A dica é o laçamento do livro em que a violonista, compositora e cantora apresenta crônicas sobre 80 nomes da música. São artistas de todos os continentes que a influenciaram na vida e na carreira que já contabiliza cerca de 30 anos.Entre estes 80 artistas, oriundos de diversos cantos do mundo, há brasileiros como a cantora carioca Elza Soares, a cantora cearense Marlui Miranda, o cantor sul mato-grossense Ney Matogrosso e o músico fluminense Egberto Gismonti. Entre os nomes estrangeiros, há o inglês Sting, o violinista teuto-americano David Garrett, o irlandês Hozier, a cantora franco-tunisina Amina Annabi e a cantora canadense Sarah McLachlan.
E o melhor, Badi lançou no You Tube e no Spotfy a sua playlist. O Vitrola não poderia deixar de divulgá-las:
Impossível falar em jazz sem citar blues. Ambos surgiram como irmãos, lado a lado, num mesmo ambiente.
Como diz Greg Tivis : ” Por definição, o blues é tanto uma forma quanto um gênero musical, enquanto o jazz é definido como uma forma de arte musical. O blues refere-se tanto a um certo tipo de progressão de acordes, quanto a um gênero construído nessa forma. O jazz é muito mais difícil de definir porque seu alcance é amplo, abrangendo desde o ragtime do final do século 19 até a moderna música de fusão.”
Na verdade, ambos os estilos têm muito em comum. Ambos se originaram no sul dos EUA, nas comunidades afro-americanas, no final do século XIX. O blues originado das canções de trabalho, espirituais, cantos e gritos de campo.
Caracteriza-se por seus acordes em progressão, pelo uso de notas dobradas – as blue notes (em azul na escala) – suas letras tristes, melancólicas. A blue note provém das escalas usadas nas canções de trabalho, cantadas pelos escravos, geralmente como um tipo de lamento, uma queixa contra a dureza do trabalho nos campos. Do ponto de vista técnico, consiste em criar uma nota atípica à escala diatônica tradicional, transformando-a numa escala de blues.
Ambos os gêneros tornaram-se populares, chegaram às grandes cidades. Nos anos 1920 o blues começou a vender mais discos, caminhando rumo ao norte, especialmente em direção a Chicago, ao longo do tempo dando origem a diversos subgêneros como o country blues, o blues rock e até ao punk blues.
O jazz, embora nascido nas mesmas comunidades e ao mesmo tempo, resultou como já vimos da combinação de música africana com a europeia, especialmente a partir de New Orleans. Caracteristicamente, em qualquer época, o jazz manteve esta capacidade de incorporar a música popular de sua época. Não foi diferente com o blues: a escala usada na maioria dos blues de 8 e 12 compassos, cedo passou a habitar o universo jazzístico
A crescente popularidade do jazz e do blues levou naturalmente à era das big bands. Centenas de orquestras de dança se espalharam por todos os EUA. Graças a eles, a América encontrou sua própria voz. Ao longo das décadas, os subgêneros se multiplicaram: dixieland, swing, bebop, jazz latino, acid jazz, fusões com o funk, progressivo, com hip hop. Hoje é difícil classificar o que é jazz ou blues. Tanto um quanto o outro constituiram-se em formas de arte puramente americanas, talvez a maior contribuição americana para a cultura mundial.
Uma pequena amostra do que vem por ai: escute porque vale a pena assistir todos os dois.