As 100 Maiores Vozes da Música Brasileira: 11 a 20

20. Elizeth Cardoso

Elizeth Moreira Cardoso (Rio de Janeiro, 16 de julho de 1920 — 7 de maio de 1990)

Texto da Rolling Stone:Padrão e sólida referência do canto feminino brasileiro, por conta da estilosa voz de contralto que roçava os tons de mezzo-soprano, Elizeth Cardoso lançou em um disco de 1958 a revolucionária batida diferente do violão de João Gilberto. Mas àquela altura a Divina, epíteto da cantora carioca descoberta por Jacob do Bandolim em fins dos anos 30, já havia feito seu nome ao gravar outras canções do amor demais. Sem se limitar aos sambas-canção, gênero predominante na primeira fase de sua discografia, Elizeth transitou com seu canto apurado por samba, choro-canção, MPB e até pelas Bachianas de Villa-Lobos. Mas jamais se esqueceu de dar voz aos maiores compositores da era do rádio. Foi o período que a projetou em escala nacional nos anos 50 a partir da gravação de “Canção do Amor”. Única, Elizeth cantou divinamente a trilha sonora de sua época.

Discografia solo:Canções à Meia Luz (1955) Fim de Noite (1956) Noturno (1957) Canção do Amor Demais (1958) Retrato da Noite (1958) Naturalmente (1958) Magnífica (1959) A Meiga Elizeth (1960) A Meiga Elizeth nº 2 (1962) Grandes Momentos (1963) A Meiga Elizeth nº 3 (1963) Elizeth Interpreta Vinícius (1963) A Meiga Elizeth nº 4 (1963) A Meiga Elizeth nº 5 (1964) Quatrocentos Anos de Samba (1965) Elizete Sobe o Morro (1965) Muito Elizeth (1966) A Enluarada Elizeth (1967) Momento de Amor (1968) Falou e Disse (1970) Preciso Aprender a Ser Só (1972) Mulata Maior (1973) Feito em Casa (1974) Elizeth Cardoso (1976) A Cantadeira do Amor (1978) O Inverno do Meu Tempo (1979) Outra Vez Elizeth (1982) Ary Amoroso (1991) Álbuns de estúdio em conjuntos Sax Voz (1960) Sax Voz nº 2 (1961) A Bossa Eterna de Elizeth e Cyro (1966) A Bossa Eterna de Elizeth e Ciro nº 2 (1969) Elizeth Cardoso e Silvio Caldas Vol. I (1971) Elizeth Cardoso e Silvio Caldas Vol. II (1971) Todo o Sentimento (1991) Álbuns ao vivo solo e em conjuntos Ao Vivo no Teatro João Caetano Vol. I (1968) Ao Vivo no Teatro João Caetano Vol. II (1968) Elizeth e Zimbo Trio Balançam na Sucata (1969) Elizeth no Bola Preta com a Banda do Sodré (1970) É de Manhã (1970) Elizeth Cardoso em Tokyo (1977) Elizethíssima (1981) Recital (1982) Elizeth – Uma Rosa para Pixinguinha (1983) Leva Meu Samba (1984) Luz e Esplendor (1986)

19. Paulinho da Viola

Paulo César Batista de Faria, mais conhecido como Paulinho da Viola, (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1942)

Texto da Rolling Stone: Figura serena e educada, Paulo César Batista de Faria, ou Paulinho da Viola, é o gentleman da música brasileira – inclusive no jeito delicado e calmo de cantar, algumas vezes conversando com o ouvinte, como em “Sinal Fechado”, outras demonstrando extrema afinação e bom gosto, caso de “Pecado Capital”. Também sempre que se mencionar a mais vitoriosa das agremiações carnavalescas do Rio de Janeiro, a Portela, um dos primeiros nomes que virá à cabeça será o dele, tal o amor que nutre pela escola. Também foi responsável por revigorar o samba, com um modo bastante particular de cantá-lo, e, em 47 anos de carreira, emplacou inúmeros sucessos. Portanto, quando o rio cantado por esse precioso cantor e compositor passar em sua vida, beba do samba, faça a dança da solidão, apanhe uma rosa de ouro e deixe seu coração leviano ser levado e contagiado pela voz firme e doce.

