Os Incríveis Anos 70: Novos Baianos – Acabou Chorare (1972)

Corria o ano de 1972, o Brasil, amordaçado pela ditadura, enfrentava com criatividade e humor aqueles tempos difíceis. Cantar e redescobrir ritmos brasileiros virou uma espécie de protesto, de resistência musical. Foi assim que redescobrimos o chorinho,o samba de raiz, Cartola, Pixinguinha, Gonzagão, o frevo. E de repente surge uma banda, que não era só uma banda, era um grupo de amigos músicos, que moravam juntos, cantavam juntos, quebravam regras e musicalmente conseguiram reunir debaixo de um estilo particularíssimo todo aquele renascimento/protesto musical.  Eles se utilizaram de vários ritmos musicais brasileiros: bossa nova, frevo, baião, choro, afoxé e rock n’ roll. O grupo era formado por  Moraes Moreira (compositor, vocal e violão), Baby Consuelo (vocal), Pepeu Gomes (Guitarra), Paulinho Boca de Cantor (vocal), Dadi (baixo) e Luiz Galvão (letras) entre outros, que costumavam variar. Acabou Chorare, é o segundo disco do grupo e aqui escutamos uma mescla de guitarra elétrica, baixo e bateria com cavaquinho, chocalho, pandeiro e agogô, às vezes tudo dentro de uma mesma música. Foi de cair o queixo e não por acaso, eleito pela revista Rolling Stone como o melhor disco da história da música brasileira em outubro de 2007. Selecionamos duas faixas, deste disco, gravadas na época que dão uma ideia da força deste grupo

A MENINA DANÇA

BRASIL PANDEIRO:

Os incríveis anos 70: Paulinho da Viola – Memórias Chorando (1976)

Os anos 70 marcaram um revival do chorinho, que passou a ser reverenciado pela juventude, com shows de Déo Rian, Altamiro Carrilho, o conjunto Época de Ouro e outros sempre com a agenda lotada e shows esgotados.  Foi nesta época que o grande Paulinho da Viola deu o seu aval lançando o seu antológico álbum Memórias Chorando em 1976. O repertório era composto de canções de Pixinguinha e Benedito Lacerda (Cinco companheiros,Cuidado colega, Cochichando, Segura ele ), Ary Barroso (Chorando), entremeados por temas do próprio Paulinho (Romanceando,Rosinha, essa menina,Oração de outono, Beliscando, Choro de memórias, Inesquecível). Um sucesso imediato no meu toca-discos.

Os Incríveis anos 70: Você Não Me Ensinou A Te Esquecer – Fernando Mendes

No final de 1972 entrava no cenário musical o cantor mineiro Fernando Mendes. “A Desconhecida”, gravada recentemente pelo cantor Leonardo,  foi a canção que projetou o cantor em todo território nacional. Lançada em compacto simples, subiu rapidamente Às paradas de sucesso e com força total!  Sua primeira apresentação na TV, foi no programa do Chacrinha, e a partir daí o jovem Fernando Mendes não parou mais, seguiu a carreira musical, interpretando suas próprias canções, que fazem sucesso não só no Brasil, mas em muitos paí­ses do mundo!

Mas o interessante é que uma música de Fernando, composta em 1979,  foi gravada por Caetano Velloso para o filme Lisbela e o Prisioneiro –  “Você não me ensinou a te esquecer”.  Devido ao grande sucesso, a canção cheia de romantismo foi prêmio da ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos) e Prêmio Villa Lobos como o disco mais vendido! Tema do Filme Lisbela e o Prisioneiro, a canção foi indicada para Grammy Latino 2004 e recuperou o prestigio e reconhecimento à  sua carreira.

Assim o Vitrola corrige esta injustiça – todos acham que esta linda canção é de Caetano – não é – Fernando Mendes é o dono dos créditos.

