Música na Varanda : A Dança da Solidão – Paulinho da Viola (1972)

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Nossa nova série mostra alguns clássicos escutados na varanda mais musical de Minas, a varanda do Vitrola. A Dança da Solidão é o quinto álbum de estúdio do sambista Paulinho da Viola, lançado em 1972. Um clássico, que se conserva essencial 46 anos após o seu lançamento. Guardei minha viola, No Pagode do Vavá, Dança da Solidão, Coração Imprudente do próprio Paulinho, Meu Mundo é Hoje (Eu Sou assim) de José e Wilson Batista,  e Acontece , de Cartola tornaram-se estandartes da MPB. Essencial

 

 

Faixas

Lado A

  1. Guardei minha viola (Paulinho da Viola)
  2. Meu mundo é hoje (Eu sou assim) (José Batista, Wilson Batista)
  3. Papelão (Geraldo das Neves)
  4. Duas horas da manhã (Ary Monteiro, Nelson Cavaquinho)
  5. Ironia (Paulinho da Viola)
  6. No pagode do Vavá (Paulinho da Viola)
Lado B
  1. Dança da solidão (Paulinho da Viola)
  2. Acontece (Cartola)
  3. Coração imprudente (Capinan, Paulinho da Viola)
  4. Orgulho (Capinan, Paulinho da Viola)
  5. Falso moralista (Nelson Sargento)
  6. Passado de glória (Monarco)

Ficha técnica

  • Diretor de produção: Milton Miranda
  • Diretor musical: Maestro Gaya
  • Orquestrador e regente: Maestro Gaya
  • Diretor técnico: Z. J. Merky
  • Técnico de gravação: Jorge Teixeira
  • Técnico de laboratório: Reny R. Lippi
  • Lay out: Elifas Andreato

MPB: Samba inédito de Gonzaguinha é lançado. Meu País (1973/2018)

A tecnologia meio “Black Mirror” de hoje aprontou outra das suas. Uma canção escrita por Gonzaguinha e censurada, em 1973, pelo governo militar (tinha destas coisas naquela época, acreditam ?), chamada Céu Pais foi lançada só agora. Meio tétrico é o fato de Gonzaguinha ter falecido em 1991 e nunca gravado esta música. Mais, ela foi lançada com a sua própria voz e postada no You Tube, como parte de ima campanha publicitária.

Os produtores realizaram uma mistura de técnicas a partir da reconstrução da voz do próprio cantor. Para isso, recortaram palavra por palavra de materiais gravados em vida, como entrevistas, áudios e outros originais. Depois, a voz dele foi refeita com o suporte de outro cantor, que possui tom bem próximo.  Confira o resultado:

Álbuns do mês: Gil, Nando & Gal- Trinca de Ases (Ao vivo)

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** e 1/2

O disco vale pelo repertório, 25 clássicos desta trinca de ases de ouro da MPB. É às vezes triste perceber que as vozes de Gal e de Milton, antes dois ícones exatamente por causa da sua qualidade vocal, estão muito abaixo do que eram. Nando Reis segura as pontas em quase todas as faixas. Apesar disto é diversão pura escutar “Palco; Baby; Esotérico; Refavela; Lately, Dois Rios, O Segundo Sol” entre outras.

Álbuns do Mês: Getúlio Cortes: As Histórias de Getúlio Cortes

 

***

Conseguir lançar seu primeiro álbum com 80 anos já é um fato extraordinário, mais ainda quando descobre-se tratar de um importante compositor de sucessos nos anos 1960. Sim Getúlio foi um compositor gravado por nomes tão consagrados como Roberto Carlos e fez grande sucesso. Na Jovem Guarda, outros cantores emplacaram nas paradas com composição de Getúlio. Um deles foi Bobby di Carlo com Cuidado pra não derreter. A lista é longa e abrangente. Inclui duplas como Leno & Lilian e Os Vips, aos ídolos do iê iê iê recifense Reginaldo Rossi e Luis Carlos Clay, até Toni Tornado e o Raça Negra, passando por Wanderléa, Erasmo Carlos, Golden Boys, Fevers, Renato e seus Blue Caps, Raul Seixas, Titãs, Léo Jaime, e Luis Melodia, que ganhou o epíteto Negro Gato, depois que incorporou a canção de Getúlio Côrtes ao seu repertório.Suas duas músicas mais conhecidas estão neste álbum: O Negro Gato e Tempo Vai Apagar. Há ainda outras músicas conhecidas como Hei Você e Atitudes. Há um gostinho de Jovem Guarda, um pouco de brega um pouco de negritude demais para a época o que, talvez, o tenha impedido de fazer sucesso com sua própria voz. Antes tarde do que nunca.

