Sousa’s em Vinil: Alladin Sane

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Foi David Bowie que inaugurou uma das colunas do Vitrola: Os Favoritos dos Sousa,em 2010 , agora é novamente Bowie, em um dia de luto,  o escolhido para inaugurar uma nova coluna. Ontem, mostrando a minha coleção particular de discos de vinil, para a Anna Luiza e o Militani, dois amigos aqui do Vitrola, a Anna, que é, entre qualidades, artista plástica, sugeriu que começássemos a pensar na possibilidade de fazer um catálogo, ou quem sabe um livro, comentando o trabalho gráfico das capas dos LPs, acompanhadas de pequenas notas em que eu contaria porque este disco foi importante para mim. Porque não começar hoje com um disco marcante de Bowie ?

 

Bowie já era conhecido por seu marcante Ziggy Stardust, mas o primeiro disco de Bowie que eu amei foi Alladin Sane. Eu comprei este disco em dezembro de 1973, portanto há 42 anos atrás e o escutei tantas vezes, que acho que ele ficou até mais fino (é o vinil gastava), embora o meu exemplar esteja sem nenhum arranhão importante. Eu tinha 16 anos, Bowie cerca de 26, eu queria transgredir, Bowie transgredia. A capa, embora a RCA do Brasil tenha feito uma edição bastante descuidada, era tão marcante, que até hoje é difícil um amante da música que não a conheça. E as músicas ? Cada uma mais diferente, com uma sonoridade estonteante.

Lado A
N.º Título Duração
1. “Watch That Man” 4:25
2. “Aladdin Sane (1913-1938-197?)” 5:06
3. “Drive-In Saturday” 4:29
4. “Panic in Detroit” 4:25
5. “Cracked Actor” 2:56
Lado B
N.º Título Duração
6. “Time” 5:09
7. “The Prettiest Star” 3:26
8. “Let’s Spend the Night Together” (Mick Jagger, Keith Richards) 3:03
9. “The Jean Genie” 4:02
10. “Lady Grinning Soul” 3:46

Minhas prediletas : Alladin Sane, Panic in Detroit e Lady Grinning Soul

 

Equipe

  • David Bowie – guitarra, teclado, saxofone, voz
  • Mick Ronson – guitarra, piano, voz
  • Trevor Bolder – baixo
  • Mick “Woody” Woodmansey – bateria

Crônica: Eu e Bowie por Marina Magalhães

Eu estranhamente tive uma noite ruim nesse último domingo. Algo me incomodava e eu estava acordando com uma certa frequência na madrugada dessa segunda. Podia ser até culpa da minha cachorra que tomava um espaço relativamente grande da minha cama, mas eu sabia que o desconforto era maior do que usual.

Quando despertador tocou as 6:30, coloquei no soneca para tentar dar aquela última cochilada até as 7:00h, mas não consegui me concentrar e logo peguei o celular para me distrair e ver as notícias. Nem abri as tradicionais páginas da UOL ou da Globo.com – preferi ir direto ao Instagram para acordar com algo mais leve. E foi lá mesmo que vi a postagem de uma amiga com a hashtag RIPBOWIE. Esfreguei os olhos para ter certeza do que estava lendo e logo pensei: “mas foi aniversário dele na última sexta-feira! Ele lançou um álbum! Como seria possível?”. Ao abrir um site qualquer de notícias, a confirmação não podia ser mais dolorosa. Sim, Bowie tinha acabado de perder sua batalha contra um câncer, que eu nem sequer sabia que estava o atingindo por quase 18 meses.

 

Me sinto até um pouco hipócrita de falar o quanto essa notícia me atingiu em cheio nessa segunda-feira cinzenta de São Paulo. Poucos anos atrás eu fui irresponsável e ingrata em dizer que “nem achava David Bowie tão bom assim”. Ainda bem que tive tempo de me redimir e conhecer muito sobre seu talento e sua música antes da chegada desse fatídico 11 de janeiro.

 

Bowie podia ser o que era: polêmico, esquisito porém discreto em assuntos pessoais. Mas se tinha uma coisa que ele sabia era ser único como ninguém – tanto em sua maneira de se vestir e comportar, como nas suas atuações em na tela do cinema e, principalmente, em suas canções. Tenho duas músicas de Bowie como umas de minhas favoritas para toda a vida e elas me marcaram principalmente porque estão em cenas de filmes que também são dos meus favoritos:

 

  • A primeira “Heroes” (que é uma das letras mais impactantes que já ouvi) já era familiar para mim, mas me marcou mais após o clássico juvenil “As vantagens de ser invisível”. Emma Watson faz uma cena linda com o corpo do lado de fora do teto solar de um carro, enquanto Heroes toca ao fundo. Chorei quando vi e choraria ainda mais hoje se assistisse novamente.

 

  • A segunda é “Modern Love”, que toca na maravilhosa cena de “Frances Ha”, quando a atriz Greta Gerwig sai pulando e dançando pelas ruas de Nova York, curtindo suas esquisitices e o prazer de poder ser ela mesma naquele momento. É impossível se conter na cadeira ao assistir esse take.

