Não é sempre que uma lenda da MPB/Jazz vem tocar gratuitamente em uma praça em sua cidade. Ainda mais comemorando 60 anos de carreira e 80 de idade. Pois Raul nos deu este privilégio. A abertura do show contou com a participação de duas bandas da capital mineira, o grupo Choro Nosso e Felipe Continentino. Acompanhado por uma banda jovem e talentosa, Raul de Souza se apresentou ao lado de Fábio Torres (teclados), Mário Conde (guitarra e cavaquinho), Glauco Sölter (baixo) e Serginho Machado (bateria). O repertório do show teve um pouco de cada um dos seus trabalhos mais recentes, o DVD “o DVD “O Universo Musical de Raul de Souza” e o CD “Voilá!”. Raul é mais conhecido no exterior que no Brasil, mas aqui já tocou com Pixinguinha, Agostinho dos Santos, Tom Jobim, Zimbo Trio, Paulo Moura, Milton Nascimento, Djavan, Maria Bethânia, Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti, além de participar da gravação do primeiro disco de música instrumental brasileira da história, ao lado de Sivuca, Altamiro Carrilho e Baden Powell. Em seus 80 anos de carreira, Raul também se apresentou com Sergio Mendes, Airto Moreira, Sonny Rollins, George Duke, Freddie Hubbard, Cannoball Adderley, entre outros.O instrumentista teve um de seus trabalhos, “Collors”, como matéria de estudo da renomada Berklee College of Music. Seu nome figura entre os melhores trombonistas do mundo em revistas especializadas e é considerado referência mundial por sua ginga e fraseado brasileiro, típico das gafieiras cariocas. Mestre da arte musical, Raul de Souza se dedica, também, a experimentação de diferentes instrumentos e propostas musicais, a exemplo do Souzabone, criado pelo músico.
O repertório do show teve Jobim (“Ela é carioca”), um Nelson Cavaquinho (“A flor e o espinho”) e os clássicos (“ Vou Vivendo ” e “Urubu Rei” ) e nada menos do que oito temas originais, que mostram o seu lado de compositor entre eles, “À vontade mesmo”, faixa-título do seu álbum de estréia, de 1965. Ótimo show para um público às vezes nem sempre tão atento a qualidade da música que nova no palco.
O vídeo abaixo não é da apresentação em BH, mas dá uma ideia do que ouvimos aqui:
Boas surpresas no show de lançamento do novo álbum do Transmissor “De lá não ando só”. A primeira boa surpresa, a banda ao vivo é melhor que gravada. Embora a equalização do som tenha deixado a desejar – a voz dos cantores soava um pouco embolada , as melodias agradáveis, as maravilhosas intervenções da guitarra de Henrique Matheus e a bela voz de Leonardo e Jeniffer a compensaram amplamente. Impossível não se empolgar com a levada da banda, que esbanjou maturidade. Impossível também não considerar que hoje o Transmissor seja o mais legítimo herdeiro do legado deixado pelos Hermanos. Como diria o comercial de cerveja, provavelmente a melhor banda de rock do cenário musical brasileiro de hoje. As novas canções estão mais pesadas, no sentido musical, mais rock que balada, mas continuam agradavelmente suaves. “De Lá Não Ando Só “é um álbum especial dentro do cenário musical brasileiro, merece ser ouvido muitas vezes e o show só fez valorizar as belíssimas “Casa Branca”, “Queima o Sol”,”25 horas por Dia”e “Todos vocês” entre outras. Destaque também para sucessos já conhecidos do público, como “Só se for Domingo” e “Primeiro de Agosto”, além do belo cover para a antológica “Nada será como antes”, como que para marcar a sua forte ligação com as raizes da boa música mineira.Porque 3 e 1/2 ? Só por causa da equalização.
