart” e “As long as you love me”, além de versões completas de “All I Have to Give” e “I’ll Never Break Your Heart” (particularmente uma de minhas favoritas) além de explorar alguns outros sucessos como “We’ve got it going on”, “Show me the Meaning of Being Lonely”, “More than That” e “Incomplete”. Para “Larger than Life” os garotos (mais homens do que garotos) retornaram ao palco uniformizados com roupas robóticas, assim como no clipe da música, e foram fieis a coreografia.
Em “Shape of My Heart” tanto Brian quanto Nick desceram do palco para agradar aos fãs, correndo o risco de não voltar ao palco por tamanha histeria. Howie, o latin lover, abusou de seu português macarrônico e mantinha contato frequente com as fãs, assim como Brian, que apesar de não arriscar o português, conversava com o público e mandava mensagens de carinho. AJ e Nick foram mais imparciais, porém não deixaram a desejar nas apresentações.

Para finalizar o bis com a mais pedida “I Want It That Way”, que foi cantada em coro por todos os presentes, e “Straight Through My Heart”. Depois agradeceram e prometeram voltar e sairam do palco da mesma maneira que entraram, atravessando a tela de vídeo. Para as fãs da década de 90 o final tinha cara de adeus e de missão cumprida, uma dívida paga com a adolescência que admirava os jovens ídolos; para as novas fãs ficou a imagem dos garotos que cresceram mas que ainda tem pique para levar consigo uma legião de fãs por mais alguns anos. Para mim e para Gabi Sousa (minha companheira fiel de BSB) ficou o gostinho de quero mais, de nostalgia e de satisfação, e a certeza de que mesmo sem qualidade vocal e musical os BSB vão sempre ter algum espacinho, mesmo que mínimo, nas nossas canções favoritas…

Para fechar o post segue um vídeo com a famosa entrada tocando Everybody. Bom proveito! Peço desculpas já porque o vídeo é tremido, mas dá pra entender a emoção….

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