Os Sousa sempre vão a Shows musicais e costumam compartilhar aqui a sua experiência. Neste último final de semana, um pouco de má vontade, fui assistir a apresentação de Roberto Carlos (RC) no Mineirinho, em Belo Horizonte. Já na fila para a entrada uma constatação, o público de RC é muito grande e tem uma diversidade que jamais havia visto num show musical. Havia gente de todas as espécies, cores, formatos, credos, idades e camadas sociais misturadas na fila de entrada, e nem sempre (ou quase nunca) os mais “abonados” iam para os lugares mais caros.
Depois de uma espera de mais de uma hora, com cerca de 40 minutos de atraso, a Orquestra que acompanha o Rei, a RC 7 ou RC 14 (?) abriu o show, ou melhor a celebração, tocando um pout-pourri de músicas de RC, devidamente acompanhada por um coro de milhares de vozes. De repente – histeria – o locutor anuncia e entra o Rei. RC é carismático, esbanja simpatia e competência, não se abala com a péssima acústica do Mineirinho, nem com as onipresentes falhas dos equipamentos de audio (que chegam a interromper o show por alguns minutos). São quase duas horas de sorrisos, coros, baladas amorosas, mãos para o ar, num clima de total celebração. A plateia está alí para homenagear o seu ídolo, não importa que o repertório seja quase sempre o mesmo (aliás é bom que seja), que RC esteja sempre vestido de maneira semelhante, que não haja nenhuma cenografia especial. Só o que importa é a presença do ídolo. E porque RC é tão especial? Acho que é talvez porque ele goste do papel que lhe cabe. Na minha vida, ví poucos artistas com tamanha disposição e prazer em atender seu público (talvez Paul McCartney ou quem sabe Elvis Presley)
A música. A música é o que menos importa no show de RC. Não que ela seja ruim; a orquestra é altamente competente e RC ainda canta bastante bem, sem deixar de fora nenhum de seus maiores hits. Após as duas horas de show, a celebração termina com uma grande comunhão. Enquanto a Orquestra toca, RC distribui rosas, beijadas e entregues uma a uma, enquanto recebe dezenas de presentes (que faz questão de abrir, no palco, fazendo cara de grande satisfação)e fim. RC vai embora e a plateia sai extasiada.
É isto. Valeu a experiência. Como ele mesmo diz “Não adianta nem tentar me esquecer, durante muito tempo em sua vida eu vou viver…”
RC no Programa do Jô (1985):
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