Discografia:1968 – Paulinho da Viola 1970 – Foi um Rio Que Passou em Minha Vida 1971 – Paulinho da Viola 1971 – Paulinho da Viola 1972 – A Dança da Solidão 1973 – Nervos de Aço 1975 – Paulinho da Viola (conhecido também como Amor à Natureza) 1976 – Memórias Chorando 1976 – Memórias Cantando 1978 – Paulinho da Viola 1979 – Zumbido 1981 – Paulinho da Viola 1982 – A Toda Hora Rola uma Estória 1983 – Prisma Luminoso 1989 – Eu canto Samba 1993 – Paulinho da Viola&Ensemble (Internacional) 1996 – Bebadosamba 1997 – Bebadachama (Ao vivo) 1999 – Sinal Aberto com Toquinho 2003 – Meu tempo é Hoje (Trilha Sonora) 2007 – MTV Acústico Paulinho da Viola

18. Cássia Eller

Cássia Rejane Eller[(Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1962 — Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2001 )

Texto da Rolling Stone: “Ela parecia ser compositora de qualquer música que cantasse”, define Oswaldo Montenegro, que trabalhou com Cássia na estreia dela como cantora, no musical Vejo Você, Brasília, em 1982. Essa é talvez a melhor forma de explicá-la: ela sempre dava originalidade e uma visão única a tudo que cantasse. O tom rouco e a potência para gritar de forma intensa, mas sem afetação, se misturavam a uma capacidade de ir com destreza do canto mais doce ao vocal rasgado, como na sequência “Non, Je Ne Regrette Rien” e o clássico “Malandragem”, no disco Acústico MTV. Cássia tinha uma combinação rara de timidez e irreverência, que também transparecia em seu modo de se apresentar. Apesar de ter influenciado um sem número de cantoras posteriores, jamais foi igualada. “Nunca mais apareceu nessa área uma cantora com tanta força, versatilidade e audácia”, decreta Wagner Tiso.

Discografia: 1990 Cássia Eller 1992 O Marginal 1994 Cássia Eller 1996 Cássia Eller Ao Vivo 1998 Veneno Antimonotonia 1998 Veneno Vivo 1999 Com Você Meu Mundo Ficaria Completo 2001 Acústico MTV 2002 Dez de Dezembro 2006 Rock in Rio: Cássia Eller Ao Vivo

17. Nelson Gonçalves

Nélson Gonçalves (nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral, Santana do Livramento, 21 de junho de 1919 — Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998)

Texto da Rolling Stone: A voz de Nelson Gonçalves é tão importante para a história da música brasileira que ele carregou em vida o apelido de “Rei da Voz”. Um dos artistas que mais vendeu discos no país, experimentou até a fama internacional. A sonoridade daquele tom grave e austero, típico de muitos cantores de repertórios românticos daquela época, que privilegiava os intérpretes de extensão vocal impressionante, faz dele até hoje um dos nossos grandes gogós de ouro. Seu repertório era amplamente popular, ele cantava o sofrimento amoroso das pessoas do povo, sem qualquer arroubo de intelectualidade. E o alcance de seu vozeirão ajudava para que as letras que entoava atingissem diretamente o coração. E pensar que toda essa emoção vinha da voz de um homem que investiu na carreira de cantor apesar de uma gagueira que lhe acometeu na juventude.

