Rádio Cultura BH AM 830 – O LP da Cultura

 

 

Caros amigos, atendendo a vários pedidos acho que consegui achar um dos LPs da Cultura. As faixas:

CULTURAMANIA: 12 BOLACHAS EXCLUSIVAS DA RÁDIO CULTURA DE BELO HORIZONTE –  SELEÇÃO DE REPERTÓRIO ADEMIR LEMOS (1976)

   LADO A :

  1. SHOTGUM SHUFFLE – SUNSHINE BAND
  2. LOVE AND UNDERSTANDING – KOOL THE GANG
  3. YOU MEANTHE WORLD TO ME SWEETHEART-RONNIE L
  4. BAND OF GOLD – ARMADA ORCHESTRA
  5. STING YOUR JAWS PART 1 – ULTRA FUNK
  6. DO IT YOURSELF – NAPOLEON JONES

LADO B

  1. BOHANNON’S BEAT PART 1 – HAMILTON BOHAHHON
  2. COME ON DANCE WITH ME – FAMILY PLANN
  3. FAMILY AFFAIR – VEIT MARVOS
  4. MIGHTY O J – PATTI DREW
  5. KEEP IT UP – MILTON WRIGHT
  6. BLOOD DONORS NEEDES -THE ELIMINATORS

Não é o LP principal da Cultura, mas pelo menos já é um deles. este está à venda no Mercado Livre

 

 

Memória: Geraldão da Radio Cultura (AM) e O movimento Soul em Belo Horizonte

Os trechos deste post são retirados da tese: “IDENTIDADE E RESISTÊNCIA NO URBANO: O QUARTEIRÃO DO SOUL EM BELO HORIZONTE” de Rita Aparecida da Conceição Ribeiro, apresentada Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Geografia daUniversidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Geografia.(2008) . Acesso em 20/01/2012.

Um pedacinho da história musical de BH e do Geraldão, que o Vitrola traz , especialmente para a turma aqui de BH. Vale a pena ler a tese – o link está acima. Lembre só:

” Assim como no Rio de Janeiro, o movimento soul começa em Belo Horizonte a partir da influência do rádio, no caso da rádio Cultura AM. E, assim como o Big Boy foi o radialista que trouxe a linguagem jovem para o rádio no Rio, em Belo Horizonte,essa transição foi encabeçada pelo radialista Geraldo Ferreira de Souza, o Geraldão.”

 

 

“O formato das rádios, assim como das primeiras emissoras de TV em Belo Horizonte seguiam o modelo mais formal. A mudança do cenário acontece com a entrada da programação segmentada, A cultura e o acesso às discussões ligadas à música, ao teatro, à filosofia,foram determinantes na influência da programação musical que se institui na CulturaAM, bem como a constituição de um novo mercado consumidor – os jovens. Muito distantes da elite que freqüentava os clubes da zona sul, os primeiros bailes soul acontecem primeiro, timidamente nas casas da periferia de Belo Horizonte, embalados pelos Ritmos da Noite , da Cultura AM:

“A influência da Cultura AM no conhecimento da soul music é ratificada por Raimundo Luzia Ventura, o DJ Tatu, responsável pela mais famosa equipe de som
da época, a Som James, que explica a sua influência:
A equipe Som James, se chamava assim porque a gente gostava do James Brown. Na época tinha a Rádio Cultura, era ali no Dom Cabral. Então tinha o Geraldão locutor, a gente conseguia alguns discos com ele, era vinil, agente gostava muito, gostávamos de soul e rock. Conhecemos através daRádio Cultura, que foi uma influência para a geração toda da época. (DJTatu, 20 nov. 2007).

 

Dos arredores da cidade, os bailes encontraram no Centro de Belo Horizonte o local ideal para o encontro dos blacks, que vinham dos pontos mais distantes dacidade. O centro era ideal, pois não havia necessidade de mais de uma condução e todos os ônibus circulavam por lá. O mais conhecido, considerado por todos osenvolvidos no movimento como o principal baile era o Máscara Negra, localizado no primeiro andar de um prédio na Rua Curitiba, 482. Sua origem foi um baile de carnaval. Depois de Doraci, o baile passou a ser administrado pela equipe que passou a se chamar Som James. O nome advém do gosto do dono Tatu, pela música de
James Brown.