Foi muito bom o show no Café com Letras, localizado no Espaço Cultural do Banco do Brasil na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, nesta segunda-feira, dia, 5 à noite. Apresentaram-se o pianista e compositor Marcos Souza, filho de Chico Mário e sobrinho de Betinho e Henfil, acompanhado do excelente percusionista Gladson Braga e de uma inusitada convidada internacional, a islandesa Sigrún K. Jónsdóttir.Sigrún começou os estudos de violino e posteriormente piano e trombone. Formada em música clássica na escola de música de Hafnarfjörður e jazz no rhythmic institute of FÍH, em Reykjavík, em 2013 graduou-se em música do mundo, especializada em música latina na Universidade de Artes de Rotterdam, Codarts. Em Rotterdam, conheceu o músico brasileiro Marcos Souza, que participou de um show na mesma universidade. Além de uma paixão por fazer arranjos e dar aulas, tem atuado com diversos artistas como Gerardo Rosales, Björk Guðmundsdóttir, Izaline Calister, Lilian Viera, entre outros.
O repertório foi composto basicamente de musicas do compositor Chico Mário, pai de Marcos. A obra de Chico é extremamente brasileira e variada, composta por choros, baiões, valsas, e uma infinidade de ritmos. Foi interessante notar como os arranjos foram bem executados, de modo que, a obra de Chico, quase toda escrita para violão, pudesse ser executada e valorizada por um belo piano, tocado por Marcos e lindos solos de trombone e violino de Sigúr, embalados por uma rica e delicada percussão de Gladson. Destaques para temas políticos como Guerra de Canudos, a belíssima Las Locas, em homenagem às mães da Plaza de Mayo, para os belos choros e para os improvisos. Enfim uma noite quase perfeita, só incomodada pelo ruído de fundo de alguns frequentadores mais interessados em curtir seu celular do que a ouvir uma boa música. E resta uma pergunta, porque conhecemos tão pouco a extraordinária obra deste músico brasileiro ? Que venham outras oportunidades.
Eu não imaginaria estar escrevendo esta crítica aqui hoje, mas estou. Sim ele veio falar “uai”. Sir Paul McCartney, em carne, osso e muita simpatia, como sempre, abençoou finalmente esta terra carente de megashows que é Belo Horizonte. Finalmente provamos, após grande força popular (e mérito da petição no facebook chamada “Paul Vem Falar Uai”) que nossa BH está entrando para a rota da música mundial.
O que vi ontem foi uma cidade em frisson, mas também quem não ficaria? É o Paul meu povo! É o que temos de mais próximo aos Beatles hoje (com meu TOTAL respeito a Ringo Starr que também faz shows extraordinários, mas não segue a linha histórica de Paul).
Lamento muito ainda a falta de estrutura da “Toca 3″‘ (foi mal atleticanos, a casa ainda é só nossa) e a falta de preparo da produtora para receber tamanho evento. A toda hora eu podia ouvir o clássico comentário “este é o país da copa”, pois eram filas intermináveis, comidas e bebidas caras, instrutores que não instruiam nada e por ai vai. O meu setor, a cadeira inferior roxa, tinha somente um local de entrada e saída…imaginem o caos? Ouvi falar que até a pista premium teve seus perrengues por ai. Mas ninguém desistiu afinal, pelo sir Macca, vale tudo, até confusão num sábado a noite.
Paul entrou pontualmente (como todas as outras vezes) às 21:30. E eu amo essa pontualidade britânica, é só mais um charme de Sir Paul. E entrou logo chutando tudo com a clássica “Eight Days a Week”, um presente para os Beatlemaniacos presentes no local (eu diria 90% do público presente). Apesar de um começo morno, pois logo depois ele emendou “Junior Farm” que não era de grande conhecimento do público belorizontino, ele levantou a platéia com “All My Loving”, logo resgatando bons tempos do ié ié ié e mexendo todo o Mineirão. Brincou muito, eram várias frases em português e mineirês como “Trêm bão demais” e o esperado “Uai”…espero mesmo que tenham contado a ele o porque de falarmos tanto “uai’, afinal nada mais inglês que esta expressão mineira. Um momento mais introspectivo se prolongou após “Listen to What The Man Said”, “Let Me Roll It” (grande fase de Macca com Wings), “Paperback Writer”, “My Valentine” (do belíssimo Kisses on The Botton, um presente para os casais apaixonados e com direito a Jonnhy Deep e Natalie Portman no vídeo), “The Long and Winding Road” e a inesperadíssima ‘Maybe I’m Amazed”, em homenagem eterna a sua Linda (que dessa vez só não foi mais homenageada em respeito a atual mulher de McCartney).