Os incríveis anos 70: Silvio Brito – Tá todo mundo louco! Silvio Brito (1973)

Silvio Brito

Estou atualmente me impondo uma maratona musical muito divertida. Consegui compilar, em ordem cronológica, os principais sucessos das rádios brasileiras entre 1960 a 2014. Começando em 1960, atualmente estou escutando 1974 (Cerca de 1300 músicas já escutadas) . Dentre elas muita coisa esquecida e que fez sucesso. Pude então relembrar que em 1973 um lançamento chamou  logo a atenção: um mineiro de Três Pontas, radicado em Varginha, lançou uma música altamente crítica e bem humorada, criticando e brincando com o sucesso de Raul Seixas, que explodia nas rádios na época. Silvio alcançou algum sucesso e até hoje tem um programa de TV na Rede Vida, mas nunca mais foi tão marcante.

Os Incríveis Anos 70 VII: Van Morrison – Moondance (1970)

Corria o ano de 1971; neste ano se mudou-se, para o meu prédio, um rapaz, adolescente, como nós, que estava de volta a Belo Horizonte, depois de ter morado fora do Brasil. O mais interessante, pelo menos para mim, foi que na sua bagagem ele trouxe vários LPs, que não haviam sido lançados no Brasil. Logo de cara me apaixonei por um som diferente de tudo que eu já havia escutado – meio rock, meio blues, meio jazz, cantado numa voz rouca, com sotaque irlandês (aqueles que não por acaso são chamados de os negros da Europa) –  o bardo Van Morrison e seu alucinótico  Moondance, simplesmente um dos melhores discos de música pop de todos os tempos. Desde então, comprei e acompanhei tudo que Van Morrison fez. Falta apenas realizar um sonho – assistir um show dele ao vivo. Como ele não sai mais da sua Irlanda, chegando no máximo até Londres, vou ter que ir até lá, afinal se Maomé não vem à montanha

Os Incríveis Anos 70 VI : Dark Side of the Moon (1973)

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O meu presente de aniversário mais aguardado em 1973, quando eu completei 17 anos, em abril, foi o LP recém lançado do Pink Floyd (1 de Março de 1973, nos EUA). Portanto fazem quarenta e dois anos  que eu escutei esta joia pela primeira vez. No meu toca-discos Garrard/Gradiente logo vibrava a guitarra de David Gilmour , o baixo  de Roger Waters, a percursão de Nick Mason, emoldurados pelos teclados de Richard Wright .

O som que saia daquele vinil era absolutamente inacreditável. O álbum tratava de temas como conflito, ganância, cotidiano, mortalidade e insanidade.Todas as letras foram, primeira vez, escritas por um único membro – Roger Waters, a partir de uma ideia do grupo. O lançamento era muito esperado, porque o Pink Floyd já havia tocado todo o repertório num show com o nome : “Dark Side of the Moon – A Piece for Assorted Lunatics”, , em 17 Fevereiro de 1972 no London’s Rainbow Theatre.

No início das gravações, a banda contratou Alan Parsons como engenheiro residente. Alan já havia trabalhado com a banda, sendo assistente de operação de fita em “Atom Heart Mother”, e posteriormente havia sido promovido a engenheiro. O trabalho de Alan Parsons, assim como de toda equipe técnica, em conjunto com a banda, foi certamente um grande diferencial no resultado final de “The Dark Side of the Moon”

The Dark Side of the Moon foi um sucesso imediato, chegando ao topo da Billboard 200 nos Estados Unidos e já fez mais de oitocentas e três aparições na parada desde então, tendo vendido mais de quinze milhões de cópias e estando na lista dos álbuns mais vendidos da história no país, também no Reino Unido e na França, com um total de cinquenta milhões de cópias comercializadas mundialmente até hoje. A obra também recebeu aprovação total dos fãs e aclamação da crítica especializada, sendo considerado até hoje um dos mais importantes álbuns de rock de todos os tempos. Até hoje ouço este disco com uma certa reverência, como tendo sido ele o responsável por me apresentar um novo e especial tipo de música.

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