Lançamento: Boi Luzeiro : É o Boi/Folia dos Sertões (2018)

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No ano passado O Vitrola falou sobre um novo grupo – Boi Luzeiro –  que estava nascendo aqui em BH, com influência da cultura popular de diversas regiões do Brasil como, por exemplo, Folia de Reis, Maracatu de Baque Virado, Coco, Congo, Ciranda e Lavadeiras do norte de Minas.

A estréia do grupo se concretizou em março de 2017 no Centro Cultural da UFMG, através do projeto Música e Poesia.
Integrantes:

  • Militani de Souza (voz e violão)
  • Anna Luiza Magalhães (voz e percussão)
  • João Vitor Romano (voz, violino e baixo)
  • Pedro Pessoa (voz e percussão)
  • Laís Moreira (voz e percussão)
  • Sara Marques (voz e percussão)

Como diz o seu press release:  “Boi Luzeiro é o fluxo das emoções, onde musicalizam-se as travessias. O projeto é preenchido de composições autorais que falam da terra, do rio, dos sentimentos, do sertão, do corpo e da natureza. Músicas e poesias que se misturam em declamações, breves encenações e canções com voz, violão, violino, baixo e percussão.”

Num pais que raramente dá valor ao seu rico patrimônio cultural, é uma alegria poder lançar estes jovens, impregnados de talento, musicalidade e brasileirice. As duas primeiras músicas têm cheiro de curral, sabor de fruta madura, saboreada ao pé de árvore, frescura de sombra de mangueira,  fluidez de um rio sonoro limpo e cristalino. Ouçam com carinho:

 

 

Série : Ouvir Jazz – Post 2 – New Orleans

Canal Street, 1857

ANTECEDENTES HISTÓRICOS:

 

 Jazz nos lembra Nova Orleans, localizada no estado da Louisiana, sul dos Estados Unidos. Para esta nossa série, procurei entender o porquê de um local tão específico.

  • Em 1764, com pouco mais de 50 anos de fundação, Nova Orleans, então francesa, foi cedida pela França à Espanha.
  • Em 1800 o imperador Napoleão Bonaparte reintegrou Nova Orleans à França
  • Logo a seguir, em 1803 ele vendeu por U$15 milhões, ao governo americano, o restante dos territórios na América do Norte, ainda pertencentes à França.
  • Esta venda incluiu a Louisiana francesa que correspondia ao território de 13 dos atuais estados americanos: Louisiana, Arkansas, Missouri, Iowa, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Nebraska, Kansas, Wyoming, Minnesota, Oklahoma, Colorado e Montana.
  • O preço final, computados os juros, em valores da época: U$ 27.267.622 por 2.144.500 km² (R$12,72 por km²)
  • Obviamente Nova Orleans passou a pertencer aos Estados Unidos.

Como resultado imediato, Nova Orleans, um porto de frente para o Caribe, já habitada nesta época por imigrantes europeus, majoritariamente latinos (franceses, espanhóis, mexicanos), tradicionalmente mais tolerantes às misturas raciais e culturais, mas também por italianos, escoceses, irlandeses, passou a receber levas de imigrantes africanos. Eles vinham dos próprios Estados Unidos, escravos libertos, após a guerra civil, mas também do Caribe, fugindo do conflito civil em Hispaniola.  Além disto, os africanos expatriados não vinham de uma única região geográfica trazendo consigo influências e culturas diversificadas, tanto africanas, quanto já de misturas adquiridas no exílio.

Este acaso, produziu um caldeirão cultural exótico, uma mistura de culturas e ritmos europeus, caribenhos e africanos, resultando no aparecimento não apenas do jazz, mas também do cajun, do zydeco e outros ritmos locais.

Escute uma amostra de cajun e uma de zydeco: é possível distinguir influências espanholas,francesas, mexicanas, caribenhas e puramente africanas:

Cajun

 Zydeco

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