A partir dai, após ter ganhado os corações da platéia (afinal como não chorar com Maybe I’m amazed?) ele trouxe “Hope of Deliverance” (mais uma novidade da turnê), “We Can Work It Out” e, pasmem “Another Day”. Esta música do album “Ram” é um lado B que fez muito sucesso no Brasil na década de 70, mas nunca deixou de ser um lado B, por isto era totalmente inesperada. Para minha alegria, da minha irmã e do meu pai (que é apaixonado com essa música), Paul permitiu que curtíssemos juntos (mas separados apenas por sentarmos em locais diferentes) esse clássico. Depois dela ainda ganhamos de presente “And I love Her”, levando muitos ao choro, a belíssima obra prima de Paul “Blackbird” e “Here Today”, em homenagem a John Lennon (linda letra, mas particularmente não uma de minhas favoritas).
Mas mais surpresas estavam reservadas para os mineiros nesta noite. Ao entoar “Your Mother Should Know”, outro clássico lado B só que da época de Beatles, Paul homenageou mulheres e mães, passando em seu telão imagens de mães famosas com seus filhos (inclusive de Lady Di com os principes ainda pequenos, que foi a que mais me marcou), já emendada com “Lady Madonna” que voltou a agitar a platéia que parecia desconhecer a música anterior. Melhor ainda foi a presença de “All Together Now”, onde era possível ver todos dançando de maneiras mais diferentes e mais desajeitadas possíveis, o que tornou a música ainda mais divertida. “Eleanor Rigby” também foi cantada a plenos pulmões por todo o estádio, “Mr Vanderbilt” com seu coro “OH HEY OH” também me fez arrepiar e ai recebemos mais um pequeno presentinho de Sir Paul: “Being For The Benefit Of Mr. Kite” tocada pela primeira vez ao vivo desde sua gravação. Era possível perceber que muitos presentes entenderam aquilo como uma nova música e não como um lado MUITO B da época de Beatles. Os beatlemaníacos (como eu) foram ao delírio. Ah Paul, você sabe mesmo ser demais.
Com o Ukelelê ele novamente homenageou George Harrisson com a lindíssima “Something” e seu guitarrista fez arrepiar até meus fios de cabelo ao entrar com o solo de George e mostrar a falta que ele faz a música mundial. “Obladi Obladá”, “Band on The Run”, “Hi Hi Hi” e “Back at The URSS” mantiveram o pique do showzaço que estavamos presenciando, até novamente sermos surpreendidos com talvez a cena mais bonita de todo o show: em “Let it Be” todo o Minerão foi iluminado por câmeras, celulares, isqueiros e o que mais tinha de luminoso e criou um belíssimo céu estrelado na terra. Não podia ser mais adequado. Chorei de emoção, e olha que nem gosto de “Let It Be”. Nesta hora fomos nós mineiros que demos o show, e até Macca reconheceu isto.
Let It Be
“Live and Let Die” foi a próxima com aquele show de pirotecnia que encanta, sem contar os jogos de luz e de câmera no telão, faz até a gente esquecer que só uma música pra um filme do 007. Depois ele fechava o show (antes dos dois bis) com “Hey Jude” para mais uma participação das luzes da platéia. Pra quem foi embora essa hora, nada a reclamar, mas ainda perderam um dos pontos altos do show. Paul voltou ao palco para a dancante “Day Tripper” já avisando que havia mais para dar, “Lovely Rita” foi outra agradabilissima surpresa para os beatlemaníacos seguida para a inconstestável “Get Back”, uma das melhores músicas do quarteto londrino, fechando o bis número 1. Para o retorno, fazendo graça com bandeiras do Brasil e Grã-Bretanha, Paul comandou o coro para “Yesterday”, radicalizou com Helter Skelter (levando sua voz ao grau máximo de esforço) e fechou o show com o MARAVILHOSO medley”Golden Slumbers-Carry That Weight-The End”. Precisava de mais? Para os fãs, sempre, mas para quem foi ver ou conhecer a lenda, Paul mostrou porque foi e ainda é o maior músico pop/rock em atividade no mundo. Showman como ele ainda não encontramos. Sorte de quem esteve no Mineirão ontem como eu.
