Julia Holter repete o feito do ano passado, quando o seu álbum Ekstasis, foi o número 45 de nossa lista. Loud City Song, seu terceiro álbum de estúdio é ainda melhor que o anterior. A voz de Holter é o fio condutor do disco: suave, clara e perfeitamente articulada, e embora em certos aspectos suas faixas tragam à mente outros artistas, o resultado final é lindamente original. Há algo de Kate Bush na forma como Holter se envolve com suas letras e, mais que simplesmente cantá-las, interpreta-as. E também não seria inadequado compará-la à Björk, pela forma como ela experimenta com a própria voz, cantando de várias maneiras estranhas e harmonizando consigo mesma. Mas para se chegar a esse álbum partindo dessas duas cantoras, seria necessário acrescentar um pouco da sonoridade do jazz, um pouco de música erudita do século XX e uma pitada de surrealismo nas letras e nos arranjos. Loud City Song é a impressionante conquista de uma compositora que, partindo de experimentações radicais, atingiu uma sonoridade fascinante, convidativa e só sua. (Move That at a Jukebox)
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