Iara não é nova na MPB. Ela era integrante do grupo paulistano Dona Zica , com o qual lançou dois álbuns , Composição (2003) e Filme Brasileiro (2005). Depois, em 2008, idealizou e produziu o ambicioso projeto Macunaíma Ópera Tupi, disco-conceito inspirado na obra-prima de Mário de Andrade, e mais recentemente, em 2012, em parceria com Cibelle, Rubinho Jacobina e a banda Do Amor, lançou o álbum A.B.R.A pré-ca – Amigos Bandidos Residentes no Amor Pré & Carnaval, uma divertida coleção de marchinhas autorais compostas para o carnaval daquele ano. Mas este é o primeiro disco de Iara como Iara. A banda tem Ricardo Dias Gomes substituindo o habitual baixo por um pocket piano (um tipo de mini-sintetizador eletrônico que mais parece um brinquedo), além da própria Iara na guitarra e Leo Monteiro na bateria, percussão eletrônica e ruídos. A produção é de Moreno Veloso. O disco é transgressor – samba, rock, vanguarda paulistana – o som é cru, as letras instigantes. Iara não é apenas mais uma cantora num país de cantoras, é um novo estilo de cantora e isso é bom.