Continuando a nossa revisão da lista da Rolling Stone:
70 –Ná Ozzetti
Nascida: São Paulo, 12 de dezembro de 1958
Texto da Rolling Stone: A nova safra de cantoras que surgiu há cerca de uns dez ou cinco anos é comparada a Marisa Monte e outras divas óbvias da MPB. Mas elas, talvez até inconscientemente, devem muito à afinadíssima Ná Ozzetti. Cantora do Rumo, grupo que se destacou na chamada Vanguarda Paulistana, que floresceu nos anos 80, Ná já era o protótipo da cantora indie, sem compromisso com o mercado e mais interessada em escolhas estéticas pessoais.
Álbuns: Ná Ozzetti, MCD, 1988 , Ná, MCD, 1994, Love Lee Rita (Canções de Rita Lee desde os Mutantes), Dabliu, 1996, Estopim, MCD, 1999, Show, Som Livre, 2001, Piano e Voz (com André Mehmari), MCD, 2005, Balangandãs, MCD, 2009, Meu Quintal, Borandá, 2011, Embalar, Circus Produções, 2013
69 –Silvio Caldas
Nascido: Rio de Janeiro, 23 de maio de 1908 — Falecido: Atibaia, 3 de fevereiro de 1998
Texto da Rolling Stone: Com os graves densos de sua voz, que lhe permitiam transitar com desenvoltura pelos tons dos barítonos, Silvio Caldas se tornou um dos maiores cantores dos anos 30 e 40. Também compositor, o Caboclinho Querido deu voz a temas de Ary Barroso, Custódio Mesquita e Orestes Barbosa. As valsas e os sambas dominaram o repertório seresteiro de Caldas, voz-ícone do Brasil pré-bossa nova.
Sucessos:Faceira (1931), Lenço no Pescoço (1933), Mimi (1933), Segura Esta Mulher (1933), Na Aldeia (1933), Boneca (1934) , Serenata (1934), Por Causa dessa Cabocla (1934), O Telefone do Amor (1934), Inquietação (1934), Acorda, Escola de Samba (1935), Minha Palhoça (1936), Chão de Estrelas (1937), Professora (1938), As Pastorinhas (1938), Quando Eu Penso na Bahia (1938), Da Cor do Pecado (1939), Maria (1939), Deusa da Minha Rua (1939), Florisbela (1939), Na Baixa do Sapateiro (1939), Morena Boca de Ouro (1940), Velho Realejo (1940), Mulher, Custódio Mesquita (1940), Três Lágrimas (1940), Modinha (1943), Valsa do Meu Suburbio (1944), Como os Rios Que Correm pro Mar (1944), Minha Casa (1946), Obrigado, Doutor (1950)
68 –Fagner
Raimundo Fagner Cândido Lopes
Nascido: Orós, 13 de outubro de 1949
Texto da Rolling Stone: Sobre Fagner, Vinicius de Moraes certa vez cravou: “Este é grande, será dos maiores”. O cantor cearense, que se deslocou para o Rio de Janeiro em 1971, trazia na bagagem um timbre peculiar para interpretações de sonoridades nordestinas. Nas décadas que se seguiram, a áspera e inconfundível tonalidade modulou uma densidade poética que foi entregue ao romantismo e ao forró com um caprichado acento pop.
Álbuns: 1973 – Manera Fru Fru, Manera 1975 – Ave Noturna 1976 – Raimundo Fagner 1977 – Orós 1978 – Eu Canto – Quem Viver Chorará 1979 – Beleza 1980 – Eternas Ondas 1981 – Traduzir-se 1982 – Sorriso Novo 1983 – Palavra de Amor 1984 – A Mesma Pessoa – Cartaz 1985 – Deixa Viver 1986 – Fagner – Lua do Leblon 1987 – Romance no Deserto 1989 – O Quinze 1991 – Pedras que Cantam 1993 – Demais 1994 – Caboclo Sonhador 1995 – Retrato 1996 – Pecado Verde 1996 – Bateu Saudade 1997 – Terral 1998 – Amigos e Canções 2000 – Ao vivo – Vol. I e II 2001 – Fagner 2003 – Raimundo Fagner & Zeca Baleiro 2004 – Donos do Brasil 2007 – Fortaleza 2009 – Uma Canção no Rádio 2014 – Fagner & Zé Ramalho Ao Vivo
67 –Beth Carvalho
Nascida: Elizabeth Santos Leal de Carvalho, Rio de Janeiro, 5 de maio de 1946
Texto da Rolling Stone: Beth é sempre afinada. Aquele veludo levemente rouco que emana de sua garganta conquistou espaço nos festivais competitivos da década de 60. Depois, se entregou ao samba. Nascida em uma família musical, ela vem se mantendo todos estes anos no pedestal reservado às grandes intérpretes, tendo seu nome diretamente associado ao autêntico samba carioca e à obra do mestre Cartola.
