Mais um encontro de dois ícones da MPB
Mais um encontro de dois ícones da MPB
Em 1978 o cantor cearense Fagner fez enorme sucesso, liderando as paradas musicais com a música Revelação. O que pouca gente sabe, é que esta linda canção é do grande artista piauiense Clodo Ferreira , conhecido como Clodo, e seu irmão Clésio, este falecido em 2010. Os dois, em conjunto com Climério, o outro irmão, são autores de pelo menos 150 músicas gravadas por grandes artistas como: Fagner, Dominguinhos, Tim Maia e Os Cariocas, Simone, MPB-4, Elba Ramalho, Ednardo, Amelinha, Zizi Possi, Fafá de Belém e Ângela Maria, dentre outros.
Revelação tem uma curiosidade na sua criação. Fala-se que a melodia teve três letras. A primeira Clodo afirma desconhecer, a segunda o irmão Clésio, o autor da melodia, aproveitou o poema Memória, de Carlos Drummond de Andrade, que se encaixou perfeitamente à música. Clésio descobriu, algum tempo depois, que outro artista já havia musicado e gravado o poema. Desapontado e sem querer perder a criação, solicitou ao irmão parceiro que fizesse outra versão da letra. Fagner ouviu a música, gostou, gravou e o sucesso estourou nas rádios brasileiras. Antes, o cearense comentou ao autor da letra definitiva que eles iriam ficar de cabelos brancos e ainda ouvindo a música tocando nos rádios do Brasil. Fagner estava certo: mais de trinta anos depois, a música ainda é lembrada e muitos jovens que sequer viveram aqueles momentos dos anos setenta sabem sua letra de cor. (Dr.Zem)
Este post é para fazer justiça ao verdadeiro compositor, já que Revelação vem, ao longo dos anos, sendo erroneamente creditada a Fagner.Canta Clodo, que a música é sua:
O cantor e compositor cearense Raimundo Fagner lançou o álbum ‘‘QUEM VIVER CHORARÁ’’ (também chamado inicialmente de ‘‘EU CANTO’’, parte do poema “Motivo”, de Cecília Meirelles) em setembro de 1978 , e foi o quinto de sua carreira musical.
Segundo o site “Wikipedia”, o nome do disco foi trocado após um processo judicial movido pela família da poetisa Cecília Meirelles, e que gerou um bom desfalque na conta da gravadora PolyGram em 1979.
As faixas do álbum incluem algumas preciosidades, como “Jura Secreta” (Sueli Costa e Abel Silva), a clássica “As Rosas Não Falam” (Cartola), “Pelo Vinho e Pelo Pão” (Zé Ramalho) e a polêmica Motivo (poema de Cecília Meirelles, musicado pelo Fagner).
A primeira canção é a linda “Revelação”, que vale uma boa historinha: segundo uma entrevista de um certo guitarrista no excelente programa “O Som do Vinil”, do Charles Gavin, todo o álbum deveria ser acústico. Porém, sem que Fagner soubesse, foi feito um teste de gravação usando uma guitarra portuguesa, e o resultado ficou tão bom, que decidiram mostrar para o cantor. Que, evidentemente, aprovou a nova versão.
E este guitarrista é ninguém mais, ninguém menos, que Robertinho de Recife, um dos grandes músicos brasileiros!
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