Álbuns do Mês: Getúlio Cortes: As Histórias de Getúlio Cortes

 

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Conseguir lançar seu primeiro álbum com 80 anos já é um fato extraordinário, mais ainda quando descobre-se tratar de um importante compositor de sucessos nos anos 1960. Sim Getúlio foi um compositor gravado por nomes tão consagrados como Roberto Carlos e fez grande sucesso. Na Jovem Guarda, outros cantores emplacaram nas paradas com composição de Getúlio. Um deles foi Bobby di Carlo com Cuidado pra não derreter. A lista é longa e abrangente. Inclui duplas como Leno & Lilian e Os Vips, aos ídolos do iê iê iê recifense Reginaldo Rossi e Luis Carlos Clay, até Toni Tornado e o Raça Negra, passando por Wanderléa, Erasmo Carlos, Golden Boys, Fevers, Renato e seus Blue Caps, Raul Seixas, Titãs, Léo Jaime, e Luis Melodia, que ganhou o epíteto Negro Gato, depois que incorporou a canção de Getúlio Côrtes ao seu repertório.Suas duas músicas mais conhecidas estão neste álbum: O Negro Gato e Tempo Vai Apagar. Há ainda outras músicas conhecidas como Hei Você e Atitudes. Há um gostinho de Jovem Guarda, um pouco de brega um pouco de negritude demais para a época o que, talvez, o tenha impedido de fazer sucesso com sua própria voz. Antes tarde do que nunca.

 

 

 

 

Álbuns do Mês: João Cavalcanti e Marcelo Caldi: Garimpo

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*** e1/2

João Cavalcanti, do grupo Casuarina, filho de Lenine se une ao sanfonista Marcelo Caldi, que também também o co-produz, para lançar este belo álbum. É um trabalho bastante poético, praticamente todo feito com voz e piano e algumas intervenções da sanfona de Caldi.O resultado é muito bonito, as participações especiais preciosas.  O disco traz parcerias com Jorge Drexler (Consumido), Pedro Luis (Indivídua) e uma parceria com o pai, Lenine (A Causa e o Pó), com a participação vocal do português Antonio Zambujo. Há espaço tango  , uma valsa e sambas. Delicioso o samba Chico Buarquiniano O Nego e Eu. Não deixe de escutar.

Álbuns do Mês: Titãs – Doze Flores Amarelas

* 1/2

Arriscar-se a compor uma ópera-rock em pleno século XXI já é uma tarefa delicada, lançá-la em disco, sem o acompanhamento de um plano visual, torna-se uma tarefa inglória. Os Titãs ousaram, e o resultado foi muito ruim. A história das história de três estudantes, as Marias A, B e C, que fazem uso de um aplicativo de match chamado Facilitador. Em uma festa elas são violentadas por cinco garotos e acabam fazendo uso do mesmo app para fazerem justiça com as próprias mãos.

O Facilitador sugere então a “magia das doze flores amarelas”, e após a morte de um dos estupradores, as três irmãs começam a questionar os seus próprios valores e a influência da tecnologia na vingança e nos caminhos que passam a se desenhar desde que tudo aconteceu. Ao total são 25 canções inéditas do Titãs. Nenhuma delas se sustenta sem a peça e pior são todas ruins.

 

 

Álbuns do Mês: Anna Ratto – Tantas

Capa do álbum 'Tantas', de Anna Ratto (Foto: Nana Moraes)

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O Brasil é realmente o país das cantoras. Depois de seu álbum autoral de 2012, Anna opta por gravar essencialmente como cantora, interpretando composições alheias. O resultado é muito bom. Ela vai de um frevo  gostoso (“Desbunde”) até composições mais melodiosas como a bela Ana Luisa e a mais roqueira Inemurchável. Gostei bastante da experiência. Excelente cantora.

 

 

Álbuns do Mês: Wado – Precariado

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**3/4

Wado tem uma carreira sólida e independente. Pouco conhecido do público em geral sempre primou pela qualidade em seus discos. Com Precariado não é diferente, um álbum caprichado, com canções delicadas, arranjos bem elaborados e uma impressão geral de bastante agradável. O problema, se que é que há, é o o da atual MPB, as letras das canções se mostram meio alienadas do mundo atual. Fala-se de amor (“Roupa”), flerta-se com o rock (“Correntes Comprimidas”) e até com a onda atual de ritmos latinos dançantes (“Contas y Conchas”). Pode ser rabugice minha, mas sinto falta de atitude. O Brasil, neste momento atribulado, me lembra o Brasil dos anos 1970, e nesta época falávamos de amor, latinidade e dançávamos ao som de músicas engajadas e sintonizadas com o seu tempo.

 

Álbuns do Mês: Silva – Brasileiro

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Silva, um dos grandes “novos”nomes da MPB está com lançamento novo: Brasileiro, seu sexto disco na carreira. As canções são lindas, mas às vezes tediosas. Em vários momentos ele me remete a Jorge Drexler ou às vezes a Los Hermanos. O Álbum é gostoso de escutar, mas fica a sensação de que Silva tem talento para alçar voos mais  altos. Pequenas demonstrações desta teoria podem ser escutadas em “Nada Será Como Era Antes” e “Ela Voa“que têm uma batida eletrônica mais sintonizada com os tempos atuais, ou em “Brasil,Brasil“, com uma percussão que lembra rituais afro-brasileiros. Mas o grande destaque fica com a faixa “Fica Tudo Bem“, um dueto inspirado entre dois artistas em momentos diferentes na carreira.