Álbuns: 1965 – “Porque Morrer de Amor?” (RCA Victor) 1966 – “Muito na Onda” (Copacabana) 1969 – “Andança” (Odeon) 1971 – “Beth Carvalho: Especial” (Odeon) 1971 – “Amor, amor” (Tapecar) 1973 – “Canto Para Um Novo Dia” (Tapecar) 1974 – “Pra Seu Governo” (Tapecar) 1975 – “Pandeiro e Viola” (Tapecar) 1976 – “Mundo Melhor” (RCA Victor) 1977 – “Nos Botequins da Vida” (RCA Victor) 1978 – “De Pé No Chão” (RCA Victor) 1979 – “No Pagode” (RCA Victor) 1980 – “Sentimento Brasileiro” (RCA Victor) 1981 – “Na Fonte” (RCA Victor) 1982 – “Traço de União” (RCA Victor) 1983 – “Suor no Rosto” (RCA Victor) 1984 – “Coração Feliz” (RCA Victor) 1985 – “Das Bençãos Que Virão Com Os Novos Amanhãs” (RCA Victor) 1986 – “Beth” (RCA Victor) 1987 – “Beth Carvalho Ao Vivo em Montreux” (RCA Victor) 1988 – “Toque de Malícia” (RCA) 1988 – “Alma do Brasil” (Philips) 1989 – “Saudades da Guanabara” (Polygram) 1991 – “Beth Carvalho Ao Vivo no Olímpia” (Som Livre) 1991 – “Intérprete” (Polygram) 1992 – “Pérolas – 25 Anos de Samba” (Som Livre) 1993 – “Beth Carvalho Canta o Samba de São Paulo” (Velas) 1994 – “Beth Carvalho Canta o Samba de São Paulo Vol.II” (Velas) 1996 – “Meus Momentos” (EMI) 1996 – “Brasileira da Gema” (Universal) 1998 – “Pérolas do Pagode” (Som Livre/Polydor) 1999 – “Pagode da Mesa – Ao Vivo” (Universal) 2000 – “Pagode da Mesa 2 – Ao Vivo” (Indie Records) 2000 – “Os Melhores do Ano Vol. II” (Indie Records) 2001 – “Nome Sagrado – Beth Carvalho Canta Nelson Cavaquinho” (Jam Music) 2003 – “Beth Carvalho Canta Cartola” (BMG) 2004 – “Beth Carvalho – A Madrinha do Samba Ao Vivo Convida” (Indie Records) 2005 – “Beth Carvalho e Amigos” (BMG Brasil) 2011 – “Nosso Samba Tá Na Rua” (Andança/EMI)
66 –Bezerra da Silva
Nascido: José Bezerra da Silva Recife, 23 de fevereiro de 1927 — Falecido: Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2005
Texto da Rolling Stone: Recifense, Bezerra da Silva começou sua carreira cantando cocos. Em 1977 veio a virada: o primeiro disco de samba partido-alto. Sua voz rouca, trôpega e sem cerimônias foi a que mais cantou sobre as periferias, sem tabus: teve polícia, bandidos, drogas, crimes e preconceito (racial e social). Um time de compositores entregava os temas de bandeja para Bezerra se tornar a “Voz do Morro”. Ironicamente, seu último trabalho de estúdio, gospel e independente, foi Caminho de Luz, em 2003.