Live and Let Die
Para nós, cruzeirenses, atleticanos, americanos, mineiros e brasileiros presentes fica só o desejo de quero mais e nosso humilde agradecimento expressado através de milhares plaquinhas de Thank you durante o “Hey Jude”. Obrigada por uma noite inesquecível Paul.
Nossa Sousa adotada Lígia Passos foi ao Lollapalooza em SP este ano, e apresenta suas impressões para a gente!
“Um ano depois, e lá estava eu de novo…
Se em 2012 eu só fui para ver o show do Foo Fighters, dessa vez eu estava disposta a participar da experiência musical que Lollapalooza ofereceria por 3 dias. Mesmo porque perdi a chance de ver ao vivo bandas que passei a gostar bastante depois (Foster The People, MGMT e Band of Horses). Então, numa nublada tarde de sexta-feira, calçando minhas confortáveis e impermeáveis galochas, adentrei ao Jockey Club de São Paulo.
O ambiente já era conhecido, mas a lama era inédita! A chuva tão comum na cidade, ainda mais nessa época do ano, não perdoou nos dias que precederam o festival, proporcionando um solo nada agradável de se movimentar, mas enfim, aquilo não era um concerto de música clássica e eu já sabia o que me esperava.
Cheguei a tempo de ver The Temper Trap executar sua última música, “Sweet Disposition”. A única que eu conhecia! Culpa do filme 500 Dias Com Ela.
Show encerrado, bora atravessar o Jockey até o Palco Butantã pra ver o esperado show do Cake. O que encontrei? Uma banda um tanto quanto desleixada, que subiu no palco sem setlist pré-estabelecido e com um blá blá blá bem cansativo. Acho que se John McCrea tivesse tocado mais, e falado menos ( e arrumasse um violão que não precisasse ser afinado toda hora!) teríamos um show bem melhor. Ao menos os grandes hits da banda apareceram, e ainda um belo cover de War Pigs do Black Sabbath.
De volta ao palco Cidade Jardim, começava o “viajante” show do Flaming Lips (que eu só conhecia a música Do You Realize). Confesso não estar preparada para tamanha psicodelia!!! O tal de Wayne Coyne entoava canções (dizem que a maioria inéditas) enquanto ninava uma boneca e observava os aviões em rota de pouso, inclusive chegando ao absurdo de imaginar que um deles poderia cair ali!!!
No outro palco, começava o show do Deadmau5. Eu não tenho um pingo de paciência para música eletrônica, mas fui lá ver do que se tratava. Luzes, muitas luzes e um cover de Killing in the Name Of (Rage Against the Machine). Ok! Não gostei, não vou insistir!!! Ao retornar para esperar o início do The Killers, me deparo com o Passion Pit no palco alternativo. Opa, que som legal!!! Nunca tinha ouvido falar da banda indie rock, mas pela alegria dos hipsters presentes, dava pra ver que eles eram bem queridinhos. Gostei bem do show, com musiquinhas bem felizes que já estão no meu iPod!!! Pra quem quiser experimentar, comece por Little Secrets, Take a Walk e Sleepyhead.
Agora era hora do headline do dia, e não podia ter começado melhor: Mr. Brightside logo de cara pra mostrar que o The Killers estava ali! E como estava!!! Ótimo show, com todos os hits presentes e muito bem executados, e um Brandon Flowers demonstrando que estava feliz de estar ali.
Segundo dia, céu azul e ensolarado e mais uma feliz descoberta: Two Door Cinema Club. Banda indie-pop-rock comandada por um ruivinho gracinha que colocou a turminha jovem pra dançar. iPod devidamente abastecido, e What You Know ficou entre as mais tocadas da minha semana!
Agora era a hora da maior dúvida de todo o festival: os ótimos mas já conhecidos Franz Ferdinand ou os ótimos e revelações Alabama Shakes???