 

 

 

 

Álbuns do Mês: João Cavalcanti e Marcelo Caldi: Garimpo

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*** e1/2

João Cavalcanti, do grupo Casuarina, filho de Lenine se une ao sanfonista Marcelo Caldi, que também também o co-produz, para lançar este belo álbum. É um trabalho bastante poético, praticamente todo feito com voz e piano e algumas intervenções da sanfona de Caldi.O resultado é muito bonito, as participações especiais preciosas.  O disco traz parcerias com Jorge Drexler (Consumido), Pedro Luis (Indivídua) e uma parceria com o pai, Lenine (A Causa e o Pó), com a participação vocal do português Antonio Zambujo. Há espaço tango  , uma valsa e sambas. Delicioso o samba Chico Buarquiniano O Nego e Eu. Não deixe de escutar.

Álbuns do Mês: Titãs – Doze Flores Amarelas

* 1/2

Arriscar-se a compor uma ópera-rock em pleno século XXI já é uma tarefa delicada, lançá-la em disco, sem o acompanhamento de um plano visual, torna-se uma tarefa inglória. Os Titãs ousaram, e o resultado foi muito ruim. A história das história de três estudantes, as Marias A, B e C, que fazem uso de um aplicativo de match chamado Facilitador. Em uma festa elas são violentadas por cinco garotos e acabam fazendo uso do mesmo app para fazerem justiça com as próprias mãos.

O Facilitador sugere então a “magia das doze flores amarelas”, e após a morte de um dos estupradores, as três irmãs começam a questionar os seus próprios valores e a influência da tecnologia na vingança e nos caminhos que passam a se desenhar desde que tudo aconteceu. Ao total são 25 canções inéditas do Titãs. Nenhuma delas se sustenta sem a peça e pior são todas ruins.

 

 

Álbuns do Mês: Anna Ratto – Tantas

Capa do álbum 'Tantas', de Anna Ratto (Foto: Nana Moraes)

****

O Brasil é realmente o país das cantoras. Depois de seu álbum autoral de 2012, Anna opta por gravar essencialmente como cantora, interpretando composições alheias. O resultado é muito bom. Ela vai de um frevo  gostoso (“Desbunde”) até composições mais melodiosas como a bela Ana Luisa e a mais roqueira Inemurchável. Gostei bastante da experiência. Excelente cantora.

 

 

Álbuns do Mês: Wado – Precariado

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**3/4

Wado tem uma carreira sólida e independente. Pouco conhecido do público em geral sempre primou pela qualidade em seus discos. Com Precariado não é diferente, um álbum caprichado, com canções delicadas, arranjos bem elaborados e uma impressão geral de bastante agradável. O problema, se que é que há, é o o da atual MPB, as letras das canções se mostram meio alienadas do mundo atual. Fala-se de amor (“Roupa”), flerta-se com o rock (“Correntes Comprimidas”) e até com a onda atual de ritmos latinos dançantes (“Contas y Conchas”). Pode ser rabugice minha, mas sinto falta de atitude. O Brasil, neste momento atribulado, me lembra o Brasil dos anos 1970, e nesta época falávamos de amor, latinidade e dançávamos ao som de músicas engajadas e sintonizadas com o seu tempo.

 

Álbuns do Mês: Silva – Brasileiro

***

Silva, um dos grandes “novos”nomes da MPB está com lançamento novo: Brasileiro, seu sexto disco na carreira. As canções são lindas, mas às vezes tediosas. Em vários momentos ele me remete a Jorge Drexler ou às vezes a Los Hermanos. O Álbum é gostoso de escutar, mas fica a sensação de que Silva tem talento para alçar voos mais  altos. Pequenas demonstrações desta teoria podem ser escutadas em “Nada Será Como Era Antes” e “Ela Voa“que têm uma batida eletrônica mais sintonizada com os tempos atuais, ou em “Brasil,Brasil“, com uma percussão que lembra rituais afro-brasileiros. Mas o grande destaque fica com a faixa “Fica Tudo Bem“, um dueto inspirado entre dois artistas em momentos diferentes na carreira.

 

Álbuns do Mês: Elza Soares – Deus é Mulher

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**** e 1/2

Dizer que Elza Soares é surpreendente parece bobagem, afinal ela sempre nos surpreendeu. Aos 81 anos seu novo álbum, “Deus É Mulher” não é exceção. Elza poderia muito bem ter se acomodado na posição de mito, de sambista, de ícone ou de cantora  de MPB. Mas não, ela ousa, sempre. Só para ter ideia,  nada de regravações ou de covers, caminho fácil para o sucesso. São 11 faixas inéditas, assinadas por nomes contemporâneos, como Tulipa Ruiz, Pedro Luís, Alice Coutinho e Rodrigo Campos, entre outros. Elza canta ainda com o rapper Edgar, em “Exú nas Escolas” (Kiko Dinucci/ Edgar), e com o grupo Ilú Obá de Min na percussão e vozes de “Dentro de Cada Um” (Luciano Mello/ Pedro Loureiro) e “Banho” (Tulipa Ruiz). Um banho de ousadia em mais um trabalho imperdível desta grande diva.

FAIXAS:

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