Os Melhores de 2013: # 36. Thiago França: Malagueta, Perú e Bacanaço

Malagueta, Perus E Bacanaço

O músico Thiago França lançou o álbum Malagueta, Perus e Bacanaço, uma homenagem aos 50 anos de lançamento do livro homônimo do escritor paulistano João Antônio. João Antônio, foi jornalista, redator publicitário e escritor paulistano que andava meio esquecido até a Cosac Naify resolver republicar suas obras completas. João foi um dos grandes nomes da fase de ouro da revista Realidade, iniciativa da editora Abril em meados dos anos 1960, que se inspirava no jornalismo literário de expoentes como Truman Capote, Norman Mailer e Gay Talese. O conto “Malagueta, Perus e Bacanaço” talvez seja o maior exemplo da qualidade da prosa literária de João Antônio, para a qual Thiago França presta aqui a sua reverência.O disco contou com várias participações: Kiko Dinucci, Ogi, Juçara Marçal, Daniel Ganjaman, Maurício Pereira, Romulo Fróes Rodrigo Campos e Marcelo Cabral. Passemos ao disco, que tem duas pernas: o conto e o samba. Thiago França faz um intervalo na linha mais experimental adotada em trabalhos como o Sambanzo, o Marginals e o Metá Metá.  Dá pra dizer que é samba instrumental, ainda que não fique só nisso e sem querer dizer que isso seja pouca coisa. De todo modo, é um disco mais convencional. Três das onze faixas têm letras cantadas pelos parceiros habituais, há espaço para um ou outro improviso, algo que lembra o free jazz, uma frase aqui outra ali, além de um bolero em homenagem à personagem coadjuvante Marli, que “fazia a vida num puteiro da rua das Palmeiras”. A presença do saxofone é marcante, mas não é autoritária e concorda com a visão peculiar que Thiago mostra ter do instrumento. (FITA BRUTA). Não sei definir bem o que este belohorizontino/paulistano quis dizer com este disco, mas qu é bom é.

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