Homenagem: Miltinho

Miltinho

Milton Santos de Almeida, conhecido como Miltinho (Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1928 – 07 de setembro de 2014) foi um cantor brasileiro.

Embora Miltinho tenha começado sua carreira  década de 1940, ele fez parte importante da minha formação musical.Como eu já disse em algum outro post, minha formação musical inicial foi feita em casa, escutando, no rádio de minha mãe, os cantores que faziam sucesso na virada dos anos 50 para os sessenta. Muito Anisio Silva, Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Anjos do Inferno,  Quatro Ases e Um Curinga, entre outros. Mas um cantor chamava especialmente minha atenção, pelo timbre, por ser sambista, em meio a tantos boleros, pelo jeito moleque de cantar : Miltinho. Como não reescutar o seu grande sucesso Mulher de 30 e não conectá-lo diretamente com minha infância? . Com essa música ele ganhou muito dinheiro e o reconhecimento do público. Recebeu vários prêmios, participou dos principais programas de televisão da época e de um filme estrelado por Mazzaropi. Recentemente havia lançado um CD com as participações de nomes como Chico Buarque, Elza Soares e Martinho da Vila, entre outros.Morreu aos 86 anos , vítima de uma parada cardíaca, no Hospital do Amparo, zona norte do Rio.

Discografia

  • (1960) Menina moça/Eu e o rio • Sideral • 78
  • (1960) Ri/Mulher de trinta • Sideral • 78
  • (1960) O diploma do astro • Sideral • LP
  • (1960) Um novo astro • Sideral • LP
  • (1961) Poema das mãos/Só vou de mulher • RGE • 78
  • (1961) Poema do adeus/A canção que virou você • RGE • 78
  • (1961) Miltinho • RCA Victor • LP
  • (1961) Volta/Murmúrio • RCA Victor • 78
  • (1962) Poema do adeus • RGE • LP
  • (1962) Canção da mamãe feliz/Falso • RGE • 78
  • (1962) Poema do olhar/Fio de canção • RGE • 78
  • (1962) Confidência/Chorando, chorando • RGE • 78
  • (1962) Saudade ferida/Dezessete e setecentes • RGE • 78
  • (1962) Meu nome é ninguém/Lembranças • RGE • 78
  • (1963) Os Grandes Sucessos de Miltinho • RGE • LP
  • (1963) Poema do olhar • RGE • LP
  • (1963) Distância/E amanhã… • RGE • 78
  • (1963) Zé da Conceição/E o tempo passou • RGE • 78
  • (1964) Eu… Miltinho • RGE • LP
  • (1964) Bossa & Balanço • RGE • LP
  • (1964) Canção do nosso amor • RGE • LP
  • (1965) Poema do fim • RGE • LP
  • (1965) Miltinho ao vivo • RGE • LP
  • (1966) Samba + Samba = Miltinho • Odeon • LP
  • (1967) Miltinho, samba e cia • Odeon • LP
  • (1967) Elza, Miltinho e samba • Odeon • LP
  • (1968) Elza, Miltinho e samba-Vol. 2 • LP
  • (1968) As mulheres de Miltinho • LP
  • (1969) Elza, Miltinho e samba-Vol. 3 • LP
  • (1969) Miltinho, samba & Cia • LP
  • (1970) Miltinho e a seresta • Odeon • LP
  • (1970) Dóris, Miltinho e charme • Odeon • LP
  • (1971) Dóris, Miltinho e charme-Vol. 2 • Odeon • LP
  • (1971) Novo recado • Odeon • LP
  • (1972) Dóris, Miltinho e charme-Vol. 3 • Odeon • LP
  • (1973) Dóris, Miltinho e charme-Vol. 4 • Odeon • LP
  • (1974) Miltinho • Odeon • LP
  • (1976) Miltinho • Odeon • LP
  • (1986) Miltinho • Inverno e Verão • LP
  • (1998) Miltinho convida • Globo Columbia • CD
  • (1997) Em tempo de bolero • Movieplay • CD

 

Um comentário em “Homenagem: Miltinho

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  1. Mauro,

    da mesma maneira que a sua, minha formação musical iniciou-se logo cedo através das audições de final de semana que meus pais faziam lá em casa, incluindo todos os compositores e cantores citados por você, e especialmente mais dois grandes intérpretes: um deles, o “Grande Seresteiro” Sílvio Caldas, e o outro, exatamente o Miltinho!