Maiores Sucessos:  1941 – “Se Eu Pudesse um Dia” 1942 – “Dorme que Eu Velo por Ti” 1942 – “Fingiu Que Não Me Viu” 1942 – “Renúncia” 1943 – “Noite de Lua” 1943 – “Quando a Saudade Vier” 1943 – “Não Sou Feliz nos Amores” 1943 – “A Saudade É um Compasso de Mais” 1943 – “A Mulher do Seu José” 1943 – “Solidão” 1943 – “Perfeitamente” 1944 – “Sabiá de Mangueira” 1944 – “Quase Louco” 1944 – “Dos Meus Braços Tu Não Sairás” 1944 – “Ela me Beijou” 1945 – “Eu Não Posso Viver Sem Mulher” 1945 – “Aquela Mulher” 1945 – “Meus Amores” 1945 – “Maria Bethânia” 1946 – “Pelas Lágrimas” 1946 – “Seus Olhos na Canção” 1946 – “Segure no Meu Braço” 1946 – “Quando É Noite de Lua” 1946 – “Menina dos Olhos” 1946 – “A Você” 1946 – “Coração” 1946 – “Espanhola” 1947 – “Dona Rosa” (com Isaura Garcia) 1947 – “Segredo” 1947 – “A Rainha do Mar” 1947 – “Odalisca” 1948 – “Princesa de Bagdá” 1948 – “Perdôo, Sim” 1949 – “Normalista” 1949 – “Quando Voltares” 1949 – “Pepita” 1952 – “Confete Dourado” 1953 – “Camisola do Dia” 1953 – “Meu Vício É Você” 1954 – “Carlos Gardel” 1954 – “Francisco Alves” 1955 – “Último Desejo” 1955 – “Esta Noite me Embriago” 1955 – “Hoje Quem Paga Sou Eu” 1956 – “Nossa Senhora das Graças” 1956 – “Por um Beijo de Amor” 1956 – “Meu Vício É Você” 1956 – “Natal Branco” (com o Trio de Ouro) 1957 – “A Volta do Boêmio” 1957 – “Pensando em Ti” 1957 – “História da Lapa” 1957 – “Grilo Seresteiro” 1958 – “Escultura” 1958 – “Pensando em Ti” 1959 – “Prece ao Sol” 1959 – “Revolta” 1959 – “Deusa do Asfalto” 1960 – “Meu Dilema” 1960 – “Chore Comigo” 1960 – “Queixas” 1961 – “Negue” 1961 – “Fica Comigo Esta Noite” 1962 – “Dois Amores” 1963 – “Enigma”

16. Elza Soares

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Elza da Conceição Soares, mais conhecida pelo nome artístico Elza Soares (Rio de Janeiro, 23 de junho de 1937)

Texto da Rolling Stone: Essa grande artista e figura humana extraordinária só me dá alegrias. Se você ouvir mil cantoras e colocar a Elza entre elas, você a distinguirá das demais, como faz com Elis, Maysa, Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso e Carmen Miranda. Ela é desse naipe e não tem para ninguém, e não terá nunca, principalmente quando canta samba. Mas também interpreta outros ritmos com uma propriedade muito grande. É poderosa. “Se Acaso Você Chegasse”, de Lupicínio Rodrigues, foi o primeiro grande sucesso dela e hoje é um clássico. Também quando estava em início de carreira, ela foi questionada por Ary Barroso de que planeta vinha e declarou que era do Planeta Fome! Se eu já gostava dela, depois de saber dessa história gostei ainda mais. Por essas e outras é que Elza Soares, que não tem banca e pose, é uma das cantoras que não deve ser esquecida.

Discografia: Se acaso você chegasse (Odeon, 1960) A bossa negra (Odeon, 1960) O samba é Elza Soares (Odeon, 1961) Sambossa (Odeon, 1963) Na roda do samba (Odeon, 1964) Um show de Elza (Odeon, 1965) Com a bola branca (Odeon, 1966) O máximo em samba (Odeon, 1967) Elza, Miltinho e samba (Odeon, 1967) Elza Soares, baterista: Wilson das Neves (Odeon, 1968) Elza, Miltinho e samba – vol. 2 (Odeon, 1968) Elza, carnaval & samba (Odeon, 1969) Elza, Miltinho e samba – vol. 3 (Odeon, 1969) Samba & mais sambas (Odeon, 1970) Maschera negra / Che meraviglia (compacto simples / lançado na Itália, 1970) Elza pede passagem (Odeon, 1972) Elza Soares (Odeon, 1973) Elza Soares (Tapecar, 1974) Nos braços do samba (Tapecar, 1975) Lição de vida (Tapecar, 1976) Pilão + Raça = Elza (Tapecar, 1977) Senhora da terra (CBS, 1979) Elza negra, negra Elza (CBS, 1980) Som, amor trabalho e progresso / Senta a púa (compacto simples / RGE, 1982) Alegria do povo / As baianas (compacto simples / Recarey, 1985) Somos todos iguais (Som Livre, 1985) Voltei (RGE, 1988) Trajetória (Universal Music, 1997) Carioca da Gema – Ao vivo (1999) Do cóccix até o pescoço (Maianga, 2002) Vivo feliz (Tratore, 2003) Beba-me – Ao vivo (Biscoito Fino, 2007) A Mulher do Fim do Mundo (2015)

15. Carmen Miranda

Maria do Carmo Miranda da Cunha(Várzea da Ovelha e Aliviada, Marco de Canaveses, 9 de fevereiro de 1909 — Los Angeles, 5 de agosto de 1955), mais conhecida como Carmen Miranda