“Outro baile que concorria em freqüência com o Máscara Negra era o da União Síria, que se localizava na Av. Augusto de Lima, 1269, no Barro Preto, próximo ao Centro, nos mesmos moldes. Durante a semana, os freqüentadores dos bailes black se reuniam em dois pontos de encontro na cidade: a Galeria Ouvidor, na segundafeirapara conversar e na Feira Hippie, às quintas-feiras, localizada na época naPraça da Liberdade, para dançar.”

 

“Diversos bailes aconteciam no entorno do centro, principalmente nos bairros Carlos Prates (Tremedal, Asteka, Orion, Esparta), no bairro Renascença, em diversos outros bairros. O advento dos bailes possibilitou a criação também de diversas equipes de som e de grupos de dança. Entre eles Mister Sam Jazz, África Soul, Sonimegion, Ali Babáticos, Stéreo Gladson, Soul Grand Funk, Stéreo Record Som, BlackMinas, Renegados do Funk, Jazz Summer, Woodstock, Brother Soul eBH Soul. No entanto, a força maior dos bailes, que são citados por todos os entrevistados, residia nos bailes do Máscara Negra e da União Síria, ambos na área central da cidade. Por serem tão freqüentados, eram também freqüentemente alvo de batidas da polícia.”

“A repressão policial era uma constante nos bailes, sempre exigindo dos freqüentadores documentos comprobatórios da condição de trabalhador, não apenas carteira de identidade. A maioria dos blacks não possuía carteira de trabalho assinada, pois grande parte trabalhava no mercado informal como camelôs,pedreiros, etc. E isso acarretava um grande número de detenções.”

O Estádio do Atlético nos anos 1970

“A repressão policial e a discriminação, até então sentida somente pelos freqüentadores dos bailes ficou registrada no evento Black Christmas, promovido por Geraldão e a Rádio Cultura, no campo do Atlético, em Lourdes, que se viram intimidados, mesmo contando com patrocínios de peso, como a Coca-Cola. O declínio dos bailes black no Centro de Belo Horizonte pode ser creditado, principalmente, à repressão policial.

As Lojas de Disco de BH III: Bob Tostes

A BOB TOSTES Discos e Fitas que ficava na avenida Cristóvão Colombo, 273, Savassi, do lado do Cine Pathé (em frente da atual Livraria Status) . Lá ela funcionou entre 1977 e 1996. Além  de um bom catálogo, a loja tinha uma atração especial – Bob Tostes. Bob foi e é um músico muito importante na cena musical mineira. Foi um dos líderes, em 1969, do movimento Musicanossa, que junto com Roberto Menescau promovia o intercâmbio entre músicos de BH e do Rio. Nos anos 1970 foi diretor do Festival Estudantil da Canção (FEC) : festival que lançou músicas como “Equatorial” de Beto Guedes,Márcio e Lô Borges, “Clube da Esquina” de Milton, Lô e Márcio Borges, “Canto de Desalento” de Tonino Horta,e outras.

NENoe

Depois Bob fundou uma casa noturna gostosa, chamada Baubles, na Savassi. A Baubles virou uma das casas mais importantes da cidade.O  Baubles recebeu grandes músicos mineiros como Thales Martins da Costa, Arlindo Polizzi Fo., Élson Coutinho, José Namen, Flávio Fontenelle, Melão, Talita Babl, Juarez Moreira, Paulo Nehmy, André Decquesh,  Marilton Borges, e  Yuri Popoff,  sem mencionar as  “jams” com artistas que chegavam à cidade como Menescal, Ivan Lins, Antonio Adolfo, Vitor Assis Brasil, João Donato, Tito Madi, Lucinha Lins, Luiza Fonseca, etc.Bob Tostes também foi produtor da rádio Inconfidência FM na inauguração da programação Brasileiríssima,criada por Claudinê Albertini em 1979. Em 1996, retornou à emissora para a produção de programas diários sobre cinema e MPB, até se transferir para a rádio Guarani FM, em 1999, para participar da reformulação da programação e da produção de especiais.

Voltaremos a falar de Bob em breve:

Para matar a saudade o selo da Bob Tostes Discos e Fitas:

(Retirado de uma foto no site da Fernanda Takai)

Memórias: Lojas de Disco de BH – Capítulo II

Já na década de 1980, com o declínio da Pop Rock, a nossa loja preferida passou a ser a HIFI, no recém inaugurado BH Shopping. A HI-FI ficava no 2º andar do Shopping, nível Nova Lima e era muito mais avançada tecnologicamente que a Pop Rock. A loja era grande, com um catálogo de discos muito maior, um grande número de vendedores. Na  verdade era filial da loja paulista, que tinha mais de 40 anos de tradição.