Acabei escolhendo a novidade e não me arrependi! Brittany Howard é diva! Canta com pegada rock and roll e sensibilidade de soul music. Excelente!!! Expectativas totalmente atendidas! Não resisti e dei uma corridinha até o palco do FF bem na hora de Take me Out. Apesar de toda energia de Alex Kapranos, foi possível notar que o som não estava muito bom.
De volta ao palco Cidade Jardim, e o Queens of the Stone Age fazia o show mais barulhento dos que eu já tinha visto no festival. E que barulheira boa! Josh Homme e cia fizeram um show impecável, digno de headline de festival. Entrou pra minha lista de melhores shows da vida. E olha que eu “teoricamente” só gostava de 3 músicas deles.
Entre uma caminhada na lama, uma fila pro banheiro e um lanche, era possível ouvir Criolo entoar sua “Não Existe Amor em São Paulo” em meio a gritos e protestos contra Feliciano.
Já devidamente posicionada, aguardava ansiosamente aqueles que mais ouvi nos últimos meses: The Black Keys!!! Os primeiros acordes de Howlin’ for You abriram uma sequência de música boa, passando por toda a carreira da dupla, e claro recheada dos hits dos álbuns mais recentes Brothers e El Camino. Eu, Lígia, achei que fizeram um showzaço. Dan Auerbach arrasa na guitarra e nos vocais. Eu, fonoaudióloga, tinha algumas dúvidas sobre sua projeção vocal em grandes espaços. Mesmo sem entender nada de gravação, dá pra perceber que nos CDs há muito efeito de distorção em sua voz, mas achei que ele se portou muito bem ao vivo, atingindo notas altas no ponto. Arrisco-me a dizer que “Everylasting Light” foi o momento mais arrepiante pra mim em todo o festival. Um globo espelhado refletindo luz sobre o palco e platéia e o falsete de Dan me acertaram em cheio! Confira:
Saí do Jockey super satisfeita com o show, e sem entender algumas críticas de que eles não seguraram o posto de headline, nem tinham repertório para tal.
Terceiro e último dia! Dia de Pearl Jam. Era fácil perceber que a grande maioria dos presentes estavam ali para ver o grunge de Seattle.
Cheguei a tempo de ver todos os grandes hits do Kaiser Chiefs, comandados por um vocalista escalador de palco! Bacana, mas na minha cabeça só tinha lugar para Eddie Vedder aquela noite.
Foi quando fui novamente surpreendida por uma banda que pouco conhecia além do hit Hate To Say I Told You So. O The Hives arrasou!!! Pelle Almqvist carismático até não poder mais, e sem ser forçado, conquistou ali muitos novos fãs, inclusive eu, e fez a banda garantir seu lugar no pódio dos melhores shows do Lollapalooza 2013.
A esperada volta do Planet Hemp com B Negão e Marcelo D2 levantou fumaça no fechamento do palco Butantã, mas nessa altura do campeonato, eu (e Natália que topou a aventura!!!) estava fincada na frente do palco aguardando Mr. Vedder. Ok, até onde era humanamente possível ficar na frente do palco!!!
E lá veio o Pearl Jam. Pela segunda vez eu tinha a oportunidade de ver uma das minhas 3 bandas favoritas se apresentar ao vivo. E novamente foi sonoramente perfeito, emocionante. Mais um show pra entrar pra (minha) história. Acho praticamente impossível o Pearl Jam fazer um show com setlist ruim, mas confesso que os achei bem óbvios dessa vez. Talvez já seria a hora de desapegar de alguns hits do álbum TEN e presentear os grandes fãs com lados B. I Believe in Miracles (Ramones) e Baba o’Riley (The Who) já são tão garantidos nos shows quanto as baladas incríveis Betterman (a minha preferida deles) e Black. Fato é que, cumpriram sua missão de encerrar a noite e a segunda edição do Lollapalooza Brasil. Certeza que mandaram 60mil pessoas bem mais felizes para casa.
Então, essa foi uma “breve” impressão minha do festival que, apesar de todas as críticas, já tem lugar na agenda de grandes eventos do país. Há sim muito a melhorar no que se refere à estrutura e organização. Line up nunca agradará à todos, mas não podemos negar que é das melhores oportunidades de ver bandas queridas, e conhecer novas para aumentar nossa biblioteca musical.