    Miltinho ficou muito conhecido em todo o Brasil pela capacidade de alternar o ritmo bem no meio de uma canção, dando uma “jingado” único e característico à várias composições.

    Vale a pena registrar que um dos grandes compositores gravados pelo Miltinho foi o Luís Reis, apelidado de “Cabeleira” por causa do vasto cabelo branco e muito cheio, e sempre com um cigarro no canto da boca. Era um grande pianista, e foi o autor de várias pérolas do cancioneiro brasileiro, entre elas:
    – “Meu Nome é Ninguém” (“…foi assim…a lâmpada apagou….a vista escureceu….e um beijo então se deu….e veio ânsia louca….incontida do amor…”);
    – Notícia de Jornal;
    – ABC da Vida;
    – Só Vou de Mulher (a letra dessa é espetacular!);
    – e a maravilhosa “Canção da Manhã Feliz” (“…luminosa manhã….pra quê tanta luz….dá-me um pouco de céu….mas não tanto azul…”), talvez a mais bonita composição dele.

    Luís Reis compôs também marchinhas clássicas do samba carioca, como:
    – “Bloco do Sujo” (“…olha o Bloco do Sujo….que não tem fantasia….mas que traz alegria….para o povo sambar…”) e
    – “Palhaçada” (“…cara de palhaço…pinta de palhaço…roupa de palhaço…foi esse o meu amargo fim…”).

    Vários cantores brasileiros interpretam as músicas do Luís Reis, porém Miltinho era considerado o maior intérprete das composições da dupla Luís Reis & Haroldo Barbosa. Maria Bethânia canta em seus shows, até hoje, uma linda versão de “Canção da Manhã Feliz”.

    Luís Abdênago dos Reis era maranhense, mas se mudou com a família logo cedo pra o Rio de Janeiro. Um dos irmãos dele, Humberto, veio parar em Belo Horizonte, e trouxe junto o jovem Luís para trabalhar numa rádio da capital mineira. Nessa época, ambos ficaram muito amigos do meu falecido pai, Carlos Alberto de Barros Santos, apreciador da boa música e e grande responsável pelo meu interesse no assunto. Ele e Luís tornaram-se amigos fraternais, mesmo quando Luís mudou-se para o Rio em torno dos vinte anos de idade, e passou a trabalhar nas boates e casas de show da zona sul carioca. Foi quando conheceu o eterno parceiro de música e de turfe, Haroldo Barbosa.
    Luís vinha muito a Belo Horizonte, e sempre se encontrava com meu pai em torno de muita música, bebida e um bom piano. Faleceu em 1980.

    Miltinho gravou um álbum chamado “Miltinho Convida”, em 1998 (consta na Discografia aqui desse blog), fazendo duetos com vários cantores brasileiros, entre eles Nana Caymmy, Elza Soares, Chico Buarque, e tantos outros, incluindo algumas músicas do Luís Reis, e é uma ótima oportunidade para se conhecer a obra desses dois gênios da música popular brasileira.

    Ao tomar conhecimento da morte de Miltinho, no início de setembro, tive a certeza que meu pai, ao lado do Sílvio Caldas e Luís Reis, estava saudando a chegada de Miltinho lá em cima, cantando numa manhã feliz: “…de repente em minha vida…já tão fria e sem desejos….estes festejos….esta emoção…”

    um forte abraço, Mauro.

    Carlinhos Barros Santos.

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