Texto da Rolling Stone: Em uma época de dificuldades infinitamente superiores, Carmen foi a voz e a imagem do Brasil no exterior. Nascida em Portugal, foi no Rio de Janeiro que ela começou a carreira no começo da era de ouro das cantoras do rádio, em meados dos anos 30 – quando já havia feito sucesso com a icônica marcha carnavalesca “Pra Você Gostar de Mim (Taí)” e registrado dezenas de outras canções em disco. Com essa energia que transformava as letras melancólicas em hits dançantes dos bailes, Carmen fez uma transição rápida para o cinema – e logo também pulou para a Broadway e Hollywood. Passou a cantar também em inglês e, mesmo com o sotaque arrastado, conquistou a simpatia ianque. Deveria, então, uma portuguesa de sucesso nos Estados Unidos estar nesta lista de brasileiros? “Carmen Miranda me ensinou que uma gringa pode ser a mais brasileira de todas”, decretou Rita Lee à Rolling Stone, em 2007.

Maiores sucessosAs Cinco Estações do Ano (gravada com Lamartine Babo, Mário Reis, Almirante e Grupo do Canhôto em 6 de julho de 1933)  Adeus, Batucada (gravada com Orquestra Odeon em 24 de setembro de 1935)  Allô… Allô?(gravada com Mário Reis e Grupo do Canhôto em 18 de dezembro de 1933)  Ao Voltar do Samba (Arlequim de Bronze)(gravado com o Grupo do Canhôto em 26 de março de 1934)  Aquarela do Brasil (em Entre a Loura e a Morena de 1943)  A Week End In Havana (gravada com o Bando da Lua em 9 de outubro de 1941)  Boneca de Pixe (gravada com Almirante e Orquestra Odeon em 31 de agosto de 1938)  Cachorro Vira-Lata (gravada com Regional de Benedicto Lacerda)em 4 de maio de 1937 )  Cae, Cae (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941)  Camisa Amarela (gravada com Grupo da Odeon em 20 de setembro de 1937)  Camisa Listada (gravada com Bando da Lua em 28 de agosto de 1939)  Cantores de Rádio (gravada com Aurora Miranda e Orquestra Odeon em 18 de março de 1936)  Chattanooga Choo Choo (gravada com Bando da Lua e Garoto em 25 de julho de 1942)  Chegou a Hora da Fogueira (gravada com Mário Reis e Diabos do Céo em 5 de junho de 1933)  Chica Chica Boom Chic (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941)  Como Vaes Você? (gravada com Ary Barroso e Regional de Pixinguinha e Luperce Miranda em 2 de outubro de 1936)  Cuanto Le Gusta (gravada com Andrews Sisters e Orquestra de Vic Schoen em 29 de novembro de 1947)  Disseram Que Voltei Americanizada (gravada com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940)  Diz que tem (gravada com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940)  E Bateu-Se a Chapa (gravada com Regional de Benedicto Lacerda em 26 de junho de 1935)  E o Mundo Não Se Acabou (gravada com Regional Odeon em 9 de março de 1938)  Eu Dei (gravada com Regional Odeon em 21 de setembro de 1937)  Eu Também (gravada com Lamartine Babo e Diabos do Céo em 5 de janeiro de 1934)  Goodbye, Boy (gravada com Orquestra Victor Brasileira em 29 de novembro de 1932)  I Like You Very Much (Ai, Ai, Ai) (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941)  I Make My Money with Bananas  Isto É Lá com Santo Antônio (gravada com Mário Reis e Diabos do Céo em 14 de maio de 1934)  Mamãe Eu Quero (gravada com Bando da Lua e Garoto 26 de dezembro de 1939)  Me Dá, Me Dá (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 4 de maio de 1937)  Minha Embaixada Chegou (gravada com Grupo do Canhôto em 28 de setembro de 1934)  Moleque Indigesto (gravada com Lamartine Babo e Grupo Velha Guarda em 5 de janeiro de 1933)  Na Baixa do Sapateiro (Bahia) (gravada com Orquestra Odeon em 17 de outubro de 1938)  Na Batucada da Vida (gravada com Diabos do Céo em 20 de março de 1934)  No Taboleiro da Baiana (gravada com Luís Barbosa e Regional de Luperce Miranda em 29 de setembro de 1936)  O que é que a Bahiana Tem? (grafia original) (gravada com Dorival Caymmi e Conjunto Regional em 27 de fevereiro de 1939)  O Tique-Taque do Meu Coração (gravada com Regional de Benedicto Lacerda em 7 de agosto de 1935)  Primavera no Rio (gravada com Diabos do Céo em 20 de agosto de 1934)  Querido Adão (gravada com Orquestra Odeon em 26 de setembro de 1935)  Rebola, Bola (gravada com o Bando da Lua em 9 de outubro de 1941)  Recenseamento (gravada com Conjunto Odeon em 27 de setembro de 1940)  Samba Rasgado (gravada com Grupo Odeon em 7 de março de 1938)  Sonho de Papel (gravada com Orquestra Odeon em 10 de maio de 1935)  South American Way (gravada com Bando da Lua e Garoto em 26 de dezembro de 1939)  Tico-tico no Fubá (interpretada por Carmen Miranda no filme Copacabana em 1947)  P’ra você gostar de mim (Ta-hi) (gravada com Orquestra Victor em 27 de janeiro de 1930)  Uva de Caminhão (gravada com Conjunto Odeon em 21 de março de 1939)  Voltei p’ro Morro (gravado com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940)