O Lollapalooza 2014 já está agendado, e posso dizer que eu e minhas galochas temos grandes chances de estar lá marcando presença novamente. Porque música é bom, e música ao vivo é melhor ainda!!!”
O Palácio das Artes esteve lotado na noite de sexta dia 15/03/13. O motivo era a presença do líder do Jethro Tull, mais uma vez entre nós em Belo Horizonte, para apresentar o repertório de seu álbum Thick As A Brick lançado pelo Jethro Tull em 1972. Numa primeira parte que durou cerca de uma hora, Ian Anderson encantou a todos , ou melhor nos hipnotizou a todos ,com uma performance perfeita. Sua voz ainda é a mesma, assim como a vitalidade e a presença de palco. Parece que o tempo não passou para ele. Cabe ressaltar a excelente banda de apoio, que não deixou que sentissemos a falta do restante do Jethro Tull. Composta do ator e excelente vocalista inglês Ryan O´Donnell que representou muito bem a figura central do disco, Gerald Bostock. Impressiona o timbre de voz de O´Donnell e a sua perfeita sintonia vocal com Anderson. Além dele , um excelente guitarrista , o alemão Florian Opahle, o veterano John Ohara nos teclados, um baterista competente Scott Hammond , e David Goodier (baixo).
Após um intervalo de 15 minutos (ou um pouco mais) , a segunda parte da apresentação veio também com a execução na íntegra de Thick As A Brick 2 que maravilhou todos os presentes. Mais uma vez, a estória gira em torno de Bostock só que 40 anos depois.Após a bela execução de TAB2, a banda retorna ao palco para um único e essencial bis da excelente música Locomotive Breath que fez o teatro ir abaixo! O público de pé acompanhou em coro a letra juntamente com Anderson que se encontrava visivelmente satisfeito pelo belíssimo show que ele e sua banda acabara de fazer. Só posso dizer, que é sensacional a ideia de apresentar ao vivo discos icônicos como Thick As A Brick, e emocionante ver como eles resistiram ao tempo. Um show fantástico e inesquecível.
Parecia um sonho, um de meus maiores ídolos da juventude aqui em BH, alí pertinho, pertinho, cantando ao vivo os sucessos que embalaram desde a minha adolescência até a vida de adulto. Afinal Sir Elton John traz na bagagem nada mais, nada menos que 50 anos de uma carreira cheia de hits. E o Mineirão foi um palco quase perfeito para recebê-lo na continuidade da turnê “40th anniversary of the Rocket Man”. Às 22:02 o público vibrou com “The bitch is back”seguida por “Bennie and the jets”. Elton cumprimentou a plateia, e disse estar muito feliz de tocar no Brasil. O show foi marcado ainda por belos solos de guitarra e de piano, aliás, como é bom pianista Elton John. Quase todas canções mais conhecidas tforam tocadas, como “Rocket Man”, “Candle in the wind”, “Tiny Dancer”, “I guess thats why they call it the blues”, “Daniel”, “Skyline pigeon”, “The One” e “Dont’ let the sun come down on me”. O show terminou em alto astral após “Saturday nights’ alright for fighting”, quando Elton se retirou o palco, e o público pediu bis. Elton John voltou e encerrou o show ao som de “Your Song”, música gravada por Billy Paul, e um dos destaques do filme “Moulin Rouge”. Muito simpático, autografou várias camisetas e objetos atirados ao palco.
A propósito, O Mineirão passou bem no teste para grandes eventos musicais. O único senão foi o som um pouco embolado no início do show, e que foi corrigido com uma equalização melhor ao decorrer do show. Muito bom e que venha Sir Paul McCartney em maio.