Álbuns: O Rei Do Côco (Tapecar, 1975), O Rei Do Côco – Vol. 2 (Tapecar, 1976), Partido Alto Nota 10 Bezerra e Genaro (CID, 1977), Partido Alto Nota 10 Vol.2 – Bezerra e Seus Convidados (CID, 1979), Partido Alto Nota 10 Vol.3 – Bezerra e Rey Jordão (CID,1980), Partido Muito Alto (RCA Victor, 1980), Samba Partido e Outras Comidas (RCA Vik, 1981), Bezerra e um Punhado de Bambas (RCA Vik, 1982), Produto do Morro (RCA Vik, 1983), É Esse Aí Que É o Homem (RCA Vik, 1984), Malandro Rife (RCA Vik, 1985), Alô Malandragem, Maloca o Flagrante (RCA ,Vik, 1986), Justiça Social (BMG-Ariola, 1987), Violência Gera Violência (BMG-Ariola, 1988), Se Não Fosse o Samba (BMG-Ariola, 1989), Eu não sou Santo (BMG-Ariola, 1990), Partideiro da Pesada (BMG-Ariola, 1991), Presidente Caô Caô (BMG-Ariola, 1992), Cocada Boa (BMG-Ariola, 1993), Bezerra, Moreira e Dicró – Os 3 Malandros In Concert (CID, 1995), Contra O VERDADEIRO Canalha (Bambas Do Samba) (RGE, 1995), Meu Samba É Duro na Queda (RGE, 1996), Provando e Comprovando sua Versatilidade (Rhythm and Blues, 1998), Eu Tô de Pé (Universal Music, 1998), Malandro é Malandro e Mané é Mané (Atração, 1999), Bezerra da Silva: Ao Vivo (CID, 2000), A Gíria é Cultura do Povo (Atração, 2002), Meu Bom Juiz (CID, 2003), Pega Eu (Som Livre, 2004), Caminho de Luz (Independente, 2005, póstumo), O Samba Malandro de Bezerra da Silva (Sony BMG, 2005, póstumo),Maxximum (Bezerra da Silva) (Sony BMG, 2005)
65 –Astrud Gilberto
Nascida: Astrud Evangelina Weinert, (Salvador, 29 de março de 1940)
Texto da Rolling Stone: Quando a bossa nova invadiu os Estados Unidos nos anos 60, o estilo brasileiro tinha uma voz: Astrud Gilberto. A cantora baiana havia conhecido o marido, João Gilberto, no circuito boêmio carioca, na década anterior, e foi ele quem a levou para o álbum Getz/ Gilberto, parceria dele com o jazzista Stan Getz. A versão em inglês de “Garota de Ipanema” – cantada por ela de forma leve, sensual, quase sussurrada – foi reconhecida como histórica pela Biblioteca do Congresso Americano.
Álbuns: Stan Getz e Astrud Gilberto – Getz Au-Go-Go (Verve, 1964) The Astrud Gilberto Album (Verve, 1964) The Shadow Of Your Smile (Verve, 1965) Look To The Rainbow (Verve, 1965) Beach Samba (Verve, 1966) A Certain Smile, A Certain Sadness with Walter Wanderley (Verve, 1967) Windy (Verve, 1968) September 17, 1969 (Verve, 1969) Gilberto Golden Japanese Album (Verve, 1969) I Haven’t Got Anything Better To Do (Verve, 1970) Astrud Gilberto With Stanley Turrentine (CTI, 1971) Astrud Gilberto Now (Perception, 1972) That Girl From Ipanema (Audio Fidelity, 1977) Astrud Gilberto Plus James Last Orchestra (Polygram, 1987) Live In New York (Pony Canyon, 1996) Temperance (album) (Pony Canyon, 1997) Jungle (Magya, 2002) )The Diva Series (Verve, 2003)
64 –Pery Ribeiro
Nascido: Peri Oliveira Martins Rio de Janeiro, 27 de outubro de 1937 — Falecido: Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2012
Texto da Rolling Stone: Possivelmente o cantor mais subestimado do Brasil, Pery Ribeiro nos deixou no início do ano. Filho de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira, ele se tornou uma das principais vozes da bossa nova e teve a honra de ser o primeiro a gravar “Garota de Ipanema”. Técnica, afinação, gosto apurado, inteligência musical – Pery tinha tudo isso de sobra e cantava todos os estilos. E dentro e fora do palco e dos estúdios era de classe e elegância incomparáveis.