14. Jorge Ben Jor

Jorge Duílio Lima Meneses (Rio de Janeiro, 22 de março de 1945 ), conhecido como Jorge Ben e Jorge Ben Jor

Texto da Rolling Stone: Dono de uma sonoridade própria, misto de samba, rock, malandragem e delírio, Jorge Duílio Lima Menezes é um patrimônio musical nacional. Ben Jor nunca foi um grande cantor no sentido técnico e nem precisaria ser: ele tem o mérito de compor canções sob medida para seu registro vocal hipnótico, cheio de suingue e bem carioca, tornando quase impossível ouvir suas criações em versões alheias. Superficialmente, o jeito de Ben Jor cantar vem sem esforço e parece fácil, mas ele é um daqueles casos de “sempre imitado, mas nunca igualado”. A carreira do músico foi impecável até o fim da década de 1970; ele experimentou altos e baixos artísticos nos anos seguintes. Suas grandes interpretações vocais podem ser procuradas em trabalhos dos anos 60 e em clássicos da década seguinte como Ben (1972) e Tábua de Esmeralda (1974).

Discografia:1963 – Samba Esquema Novo  1964 – Sacundin Ben Samba  1964 – Ben É Samba Bom  1965 – Big Ben  1967 – O Bidú: Silêncio no Brooklin  1969 – Jorge Ben  1970 – Força Bruta  1971 – Negro É Lindo  1972 – Ben  1973 – 10 Anos Depois  1974 – A Tábua de Esmeralda  1975 – Gil & Jorge: Ogum, Xangô  1975 – Solta o Pavão  1976 – África Brasil  1977 – Tropical  1978 – A Banda do Zé Pretinho  1979 – Salve Simpatia  1980 – Alô Alô, Como Vai?  1981 – Bem-vinda Amizade  1984 – Dádiva  1985 – Sonsual  1986 – Ben Brasil  1989 – Ben Jor  1993 – 23  1995 – Homo Sapiens  2004 – Reactivus Amor Est (Turba Philosophorum)  2007 – Recuerdos de Asunción 443 Ao vivo1972 – On Stage 1975 – Jorge Ben à l’Olympia 1982 – Energia 1992 – Live in Rio 1993 – Mestres da MPB 2002 – Acústico MTV 2005 – Phono 73 – O canto de um povo 2007 – Coisa de Jorge

13. João Gilberto

João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (Juazeiro, Bahia, 10 de junho de 1931)

Texto da Rolling Stone:Antes de João Gilberto aparecer, já existiam Johnny Alves, Lúcio Alves e Dick Farney, cujo canto sem esforço se opunha aos excessos das gerações anteriores. Era também um contraste aos dramas do samba-canção. Mas o músico baiano levou o minimalismo ao extremo. São inúmeras as lendas sobre como ele resolveu seu vocal – que ele tinha que cantar baixinho nos apartamentos do Rio de Janeiro para não incomodar os vizinhos, etc. A voz de João é fruto de suas invenções melódicas e harmônicas e também uma extensão de seu jeito de tocar violão. Nada é forçado ou empostado, tudo flui como um diálogo musical entre o cantor e o ouvinte. Mais do que dar a estampa ao estilo vocal característico da bossa nova, João Gilberto quebrou as amarras de como se cantava no Brasil.