A gerência local era exercida pelo Menta, que entendia bastante de música e estava sempre pronto a ajudar com os novos lançamentos. Ir á HIFi era sempre um programa de luxo para os apaixonados por música. Abaixo uma foto do Menta:

E quem se lembra dos cupons de bonus. Dez destes cupons abaixo valiam um disco de brinde. Confesso que juntei algumas centenas deles e pude curtir algumas dezenas de discos bonus, o que dava sempre um prazerzinho a mais.

A HIFI encerrou definitivamente suas atividades no Brasil em 2002, quando seu fundador Hélcio Serrano, decidiu jogar a toalha e encerrar suas atividades. Para encerrar uma imagem da embalagem da HIFI, naqual havia local para se marcar o motivo do presente.

on Aguarde os próximos capítulos. Estamos procurando material sobre outras Lojas antigas aqui de BH: A Loja du Pê (Na Galeria do Ouvidor), As Lojas Gomes (Na Rua Tupis), O Museu do Disco (No BH Shopping), A Prodel (Na Savassi) e outras. Quem tiver algum material mande pra gente por favor…

Grande 2012 !

Memórias: A Cena Musical de Belo Horizonte (Anos 1970)

Aproveito para reproduzir um comentário do conterrâneo Ricardo Guimarães feito a respeito da postagem do disco de João Boamorte no nosso outro blog MK2S Music:

João Boa Morte

“A primeira vez que ouvi o João Boamorte tocar foi no teatro Francisco Nunes, em Belo Horizonte, no Parque Municipal, nos idos de 78/79, abrindo show do saudoso instrumentista Marco Antônio Araújo, de quem eu ainda guardo um vinil (Influências) e alguns trabalhos em mp3 (Quando a Sorte Te Solta Um Cisne Na Noite, Entre Um Silêncio E Outro, Lucas).

Marco Antônio Araújo

Na oportunidade, Marco Antônio apresentou o show Beatles & Stones. João Boamorte já era respeitado na capital mineira. Vi o Marco ao lado de outro talentoso músico mineiro da família Viana, na cidade de Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata, Marcus Viana (ex-Saecula Saeculorum), que viria a fundar o neoprogressivo Sagrado Coração da Terra. Os dois tocavam na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, que se apresentava em praça pública aos finais de semana, e num projeto da Fiat Automóveis, tendo como cenário a Praça da Liberdade.

Saecula Saeculorum em ação

A Feira de Arte e Artesanato ainda funcionava naquele local. Marco Antônio produziu alguns trabalhos sob encomenda para a iniciativa privada, enquanto Marcus Viana partiu para carreira solo e depois montou um septeto batizado de Transfonica Orkestra. Os fãs de Marco Antônio Araújo insistiam na semelhança de sua música com os trabalhos do grupo inglês Jethro Tull.

Em 86, Marco foi eleito pela revista Veja como o instrumentista do ano, dividindo espaço com os multi-instrumentistas Egberto Gismonti e Hermeto Paschoal. João Boamorte e Marco Antônio Araújo tiveram morte precoce, no auge de suas carreiras. O Grupo Mantra que acompanhava Marco Antônio nutria simpatia pelo holismo e pelo zen-budismo. Foi dissolvido com a morte de Marco Antônio e seus músicos passaram a tocar individualmente em bailes, festivais e shows de outros grupos locais. A última baixa foi o baterista Mário Castelo.”

Vamos curtir um pouquinho de Marco Antônio Araújo:

Meu Primeiro Disco

Este é um disco marcante de minha coleção. Como disse Raul Seixas ” Ao chegar do interior, inocente puro e besta” , tinha eu meus 12 anos, quando fui ao cinema assistir em Cinemascope (uma tela enorme e ligeiramente curva), o lançamento de 2001, Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. Voltei para casa maravilhado, com o filme, mas especialmente com a trilha sonora. Era véspera de meu aniversário e não tive dúvida – meu presente : a trilha do filme. A partir daí decidí iniciar a minha imensa coleção de músicas. Inicialmente LPs, compactos simples e duplos,cassetes,  depois CDs, DVDs, mp3, FLAC, e finalmente mp4 para ipod.Não tenho formato predileto, cada um com suas vantagens e desvantagens, um pra cada hora. Hoje o Raras Músicas disponibiliza para vocês o disco nº 00001 da minha coleção.