Domingo passado vivi uma experiência diferente. Como eu achava que era um dos poucos fãs da banda inglesa , lendária nos anos 1970-1980, fui sozinho assistir ao show deles no Granfinos, um pequeno bar dançante e casa de shows, localizada em Santa Efigênia. Eu não podia perder a chance: afinal, em 1980, em Londres eu tive que procurar em uma loja de LP’s usados, para comprar um clássico das bandas : Argus , que eu não conseguira encontrar em BH. Agora os cara iam tocar a menos de três mil metros de minha casa e eu não iria? Afinal o Wishbone Ash é considerado como um dos maiores inovadores do rock, no que diz respeito à harmonia , com o uso das “guitarras gêmeas” atuando como “lead guitar” . Na época, Andy Powell e Ted Turner foram votados como “Two of the Ten Most Important Guitarists in Rock History” (Traffic magazine 1989),e depois como “Top 20 Guitarists Of All Time” (Rolling Stone). A Melody Maker(1972) descreveu Powell e Turner como “o dueto de guitarras mais interessante desde que Jeff Beck e Jimmy Page tocavam juntos no The Yardbirds”.Os membros originais eram : Martin Turner (baixo & vocais) , Steve Upton (baterias e percursão) , Andy Powell e Ted Turner (guitarras e vocais) . A formação que esteve em BH foi a do Martin Turner’s Wishbome Ash, no seu tour mundial “No Easy Road”. Martin Turner’s Wishbone Ash apresenta os guitaristas Ray Hatfield e Danny Willson, e o baterista Dave Wagstaffe, nas como Martin foi o fundador da banda, permanece fiel aos arranjos e ao legado do Wishbone Ash original.
Foi uma boa experiência. Um público majoritariamente masculino, com a idade variando de 30 aos 60 anos, assistiu uma autêntica “guitar band” dos anos 70, com guitarristas excelentes, arranjos fiéis ao legado do Wishbone Ash e uma lenda viva do rock: Martin Turner como “front man”, tudo assistido de uma distância de menos de 5 metros do palco. Dá para querer mais. Superdivertido. Foi uma grande noite. Perdeu quem não foi.
Como o vitrola gosta de tudo, convidamos uma amiga dos Sousa para falar sobre ópera (afinal aqui também se escuta clássicos). Marina Nogueira esteve na ópera Tosca, de Giacomo Puccini, aqui em BH, e conta pra gente suas impressões.
EU sou o tipo de pessoa que nao poupa tempo, dinheiro ou espaço ppra ir num show do chiclete com banana. Logicamente, gosto de outras coisas, mas talvez todos tenham se assustado quando contei com animação que iria numa opera.
O mais perto que cheguei de uma opera foi uma apresentação da filarmônica de MG e do fantasma da opera na broadway. E gostei dos dois.
Resolvi ir a opera porque o preço estava bom (paguei 25 reais, meia entrada, no primeiro setor do palácio das artes! – o maior e melhor teatro demBH) e sempre tive vontade de conhecer.
Bem, a opera escolhida foi Tosca, de Giacomo Puccini (o compositor de La boheme). E chegou o grande dia. Confesso que estava com medo de ficar cansada, afinal, sao 3 atos de opera pura! Estava com uma enxaqueca péssima (e ao final do espetáculo não senti mas nada! )Mas lá fui eu fim uma amiga muito querida. Foram 3 atos com duração de aproximadamente 2:30 horas.
A história se resume entre um jogo de amor e sedução entre a cantora Tosca, o pintor Cavaradossi e o chefe de policia Scarpia. Na minha opinião, os pontos altos do espetáculo sao a participação do coral lírico de MG e do coral infantojuvenil do palácio das artes. Porém todo o espetáculo é marcado de solos e duetos lindíssimos, tanto no canto como na interpretação!
Relevo tambem a lindíssima participa ao da orquestra filarmônica de MG, como sempre surpreendente.
Tosca vem munida de ótima direção e elenco: cena e cenários de Carla Camurati e Cecília Modesto, musica e regência de Roberto Tibiriça e como protagonistas a soprano Eiko Senda interpretando Tosca (incrível!); o meu preferido, o tenor Richard Bauer que interpreta Cavaradossi e o baixo-baritono Stephen Bronk interpretando Scarpia. Ainda tem Igor Vieira, Eduardo Amir, Flávio Leite, Andre Fernando e Lukas D’oro.