Eu poderia ficar aqui horas falando do quanto outras músicas menos populares de Bowie também tem um significado importante e que caberiam muito bem em vários anos de minha vida, porém eu acho que as duas explicações acima bastam. Não quero me estender porque acho que hoje o dia é de luto – e de sentir esse luto.  Poucas mortes de pessoas públicas me abalaram tanto quanto essa. Acho que eu não sabia que me identificava tanto assim com você, Bowie.

 

Favoritos dos Sousa Especial: David Bowie

David Robert Haywood-Jones, mais conhecido como David Bowie, foi o escolhido para inaugurar a nossa página : Os Favoritos dos Sousa em 04/12/2010. David nasceu em 08/01/1947 e faleceu no domingo 10/01/2016, aos 69 anos, após uma batalha contra um câncer. Bowie foi um artista completo e extremamente importante para a história da música popular mundial. Voltaremos a publicar novos posts sobre ele ao longo do dia. Por enquanto fiquem a reedição revista do post de 2010.

DISCOGRAFIA:

Os meus favoritos estão marcados em vermelho. Gosto especialmente de “Aladdin Sane”  de 1973, com Bowie no ápice da androginia cantando as estonteantes: “Aladdin Sane (1913-1938-197?)”, “Lady Grinning Soul”, “Let’s Spend the Night Together” e  “Panic in Detroit”. O álbum “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spyders from Mars”é antológico e conta a história de um alienígena rock star que aterrisssa em um mundo predestinado a acabar em cinco anos – este album deu origem ao personagem que Bowie passou a encarnar – Ziggy Stardust – e foi a base para a primeira turnê mundial do cantor e seu lançamento como mega star mundial, em 1972.Em uma performance cheia de maquiagem, luzes e roupas exuberantes, ele encarnava o personagem perturbado de suas canções. Com a ajuda de suas “Spiders from Mars” (Ronson na guitarra, Trevor Bolder no baixo e Mick Woodmansey na bateria) o álbum alcançou o topo das paradas, e transformou Bowie em uma estrela. São também imperdíveis: Space Oddity (1969) e o mega hit dançante “Let’s Dance”

Álbuns de estúdio

Ano Single UK US
1966 David Bowie
1969 Space Oddity #17 #16
1970 The Man Who Sold the World #26
1971 Hunky Dory #3 #93
1972 The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars #5 #75
1973 Aladdin Sane #1 #17
1973 Pin Ups #1 #23
1974 Diamond Dogs #1 #5
1975 Young Americans #2 #9
1976 Station to Station #5 #3
1977 Low #2 #11
1977 “Heroes” #3 #35
1979 Lodger #4 #20
1980 Scary Monsters (and Super Creeps) #1 #12
1983 Let’s Dance #1 #4
1984 Tonight #1 #11
1987 Never Let Me Down #6 #34
1989 Tin Machine (com a banda Tin Machine) #3 #28
1991 Tin Machine II (com a banda Tin Machine) #23 #126
1993 Black Tie White Noise #1 #39
1995 Outside #8 #21
1997 Earthling #6 #39
1999 ‘Hours…’ #5 #47
2002 Heathen #5 #14
2003

2013

2016

Reality

The Next Day

Blackstar

#3

#1

#29

#2

Álbuns ao Vivo

Ano Álbum
1971 David Live
1978 Stage
1983 Ziggy Stardust: The Motion Picture
1992 Tin Machine Live: Oy Vey, Baby
1994 Santa Monica ’72
2008 Glass Spider Live
2009 VH1 Storytellers
2010 A Reality Tour

Trilhas sonoras

Ano Álbum Charts
1981 Christiane F. US #3
1986 Labyrinth (com Trevor Jones) UK #38
1993 The Buddha of Suburbia UK #87

Os meus favoritos estão marcados em vermelho. Gosto especialmente de “Aladdin Sane”  de 1973, com Bowie no ápice da androginia cantando as estonteantes: “Aladdin Sane (1913-1938-197?)”, “Lady Grinning Soul”, “Let’s Spend the Night Together” e  “Panic in Detroit”. O álbum “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spyders from Mars”é antológico e conta a história de um alienígena rock star que aterrisssa em um mundo predestinado a acabar em cinco anos – este album deu origem ao personagem que Bowie passou a encarnar – Ziggy Stardust – e foi a base para a primeira turnê mundial do cantor e seu lançamento como mega star mundial, em 1972.Em uma performance cheia de maquiagem, luzes e roupas exuberantes, ele encarnava o personagem perturbado de suas canções. Com a ajuda de suas “Spiders from Mars” (Ronson na guitarra, Trevor Bolder no baixo e Mick Woodmansey na bateria) o álbum alcançou o topo das paradas, e transformou Bowie em uma estrela. São também imperdíveis: Space Oddity (1969) e o mega hit dançante “Let’s Dance”

 

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