Faixas/Tracks:

 

01. Overture: Atmospheres – The Sudwesfunk Orchestra, Ernest Bour
02. Main Title: Also Sprach Zarathustra (Thus Spake Zarathustra) – The Vienna Philharmonic, Herbert Von Karajan
03. Requiem For Soprano, Mezzo Soprano, Two Mixed Choirs & Orchestra – The Bavarian Radio Orchetra, Francis Travis
04. The Blue Danube (Excerpt) – The Berlin Philharmonic Orchestra, Herbert Von Karajan
05. Lux Aeterna – The Stuttgart Schola Cantorum, Clytus Gottwold
06. Gayane Ballet Suite (Adagio) – The Leningrad Philharmonic Orchestra, Gennadi Rezhdestvensky
07. Jupiter And Beyond – The Bavarian Radio Orchestra, Francis Travis, The Sudwesfunk Orchestra, Ernest Bour, Internationale.
a) Requiem For Soprano, Mezzo Soprano, Two Mixed Choirs & Orchestra
b) Atmosphere
c) Adventures (Altered For Film)
08. Also Sprach Zarathustra (Theme from 2001: A Space Odyssey) – Vienna Philharmonic Orchestra
09. The Blue Danube (Reprise) – The Berlin Philharmonic Orchestra, Herbert Von Karajan
Supplemental Material
10. Also Sprach Zarathustra (Theme from 2001: A Space Odyssey) – Sudwesfunk Orchestra
11. Lux Aeterna – The Stuttgart Schola Cantorum, Clytus Gottwold
12. Adventures (Unaltered) – Internationale Musikinstitut, Gyorgy Ligeti
13. HAL 9000 – Dialog Montage

Memórias: Rádio Cultura AM 830 – Belo Horizonte

Outro dia, aqui no Vitrola falamos da Rádio Mundial e do Big Boy. Contamos como era difícil sintonizar a Mundial depois da meia-noite, cheia de chiados, só para escutar os últimos lançamentos nacionais e internacionais. Mas nós, aqui em BH, tínhamos uma alternativa – a Rádio Cultura, sintonizada em claríssima ondas médias (AM) 830 Khz. Era nela que ouvíamos outra vez, e conferíamos  os lançamentos que tinhamos mal escutado na Mundial.

A Cultura era uma mania de todos jovens, aqui em BH

Um dos programas mais esperados era o “CASH BOX” , de 14 às 17hs de segunda às sextas e que aos domingos, que tocava todo o Top 100 da parada de singles da Billboard. O locutor era  o Jorge Márcio e seu bordão : ” Seu rádio tá pegando fogo bicho?”   A música  tema do programa se chama Heya e quem canta é J. J. Light, um índio navajo que era baixista no Sir Douglas Quintet e gravou a música em 1969, com a participação de Jim Gordon, Early Palmer, Joe Osbourne e Larry Knechtel, além do guitarista Ron Morgan e Gary Rowles.

Relembre:

O outro locutor famoso na rádio era o Oliveira Rangel que falava: -Cuuullturaaa… enquanto tocava a música. Inesquecível! O programa mais conhecido do Oliveira Rangel era programa  que ia ao ar nos sábados e chamava-se :”CULTURA, BACK GROUND”

Outro grande sucesso da Cultura era o programa que começava diaramente às 22:00 e terminava às 00:oo  – chamava-se “Cultura Ritmos da noite”, era apresentado pelo Jorge Márcio,só tocava Rock e a vinheta de abertura era a seguinte música:

MÁRCIO SEIXAS

A terceira voz famosa da Rádio Cultura era a de Márcio Seixas, muito conhecida no Brasil, por que durante muito tempo foi o anunciante dos episódios das séries dubladas na Herbert Richers. Márcio ministra cursos de locução e leitura livre no Rio de Janeiro com turmas especiais para interessados vindos de outros estados do Brasil. É conhecido por dublar Raúl Juliá e Morgan Freeman na maioria de seus filmes. A última notícia que tive de Jorge Márcio foi triste, e falava de sua morte, em consequência de um tiro recebido. Do Oliveira Rangel não tenho notícias.

A Rádio Cultura lançou discos de vinil com músicas de sua programação, mas não tenho informações sobre suas faixas

Infelizmente, a Rádio foi comprada em 2004, pela Igreja Católica e hoje transmite apenas programas religiosos. É os bons tempos se foram.

Quer escutar rock no rádio hoje ? Desista ! Mesmo nos EUA várias rádios especializadas no velho e bom rock’n roll fecharam nos últimos anos…Voltaremos ao assunto em breve.

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