#20 – Brian May – Bohemian Rhapsody (1975)
Porque é importante: “A pegada, o timbre e os instintos orquestrais de Brian May são impossíveis de imitar, mas isto não impediu as pessoas de tentarem. Suas linhas majestosas neste clássico são a quintessência de May, com palhetada precisa, fraseado impecável e um som alto e ousado. A colocação do solo na mixagem foi determinante, mostando a bandas como Boston e Styx como deveriam inserir seus solos.” (Guitar Player)
A Guitarra de Brian May: também merece um aparte:
Brian May fabricou-a ele mesmo, entre 1966 e 1967, com a ajuda do seu pai, já que não tinha dinheiro para comprar uma guitarra de grandes marcas como a Fender ou Gibson, por exemplo. A “Old Lady” foi construída artesanalmente pelo próprio Brian May, então com 16 anos, que contou apenas com algum material reciclado, além da valiosa ajuda de seu pai, um gênio da eletrônica.O nome que deram a guitarra foi Red Special por causa do design do corpo que foi idealizado pelo próprio Brian May. Ele achava que os modelos da época(início dos anos 60) tinham uma certa falta de propósito em seus formatos. Brian partiu de um desenho que tinha como objetivo a acústica perfeita acima de tudo. As características da Red Special são bem peculiares. Trata-se uma guitarra de corpo semi-sólido, com braço aparafusado, derrubando o mito de que um instrumento com esse tipo de fixação de braço não proporciona tanto “sustain” quanto os colados ou interiços. O braço é fixado com apenas um parafuso grande e dois pequenos parafusos internos, sob o escudo. Para construir o braço, foi utilizada madeira (mogno) de uma antiga lareira. A escala de 24 trastes, algo inovador na época foi confeccionada de carvalho de uma mesa. Essa mesma madeira foi usada na parte central do corpo. O carvalho é uma madeira dura e clara.
Brian pintou a escala de preto para parecer ébano. O braço é muito grosso e foi baseado num braço de violão. Este talvez seja um dos segredos do “sustain” do instrumento. Outro detalhe interessante do braço é o sistema de traste zero e a pestana, que serve somente para espaçar as cordas. Tal sistema foi utilizado para fazer as cordas soltas soarem idênticas às digitadas. Com isso, ele pôde dividir o atrito vertical e lateral em duas peças específicas para cada função. As cordas saem praticamente retas em direção às tarraxas e com ângulo mínimo. Na construção do corpo, que é oco nas laterais, além do bloco central de carvalho, foi utilizado compensado revestido de mogno no tempo e na parte de trás. A ponte foi feita à mão com componentes de motocicleta(molas da alavanca) e até mesmo uma agulha de tricô serviu de matéria-prima(ponta da haste da alavanca). O rastilho é do tipo roller. O escudo é feito de um material preto chamado Perspex, semelhante a baquelite ou acrílico. Os botões foram feitos em torno que havia na escola de Brian.
O próprio guitarrista fez os primeiros captadores, mas foram logo substituídos por 3 single-coils Burns, que, na época, eram os únicos disponíveis separadamente no mercado. Um detalhe essencial é que eles são ligados em série. Há uma chave liga/desliga e outra que inverte a fase para cada captador, num total de 6 chaves, com volume e tonalidade master. O timbre mais utilizado por ele é o de duas bobinas com fases invertidas que proporciona efeito de humbucking. Ao utilizar os três pick-ups simultaneamente, perde-se tal efeito. Por isso, dificilmente ele utiliza essa configuração. Recentemente, a Red Special, sofreu uma extensa reforma, realizada pelo luthier australiano Greg Fryer. Ele utilizou os mesmos materiais originais da Red Special. Fryer construiu três exemplares idênticos para Brian, que os batizou de John, Paul e George(em referência aos Beatles). É possível que Greg Fryer lance no mercado alguns “clones” da Red Special.
#21 – Larry Carlton – Kid Charlemagne (1976)
Porque é importante: “Carlton já era uma lenda das gravações em estúdio, conhecido pelas suas linhas suaves como seda, remanescentes de Wes, Pass e Trane, quando ele gravou faixa com o Steely Dan. Ele combinou um timbre de rock com as sensibilidades harmônicas de um jazzista e criou um padrão pelo qual todo guitarrista de jazz rock seria julgado.” (Guitar Player)
Larry, também é conhecido comos “Mr. 335,” i por causa de sua Gibson ES-335 1968.
#22 – Carlos Santana –Europa – Earth’s Cry, Heaven Smile (1977)
Porque é importante: ” Santana acaricia habilmente a melodia principal de Europa com seu sustain cantante e um timbre encorpado, não deixando a peteca cair até o solo final, no qual ele coloca tudo para fora, em um momento cheio de emoção e alma. Ele exibe um controle natural e fluido o tempo todo. Seu timbre a presenta uma sonoridade mais aberta e menos comprimida do que a dos anos recentes. Quando ele pisa no wah-wah, tome cuidado – Santana aumenta a intensidade dez vezes mais, justamente quando você pensa que ele não pode ir mais longe. Para simplificar, Europa é um estudo de ritmo, melodia e espaço, além de ser um bom e incendiário solo à moda antiga” (Guitar Player)
Santana e a PRS (Paul Reed Smith)
#23 – Al Di Meola –Race with the Devil on Spanish Highway (1977)
Porque é importante: ” Já existiam músicos que tocavam rápido antes de Di Meola, mas ninguém, antes dele tornou essa qualidade uma carcterística tão central de seu estilo. Sua palhetada velocíssima e um a técnica insana, descrita por ele como “mutola”, levantaram a bandeira para “fritações” ousadas. Longe de ser um monótono “fritador” de padrões, as influências latinas e o senso de composição de Di Meola fazem com que suas exibições de virtuosismo sejam extremamente musicais. ele Provou que o impactoemocional de muitas notas é tão válido quanto poucas notas bem tocadas”(Guitar Player)
Al di Meola e sua PRS