Quem nunca foi a uma opera essa é uma oportunidade única e imperdível. Virei fã e pretendo ir em todas que puder. Nao é cansativo e sugiro que compre o livreto sobre a opera (R$ 5,00) no proprio teatro ou leia a sinopse antes – nos sites wikipedia ou no site do palacio. O interessante é que há um letreiro com as traduções (as musicas nessa obra sao cantadas em italiano,) então dá pra entrar muito na história. Ainda assim há partes cômicas e lindas musicas! Estou apaixonada com o espetáculo, que nao ganha pontos só pela interpretação e da orquestra, mas tem um cenário e figuração lindos!
Fica a dica! Está em cartaz no palácio das artes (www.fcs.mg.gov.br) nos dias 19, 23, 26 e 28 de junho. Classificação 12 anos.
Eu adoro ir para São Paulo, não só pelo de relaxar e encontrar meu namorado, mas porque SP sempre me oferece uma gama de eventos e opções de lazer, especialmente musicais, que são as que sempre me atraem.
Neste fim de semana fui assistir a Maria Rita no Citibank Hall, ou antigo Palace, a convite do meu namorado. Confesso que, se ela estivesse se apresentando em BH, talvez eu nem daria tanta importância a este show, já que há muito não escuto uma música dela.
Maria Rita me lembra minha adolescência, quando eu achava o máximo gostar de música brasileira (mas não conseguia ter muito apreço pelas MPBs de verdade, hehe), mas o meu processo de amadurecimento (e aquele episódio dos IPODs entregues a emissoras de rádio para promover, forçadamente, seu novo álbum) me fizeram desenvolver uma certa antipatia por ela, achando que, realmente, ela se aproveitava do fato de que era filha da Elis Regina. Bem, mas mesmo assim, eu topei ir, afinal, era uma maneira de aumentar meu currículo musical, e não é que eu deteste ela assim, era só uma leve antipatia.
Porém, dito e feito, já com 1h de atraso, eu pensei, “é antipática mesmo, deve estar se maquiando”, e até meu namorado, que adora Maria Rita, se estressou, e as vaias começaram. Com 1h e 10 ela finalmente entra, com um belo vestido, pouco discreto, porém pouco ousado, e canta. Depois de uma chuva de aplausos, a primeira frase é um pedido de desculpas: “Sabe esta coisinha que uso aqui no meu ouvido? É o que uso para escutar o show e vocês, e ele estava estragado, e infelizmente demorou para ajeitar.” Eu achei tão educado e delicado, que isto foi uma maneira pra me desarmar para ouvir o show.
E por ai fomos passando entre sucessos de seu primeiro album, Maria Rita, o Segundo e o Samba Meu, com destaque para “Pagu”, “Cara Valente”, “Encontros e Desencontros”, “Veja Bem Meu Bem”, “Nem um Dia”, “Cria” e , claro, “Tá Perdoado”. Para terminar duas seguidas do seu amigo (e porque não paixão platônica) Falcão do O Rappa: “O Que Sobrou do Céu” e “Minha Alma”.
Entre suas músicas, seus passos de dança característicos (que sempre me lembram da comediante Samantha Schmutz imitando uma apresentação de Maria Rita no programa do Jô), uma voz impecável (e de dar inveja, porque isto ela herdou mesmo da mãe) muita conversa e uma pegada de timidez (que sempre levava ela a segurar a barra de seu vestido como uma menina recém chegada aos palcos) Maria Rita conquistou o público presente em São Paulo, que não fez feio e lotou o Citibank Hall. Aliás este é mais um ponto positivo de se assistir a qualquer apresentação em Sampa, os paulistanos estão tão acostumados a conviver com cultura o tempo todo que qualquer artista consegue encher uma casa de shows, e deve ser por isto que para eles é tão prazeroso sempre voltar a SP. E olha que todos cantam todas as músicas, sem pestanejar, como se fossem fãs calorosos.
Agora que fiz as pazes com Maria Rita, e voltei a respeitar seu legado musical (mesmo que curto), termino aqui com a minha favorita da apresentação de sábado: “Não Deixe o Samba Morrer”, uma bela homenagem para este estilo musical, que ela afirma ser tão próxima, o samba.