Discografia: Álbuns de estúdio Chega de Saudade (Odeon, 1959) LP O Amor, o Sorriso e a Flor (Odeon, 1960) LP João Gilberto (Odeon, 1961) LP Getz/Gilberto (Verve, 1964) LP João Gilberto en México (Orfeon, 1970) LP João Gilberto (Philips, 1970) LP João Gilberto (Polydor, 1973) LP The Best of Two Worlds (CBS, 1976) LP Amoroso (Warner/WEA, 1977) LP Brasil (WEA, 1981) LP João (PolyGram, 1991) CD  João Voz e Violão (Universal/Mercury, 2000) CD Álbuns ao vivo Getz/Gilberto #2 (Verve, 1966) LP João Gilberto Prato Pereira de Oliveira (Verve, 1966) LP Live at the 19th Montreux Jazz Festival (WEA, 1986) 2LP Eu sei que vou te amar (Epic, 1994) CD João Gilberto live at Umbria Jazz (EGEA, 2002) CD João Gilberto in Tokyo (Universal Music, 2004) CD Um encontro no Au bon gourmet (Doxy, 2015) LP Selections from Getz/Gilberto 76 (Resonance, 2015) LP

12. Rita Lee

Rita Lee Jones, agora Rita Lee Jones Carvalho, mais conhecida como Rita Lee (São Paulo, 31 de dezembro de 1947)

Texto da Rolling Stone: A voz de Rita não sai apenas das cordas vocais – sai de uma mente livre, criativa e destemida, capaz de evocar os ecos do rock e da psicodelia mais do que qualquer outra artista nacional, tendo ainda sido essencial na expressão dos movimentos glam, da Tropicália e até de movimentos sociais e políticos. Uma voz que destoava dos dizeres que ressoavam das gargantas de outras mulheres: progressivamente mais grave, sai de uma cabeça desbocada, provocadora e articulada. As convicções não se calaram nem mesmo quando Rita já estava saindo de cena: que o diga a polícia de Aracaju, lugar em que ela fez o último show da carreira e de onde saiu direto para a delegacia, sob acusação de desacato. Entre os Mutantes, o Tutti Frutti e a carreira solo, poucos artistas nacionais falaram tanto para tanta gente.

Discografia: 1970. Build Up 1972. Hoje é o Primeiro Dia do Resto de Sua Vida 1977. Refestança 1979. Rita Lee 1980. Rita Lee 1981. Saúde 1982. Rita Lee e Roberto de Carvalho 1983. Baila Conmigo (Espanhol) 1983. Bom Bom 1985. Rita e Roberto 1987. Flerte Fatal 1988. Zona Zen  1990. Rita Lee e Roberto de Carvalho 1991. Rita em Bossa’n’Roll 1993. Rita Lee 1995. A Marca da Zorra 1997. Santa Rita de Sampa 1998. Acústico MTV 2000. 3001 2001. Aqui, Ali, em Qualquer Lugar 2003. Balacobaco 2004. Rita MTV ao Vivo 2009. Rita Lee Multishow ao Vivo 2012. Reza

11. Marisa Monte

Marisa de Azevedo Monte (Rio de Janeiro, 1 de julho de 1967)

Texto da Rolling Stone: Para mim, a Marisa Monte é sempre uma pessoa muito querida. Ela canta muito bem, tem bom gosto em seu repertório e é cool como eu, João Gilberto e Caetano Veloso. Gosto dos espaços de tempo que ela se permite a cada novo trabalho e como conduziu sua carreira durante esses anos. É criteriosa e tranquila. A primeira vez que a vi cantar em palco foi durante a turnê que resultou no álbum de 1989 e que leva apenas o nome dela. Eu me reconheci em sua figura. Sei que ela tem grande influência minha e me orgulho disso. O trabalho que fez com a Velha Guarda da Portela, em shows e também no álbum Tudo Azul, do qual é produtora e participou como cantora, é de uma grandeza ímpar. É intenso, doce e poético. Gosto dela. Mando aqui um beijo amoroso para ela.

Discografia: 1989: MM 1991: Mais 1994: Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão  2000: Memórias, Crônicas e Declarações de Amor  2006: Infinito Particular 2006: Universo ao Meu Redor 2011: O Que Você Quer Saber de Verdade Álbuns ao vivo 1996: Barulhinho Bom – Uma Viagem Musical (CD duplo) 2014: Verdade, Uma Ilusão Tour 2012/2013

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