 

Álbuns do Mês: Elza Soares – Deus é Mulher

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**** e 1/2

Dizer que Elza Soares é surpreendente parece bobagem, afinal ela sempre nos surpreendeu. Aos 81 anos seu novo álbum, “Deus É Mulher” não é exceção. Elza poderia muito bem ter se acomodado na posição de mito, de sambista, de ícone ou de cantora  de MPB. Mas não, ela ousa, sempre. Só para ter ideia,  nada de regravações ou de covers, caminho fácil para o sucesso. São 11 faixas inéditas, assinadas por nomes contemporâneos, como Tulipa Ruiz, Pedro Luís, Alice Coutinho e Rodrigo Campos, entre outros. Elza canta ainda com o rapper Edgar, em “Exú nas Escolas” (Kiko Dinucci/ Edgar), e com o grupo Ilú Obá de Min na percussão e vozes de “Dentro de Cada Um” (Luciano Mello/ Pedro Loureiro) e “Banho” (Tulipa Ruiz). Um banho de ousadia em mais um trabalho imperdível desta grande diva.

FAIXAS:

O Som Independente do Brasil – Panorama – vol 2

 

O Vitrola, com auxílio do excelente trabalho realizado pelo blog Eu Ovo, traz para seus ouvintes um panorama (do que foi disponibilizado gratuitamente para download). É uma amostra impressionante de ritmos, talentos, rumos novos, revisões. Esta  segunda seleção traz mais 30 artistas de todo Brasil:

 

  • 31. Luiz Gabriel Lopes – Mana
  • 32. Luiza Brina e o Liquidificador – Tão Tá
  • 33. Mophu – Brejo
  • 34. Madame Rrose Sélavy – Eterno Retorno
  • 35. Luiz Caldas – Li na Estrela
  • 36. João Leopoldo – Oi Tudo Bem?
  • 37. Trio Repelente – Ao Vivo Pra Ninguém
  • 38. Bel – Quando Brinca
  • 39.Chico Limeira – Chico Limeira
  • 40.Negro Leo – Action Lekking
  • 41.Samba Barbarismo – Samba Barbarismo
  • 42.Bratislava – Fogo
  • 43. Apanhador Só – Meio Que Tudo é Um
  • 44. Lício – Lício
  • 45. Nando Goulart – Polvo Opositor
  • 46. Jan Felipe – Circular
  • 47. Meu amigo Tigre – Toró
  • 48. Ailum – Quem Me Salvará Sou Eu
  • 49. Bongar – Ogum Iê
  • 50. Congo Congo – Congo Congo
  • 51. Ronaldo Gonçalves e Bernardo Diniz – O Samba Vai Durar
  • 52. Tertúlia na Lua – Pensamentos Instantâneos
  • 53. Motormama – Fogos de Artifício
  • 54. Psilosamples – SP Trips
  • 55. Lulu Mello – Vivendo Muito Bem a Vida
  • 56. Amora Pêra – Adúpé (Nós Agradecemos em Iorubá)
  • 57.Ludere – Retratos
  • 58. Young Lights – Young Lights
  • 59. Vinícius Gomes – Resiliência
  • 60. Dedé Santaklaus – Hahaha

 

O Som Independente do Brasil – Panorama – vol 1

Quem disse que a música brasileira se limita a funk carioca, axé e sertanejo está muito enganado. O Vitrola, com auxílio do excelente trabalho realizado pelo blog Eu Ovo, traz para seus ouvintes um panorama (do que foi disponibilizado gratuitamente para download). É uma amostra impressionante de ritmos, talentos, rumos novos, revisões. Esta primeira seleção traz 30 artistas de todo Brasil:

  1. Rodrigo Campos, Juçara Amaral e Gui Amabis
  2. Criolo
  3. Fabio Tris
  4. Alberto salgado
  5. Soledad
  6. Luiz Gabriel Lopes
  7. Cesar Lacerda
  8. Rafael Ops
  9. Seu Pereira e Coletivo 401
  10. Muntchako
  11. Amaro Freitas
  12. Nathalia Lima
  13. Túlio Boges
  14. Meia Dúzia de 3 ou 4
  15. Alzira E
  16. Kiko Dinucci
  17. OQuadro
  18. Sofia Freire
  19. Emicida, Rael, Capicua,Valete
  20. Gustavo Telles & Os Escolhidos
  21. Gustavito & Delbi
  22. Rincon Sapiência
  23. Luiza Lian
  24. Trupe de Chá de Boldo
  25. Giovani Cidreira
  26. Luisa eos Alquimistas
  27. Zé Bigode Orquestra
  28. Cris Braun e Dinho Zampier
  29. Homobono
  30. Boi Luzeiro

 

Conhecendo a MPB de qualidade – destaques 2017: 4. Cesar Lacerda

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César Lacerda (Diamantina, 5 de maio de 1987) é cantor, músico e compositor. Mineiro da cidade de Diamantina, passou a sua adolescência em Belo Horizonte, viveu por oito anos na cidade do Rio de Janeiro, e desde agosto de 2015 mora em São Paulo.

Lançou em 2013 o seu primeiro disco, “Porquê da Voz” (produção musical de Elisio Freitas). Em agosto de 2015, o artista lançou o seu segundo álbum, “Paralelos & Infinitos“, com produção musical de Pedro Carneiro. Na gravação do disco, o multi-instrumentista executa quase todos os instrumentos.Em 2017, César Lacerda lançou o seu quarto álbum, “tudo tudo tudo tudo”, também pelas gravadoras YB Music e Circus.

César tem parcerias musicais com artistas como Paulinho Moska, Marcelo Jeneci, Romulo Fróes, Matheus Nachtergaele, Eucanaã Ferraz e Roberta Campos. Já teve canções suas gravadas em mais de vinte discos de artistas como Filipe Catto, Marcia Castro, Aíla, Duda Brack, Julia Bosco, Graveola e o Lixo Polifônico, entre outros.

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