Álbuns: (2013) Pery Ribeiro abraça Simonal – Dueto com amigos (Pery Ribeiro) – Atração Fonográfica – CD (2011) 100 Anos de Música Popular Brasileira (vários artistas) – participação – Instituto Cultural Cravo Albin/Discobertas – Box com 4 CDs duplos (2007) S’ Wonderful Movie’n’Bossa (Pery Ribeiro) – Albatroz – CD (2006) Cores da minha bossa • Neo Fonoplay • CD (2006) Pery Ribeiro ao vivo • Albatroz • CD (1999) Tributo a Taiguara • Movieplay • CD (1997) A vida é só pra cantar • Albatroz • CD (1995) Fica comigo esta noite-Pery Ribeiro interpreta Adelino Moreira • CID • CD (1992) Songs of Brazil • Movieplay • CD (1992) Brasil bossa nova-Pery Ribeiro, Wanda Sá e Osmar Milito-Série Academia Brasileira de Música, vol. 3 (1991) Pery • PolyGram • LP (1986) Pra tanto viver-Pery Ribeiro e Luiz Eça • Continental • LP (1981) Brasileiríssimas • PolyGram • LP (1980) Sings bossa nova hits • Copacabana (1980) Os grandes sucessos da bossa nova • Copacabana • LP (1979) Alvorada • Copacabana • LP (1976) Bronzes e cristais • EMI-Odeon • LP (1975) Herança • Odeon • LP (1974) Abre alas • Odeon • LP (1972) Pery Ribeiro • Odeon • LP (1972) Gemini cinco anos depois-Pery Ribeiro & Leny Andrade • Odeon • LP (1971) Pery Ribeiro • Odeon • LP (1967) Gemini V no México • Odeon • LP (1966) Encontro-Pery Ribeiro + Bossa 3 • Odeon • LP (1965) Gemini V-Show na boate Porão 73-Leny Andrade, Pery Ribeiro e Bossa Três • Odeon • LP (1964) Pery muito mais bossa • Odeon • LP (1963) Pery é todo bossa • Odeon • LP (1962) Pery Ribeiro e seu mundo de canções românticas • Odeon • LP
63 –João Bosco
Nascido: João Bosco de Freitas Mucci, Ponte Nova, 13 de julho de 1946
Texto da Rolling Stone: Talvez João Bosco tenha se tornado um ícone da MPB por suas inestimáveis composições (com Aldir Blanc) ou pelo fato de elas terem sido eternizadas por nomes como Elis Regina. Mas, quando canta suas canções, a habilidade no violão fica em segundo plano diante de sua voz mansa e econômica, propensa a saltos agudos inesperados. “Sua voz alinhava esse universo sonoro com modesta intervenção”, diz o compositor e parceiro Sergio Ricardo.
Álbuns: 1972 – Disco de bolso do Pasquim – O tom de Antônio Carlos Jobim e o tal de João Bosco 1973 – João Bosco 1975 – Caça à raposa 1976 – Galos de briga 1977 – Tiro de misericórdia 1979 – Linha de passe 1980 – Bandalhismo 1981 – Essa é a sua vida 1982 – Comissão de Frente 1983 – Centésima apresentação – ao vivo 1984 – Gagabirô 1986 – Cabeça de nego 1987 – Ai ai ai de mim 1989 – Bosco 1991 – Zona de fronteira 1992 – Acústico MTV – ao vivo 1994 – Na onda que balança 1995 – Dá licença meu senhor 1997 – As mil e uma aldeias 1998 – Benguelê (trilha sonora do Grupo Corpo) 2000 – Na esquina 2001 – Na esquina – ao vivo (CD duplo) 2003 – Malabaristas do sinal vermelho 2006 – Obrigado, gente! – ao vivo (CD e DVD) 2008 – Senhoras do Amazonas – João Bosco & NDR BIG BAND (CD) 2009 – Não vou pro céu, mas já não vivo no chão (CD) 2012 – 40 Anos Depois (CD e DVD)
62 –Tânia Maria
Nascida: 9/5/1948 São Luís, MA
Texto da Rolling Stone: A maranhense Tânia Maria é uma das maiores cantoras de jazz nascida no Brasil. Ironicamente, ela é remotamente conhecida por aqui. Na década de 70, mudou-se para a França e não olhou para trás. Foi fácil encontrar um confortável nicho no circuito mundial de jazz. Com senso rítmico impecável e os improvisos e scats aplicados a um sempre bem escolhido repertório de bossa nova, samba e jazz, é considerada uma verdadeira referência vocal.
Álbuns: (2006) Ed Motta ao vivo (Ed Motta) – participação – Trama – CD (2006) Ed Motta em DVD (Ed Motta) – participação – Trama – DVD (2005) Intimidade (Tania Maria) – Blue Note (EUA) – CD (2002) Live at the Blue Note (Tania Maria & The Viva Brazil Quartet) – Concord Records (EUA) – CD (2001) Viva Maria (Tania Maria) – coletânea – Concord Records (EUA) – CD (2000) Viva Brazil (Tania Maria) – Concord Records (EUA) – CD
61 –Tulipa Ruiz
Nascida: Tulipa Ruiz Chagas – 19/10/1978
Texto da Rolling Stone: “Eu nunca me imaginei cantora”, contou Tulipa à Rolling Stone, em 2011. Começando tarde na carreira, ela teve tempo para descobrir sua verdadeira voz. Juntando uma cadência suave a agudos potentes, ela ainda tem nuances da rua, eventualmente com um andamento quase declamado. Como em “Às Vezes”, faixa do pai Luiz Chagas que a liga à sua origem orgânica e filosófica, a Vanguarda Paulista. E por isso o canto de Tulipa é único, sem ser estranho.
Álbuns: ‘Efêmera” (YB Music/2010) Tudo Tanto(Natura Musical/2012)